Priscila Nascimento Marcelino


UMA MANEIRA DIVERTIDA DE APRENDER HISTÓRIA: O ANIME OS CAVALEIROS DO ZODÍACO NA SALA DE AULA (2002)



O ensino de História vem passando por transformações devido à inclusão de didáticas que tem o recurso audiovisual como suporte. Nesse sentido, apresenta-se ao professor o desafio de como utilizar tal recurso. A abordagem neste trabalho é a utilização de um anime, Os Cavaleiros do Zodíaco, especificamente dois episódios da chamada “Saga de Hades”, no ensino de História. Este anime foi preferível devido à sua potencialidade para se remeter ao processo de educação para o audiovisual. Considera-se uma análise de uma mídia específica e suas potencialidades para o ensino de História, procurando compreender as especificidades do gênero anime, para, enfim, discutir as possibilidades dessa mídia ser utilizada em uma aula de História. Não se trata de meramente ilustrar o conteúdo, mas desenvolver, junto com os alunos, as habilidades para compreender uma linguagem específica e como determinados conteúdos históricos podem ganhar sentido a partir de sua mobilização.
Palavras-chave: História. Ensino. Anime. Cavaleiros do Zodíaco.

Introdução
Atualmente, como aponta Mirza Toschi (2002, p. 02), as mídias, tidas por ela como um meio tecnológico portador de conteúdo e de comunicação em massa, estão cada vez mais presentes no ambiente escolar. Nesse ínterim, alguns problemas relativos à sua linguagem específica surgem, especialmente quando se relacionam com a formação de professores e com o papel da academia nesse processo.

Muitos professores e futuros professores não estão familiarizados com as mídias e, devido a isso, não sabem como utilizá-las como um recurso didático, tendo em vista suas potencialidades e características próprias para trabalhar e realizar o que se chama de educação para o audiovisual. Assim, não conseguem despertar o interesse do aluno em utilizá-lo como uma ferramenta de ensino. Além dos professores, a escola e a academia também precisam ser incentivadores do uso das mídias, adequar-se para mobilizá-las e não restringir a prática docente a aulas prontas que, às vezes, impedem novos diálogos.

Valendo-se desse conceito de mídia, a presente pesquisa será voltada para um recurso audiovisual, especificamente uma animação japonesa. A fonte escolhida são dois episódios da chamada “Saga de Hades”, do anime/animê, ou seja, o desenho animado japonês Os Cavaleiros do Zodíaco. Essa preferência se justifica pelo seu enredo apresentar referências a assuntos que podem ser trabalhados em sala de aula, muitos com cunho histórico, e pela popularidade da série nos anos 1990 no Brasil, e que perdura até atualmente. Mas a questão aqui não restringe apenas ao conteúdo e sua relação com o anime. Propõe pensar a animação em seus aspectos técnicos e, assim, apresentar algumas potencialidades e indagar sobre as possibilidades de sua utilização em sala de aula.

Os Cavaleiros do Zodíaco é uma série criada por Masami Kurumada em 1986, e que conta a história de guerreiros vestindo armaduras sagradas, que lutam usando sua energia interior, chamada “Cosmo” - esta que é um conceito filosófico baseado tanto em filosofias orientais quanto ocidentais e é a origem da vida e da matéria do universo (Big Bang), no anime o cosmo está relacionado aos átomos de qualquer material - em defesa da deusa Atena, protegendo os habitantes da Terra de outros deuses, como o Hades e o Poseidon. A Saga de Hades foi lançada em anime no ano de 2002, e possui 31 episódios em formato de OVA (também OAV, sigla de Original Video Animation), com batalhas dos Cavaleiros contra o deus Hades e seus espectros, com o objetivo de iniciar uma nova Guerra Santa (nome que se dá ao grande embate de guerreiros que lutam por Deuses e causas diferentes). Ela é dividida em três fases: Santuário, Inferno e Elísios.

A pesquisa terá como base responder à pergunta: como utilizar esse anime como recurso didático para o professor? Para tanto, o recorte cronológico que se pretende usar será o período de 2016 e 2017, anos em que se dará a aplicação do questionário aos alunos do 1° período, ano de 2016, e 5° período, ano de 2017, do Curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Pires do Rio. O questionário será aplicado após os alunos assistirem ao anime, o que demandará ter uma atenção especial, não bastando apenas recolher as informações, mas ter o cuidado de analisá-las para se chegar aos resultados (MANZATO e SANTOS, 2012, p. 01). Além disso, o método de pesquisa pelo qual o questionário será realizado é a pesquisa quantitativa e qualitativa, pois nele os dados estatísticos e as opiniões dos entrevistados serão um dos pontos de principal interesse (MANZATO e SANTOS; 2012, p. 07).

Esse método apresentado por Manzato e Santos (2012, p. 07) ficará evidente no estudo de caso proposto por essa pesquisa, onde serão colocadas perguntas que vão desde se os alunos conhecem o anime Os Cavaleiros do Zodíaco, se ficaram claras as suas características técnicas, seu entendimento sobre anime e mangá até se o anime será um bom recurso didático para o professor, entre outras. A aplicação dos questionários é notável para se conhecer o entendimento dos alunos em relação a utilização do anime em sala de aula, que como futuros professores de História, é importante que eles conheçam a animação.

Do Mangá ao Anime: a História da Animação Japonesa
O conceito de animação não tem uma definição única, mas pode ser pensado, segundo Chong (2011) e Koyama-Richard (2010), como um método de entretenimento que cria a ilusão de movimento por meio da apresentação de várias imagens sequenciais e de rápida sucessão, utilizando recursos inanimados, como papel, sombra, luz, etc. Esta definição será utilizada para a pesquisa, pois ajuda a compreender as características presentes no início da animação japonesa, ainda quando esta se iniciou nos pergaminhos ornamentados antigos.
A animação japonesa, segundo Koyama-Richard (2010, p. 11), tem suas origens nos pergaminhos japoneses ornamentados, estes são pensados como precursores dos mangás (histórias em quadrinhos japonesas) e também do desenho animado.

Os pergaminhos adotavam a perspectiva chinesa de arte - uma técnica artística capaz de transmitir uma sensação de profundidade - com inspiração nos elementos da vida real, como expressões faciais, efeitos de zoom, etc. Essas características, ligadas a ideia de movimento, aproximava os desenhos dos pergaminhos a algo contíguo da ideia de animação, como se observa na imagem 1.


Imagem 1 - Pergaminho Ornamentado (Período Edo)
Fonte: Anonymous, Hyakkiyagyo emaki (The Night Parade of One Hundred Demons), late Edo period. Koyama-Richard, 2010, p. 14-15.

No século XVII, o Japão conheceu a arte chinesa, não com sua tradição de retratar a harmonia com o universo, mas sim uma arte com influências ocidentais. A China, grande influência para os artistas japoneses na época, já havia tido contato com os europeus, especificamente com os jesuítas que ali chegaram objetivando a cristianização.

Nos séculos XVIII e XIX, a ciência e a tecnologia ajudaram os ocidentais a criarem brinquedos e dispositivos ópticos. De acordo com Koyama-Richard (2010), não existe uma data precisa de quando tais brinquedos e dispositivos apareceram no Japão, porém, sabe-se que os japoneses foram rápidos em acolher a maioria dessas invenções. Uma delas foi o Praxinoscópio, inventado por Émile Reynaud (1844-1918) entre os anos de 1876 e 1877. Este “dispositivo que deu a ilusão de movimento, substituindo uma imagem por outra por meio de espelhos prismáticos” (KOYAMA-RICHARD, 2010, p. 69, tradução nossa). Entretanto, seu sucesso durou pouco, sendo que uma nova invenção invadiria as telas de todo o mundo: o cinematógrafo.

A criação do cinematógrafo pelos irmãos Auguste (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948), de acordo com Koyama-Richard (2010, p. 71), mudou completamente a cultura de entretenimento no Japão, quando chegou no país em 1896, tornando as performances com as lanternas mágicas e outros dispositivos óticos cada vez mais raras e voltadas para um papel educacional. Para Chong (2011, p. 20), no início dos anos de 1900, as novas tecnologias e técnicas de cinema, (o cinema compartilha suas raízes históricas com a animação) como o cinematógrafo, trouxeram consequências consideráveis: “as disciplinas no meio da produção de filmes se diversificavam em áreas especializadas, incluindo a criação de filmes animados” (CHONG, 2011, p. 20), como é o caso dos japoneses. Em pouco tempo, os japoneses começaram a importar produções europeias e americanas, proporcionando a criação de suas próprias empresas cinematográficas. Iniciava-se, assim, uma adaptação da cultura japonesa às novas tecnologias e ao caráter empresarial.

Os Cavaleiros do Zodíaco: Alguns Aspectos Gerais e Técnicos
Para Wells (2012, p. 15), o processo de desenvolvimento de uma animação, ou seja, no início quando ainda se faz os esboços, é tão importante quanto a criação final. Segundo ele, como disse Ollie Johnson, animador da era de ouro da Disney, o desenho à mão está intrinsecamente envolvido com o pensar e com o processo de execução técnica. A ideia de Johnson é de que se deve sempre visualizar, relembrar, propor uma forma de comportamento e traçar os contornos sobre o que se quer com determinado desenho.

É imprescindível conhecer as especificidades técnicas do referido anime, o que legitima a exposição anterior sobre a história da animação japonesa. A característica de cada desenhista se faz presente em cada animação, como é o caso de Araki Shingo (1939-2011) e Himeno Michi (1956-), responsáveis pelo design da série de televisão dos Cavaleiros do Zodíaco.

Araki Shingo enfatiza muito a androgenia das personagens e as cenas de lutas de forma antirrealista, enquanto que o traço de Michi, segundo Chatrian e Paganelli (2010, p. 82), é mais doce, suave e atencioso. Os olhos são mais sutis e muitas vezes com certa melancolia. Além disso, as personagens são mais adultas e as sombras mais destacadas:

“A partir deste momento, longos cabelos coloridos que sinuavam ao vento tornaram-se a marca registradas de Himeno, que culminaram em Saint Seiya. Os rostos de seus homens são muitas vezes efeminados, enquanto seus corpos esbeltos se dobram facilmente e se movem de uma maneira altamente sugestiva, como se estivessem se apresentando no famoso balé de Hyogo. (CHATRIAN; PAGANELLI, 2010, p. 82, tradução nossa)”.

Estas são as marcas registradas de Michi no anime. Como mencionado acima, isso é perceptível com as personagens Hyoga (Imagem 2) e Afrodite (Imagem 3), que são personagens masculinas, mas com traços femininos. Os cabelos são coloridos (estes sendo de várias cores), esvoaçantes, as cores chamativas e mescladas entre tons claros e escuros. O traço é mais melancólico e firme (Hyoga) e delicado e suave (Afrodite).


Imagem 2- Hyoga de Cisne.
Fonte: Saint Seiya Wiki. Hyoga de Cisne. Disponível em: http://pt-br.saintseiya.wikia.com/wiki/Hyoga_de_Cisne. Acesso em: 06/12/16.


Imagem 3 - Afrodite de Peixes.
Fonte: Saint Seiya Wiki. Afrodite de Peixes. Disponível em: http://pt-br.saintseiya.wikia.com/wiki/Afrodite_de_Peixes. Acesso em: 06/12/16.

Por ser um anime cujo gênero é o Shonen, ou seja, destinado para o público jovem masculino, com ênfase em cenas de lutas, ação, com personagens robustas e bem desenvolvidas, essas características são bem trabalhadas nos Cavaleiros do Zodíaco. Há a presença de sangue, seus corpos são esbeltos e os braços bem definidos, cabelos coloridos, cores de fundo fortes para dar ênfase no momento da luta. Além disso, por ser uma adaptação do mangá, ao ser transformado em série de televisão, elementos como música, movimentos e cores são implantados.

Ademais, como se vê nas imagens 4 e 5, há diferenças entre a imagem do mangá, em preto e branco e a do anime, com cores claras e escuras, traços marcantes, especialmente para dar um aspecto de suspense, e chamar a atenção do leitor e do espectador, em relação a cena:


Imagem 4 - A Exclamação de Atena (mangá).
Fonte: Os Cavaleiros do Zodíaco, volume 37, página 19, ano 2006. Disponível em: <https://lermangasonline.xyz/manga/saint-seiya/capitulo-37/>. Acesso em: 11/06/17.


Imagem 5 - A Exclamação de Atena (anime).
Fonte: Os Cavaleiros do Zodíaco. Disponível em: http://saintseiyadf.blogspot.com.br/2010/. Acesso em: 11/07/16.

Assim, conhecendo a animação nipônica em seus aspectos técnicos e históricos, proporciona ao professor, não utilizá-la a meramente ilustrar o conteúdo, mas sim usá-la com toda sua potencialidade e características próprias para que os alunos compreendam a linguagem do anime e percebam como o conteúdo histórico (História Medieval, História Grega, cultura, miscigenação, religião, etc.) ganha uma forma específica nos Cavaleiros do Zodíaco.

O Audiovisual Na Sala De Aula
O uso do recurso audiovisual é muito frequente no cotidiano escolar, especialmente na disciplina de História. Filmes com temáticas históricas são mobilizados com o intuito de desenvolver a compreensão dos alunos acerca de determinado conteúdo, seja a nível fundamental, médio ou superior. Porém, muitos professores usam esse recurso de forma a meramente ilustrar sua aula ou como algo que simplesmente ocupa um tempo ocioso, sem problematizá-lo nas suas especificidades e considerá-lo como um discurso acerca de determinado passado.

Assim, após se discutir a história e as características da animação japonesa, compreendendo-a em suas especificidades técnicas, propõe-se que, mais do que ilustrar ou ocupar tempo, o recurso deve ser uma ferramenta que propicie educar para o audiovisual. O que significaria compreender como determinada experiência histórica é mobilizada e contada segundo uma linguagem específica, seja ela do cinema ou da animação.

Silva (2013, p. 153) salienta que existe um uso equivocado da linguagem audiovisual, tal como apontado anteriormente. Para ele, usá-la em sala de aula significa que o professor deve desenvolver o domínio tanto da disciplina que leciona, quanto dos equipamentos e da linguagem dos recursos que serão necessários para o desenvolvimento das discussões em sala de aula. Estes recursos vão desde filmes, documentários e animações. A maioria das escolas possui os equipamentos necessários, mas os professores, muitas vezes, não sabem manuseá-los ou não possuem motivação ou preparação para isso, prejudicando o uso desse recurso.

Utilizar o audiovisual como um “tapa buraco” nas aulas, como afirma Silva (2013, p. 161), é o mesmo que isentar a escola e o professor da responsabilidade de trabalhar criticamente sobre esse recurso. Isso dificulta que os alunos despertem um senso crítico e analítico e o perceba como algo inovador. Nesse contexto, é importante conhecer bem a linguagem do recurso que estará utilizando, para pensar como uma determinada história ganha forma através do audiovisual. Como aponta Rosenstone (2010), a linguagem cinematográfica é metafórica, ou seja, não é uma representação transparente do real. Este raciocínio pode ser válido para a linguagem da animação.

Pensar no filme histórico ou fictício, é compreender que ele não terá como objetivo fornecer as “verdades” que aconteceram no passado, mas sim que se trata “de um drama, de uma interpretação, uma obra que encena e constrói um passado em imagens e sons” (ROSENSTONE, 2010, p. 60).

Mas como conhecer os aspectos técnicos da animação pode ajudar o professor? Além disso, qual o objetivo do professor? Conhecer esses aspectos, ou estar familiarizado com determinado tipo de recurso, proporciona ao professor, educar para o audiovisual, ou seja, a entender como é a linguagem da animação a partir de suas características próprias. Como mencionado por Rosenstone (2010, p. 77-78), o objetivo não é apenas ler o que está na superfície, mas sim o que essa mídia sugere, para despertar o interesse e também o senso crítico do aluno, que está familiarizado com ela, principalmente devido ao bombardeio de informações que o mundo multimídia proporciona.

Pesquisa de Campo e Análise dos Resultados
Parte-se da hipótese de que uma maior familiaridade com o recurso e suas especificidades pode conduzir a uma utilização em sala de aula que se oriente pela educação para o audiovisual, ou seja, trata-se, de auferir a relação dos futuros professores com a animação japonesa, por isso, as questões elaboradas iam desde se os alunos conhecem o anime Os Cavaleiros do Zodíaco, se ficaram claras as suas características técnicas, seu entendimento sobre anime e mangá, até se o anime seria um bom recurso didático para o professor, entre outras.

Participaram da pesquisa 34 respondentes com idade ente 17 e 50 anos. Entre eles, 80% afirmaram conhecer o anime dos Cavaleiros do Zodíaco, 70% na turma do 1º período e 30% na do 5º período, conseguiram identificar o conteúdo histórico dentro dos episódios e 100% deles, afirmaram que o anime pode ser um recurso didático para o professor, desde que o mesmo conheça as especificidades técnicas da animação. O que se contradiz com uma das questões propostas, em que foi perguntado se eles conseguiam identificar uma animação japonesa, e 15% dos respondentes do 1º período e 35% do 5º período, não conseguiam, confundiram animação japonesa com os cartoons americanos, demonstrando assim a necessidade de se conhecer a animação ou o recurso audiovisual que se pretende utilizar em suas particularidades próprias.

Considerações Finais
Com os dados obtidos com os questionários, ficou perceptível que os alunos/futuros professores ainda precisam conhecer melhor o recurso audiovisual – a animação japonesa – para poder usá-la com toda sua potencialidade. Como foi notado nas respostas dos respondentes, apesar de uma relativa familiaridade, muitos sequer conseguem identificar uma animação nipônica, confundindo-as com as animações norte-americanas. Além disso, os respondentes apresentaram dificuldades em entender o que seria uma animação. Por outro lado, é curioso observar que salientaram a importância em ter domínio sobre o conteúdo, sobre o tema, pois só assim a animação conseguirá chamar a atenção dos alunos. Mas não é preciso, também, ter domínio da linguagem que veicula o conteúdo, tal como defendido pelos autores aqui apresentados? As respostas evidenciariam que, apesar da identificação do audiovisual, os futuros professores ainda concentrariam esforços na mobilização do recurso audiovisual como uma ilustração ou passatempo. Este último ponto, justifica ainda mais a necessidade de entender a animação nipônica em suas particularidades e especificidades, aprofundando e desenvolvendo aquela familiaridade inicial que os respondentes apresentaram através de estudos de caráter mais técnico da animação japonesa.

Os resultados alcançados demonstram a relevância e como é imprescindível o entendimento do recurso audiovisual, especialmente hoje em dia, em que estão cada vez mais presentes nas vidas das pessoas, principalmente dos alunos do ensino fundamental e médio. E também, demonstra-se a importância de, ainda na universidade, os alunos/futuros professores conhecerem e aprenderem a utilizar o recurso audiovisual, de forma, a usufruir de suas potencialidades nas suas práticas docentes, aprofundando algo que já tiveram contato em algum momento de suas vidas. Recupera-se e enfatiza-se assim, a legitimidade de se utilizar esse tipo de mídia na educação. Este, por outro lado, é um assunto recente nas discussões acadêmicas, mas poderá ser um dos temas de uma próxima pesquisa.

Referências
Priscila Nascimento Marcelino: autora. É Especialista em Letramento, Alfabetização e Inclusão e também graduada em Licenciatura em História, ambas pela Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Pires do Rio.
Marilena Julimar Fernandes: orientadora. É Doutora em História de Goiás pela Universidade Federal de Goiás-Goiânia (2013). Desde 2002, atua como professora e Coordenadora Adjunta de TCC na Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Pires do Rio.
Bruno Tadeu Salles: co-orientador. É Doutor em História Medieval pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013), e atua como professor de História Medieval da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

CHATRIAN, Carlo; PAGANELLI, Grazia. Manga Impact! The Word of Japanese Animation. 1.ed. Londres: Phaidon, 2010.

CHONG, Andrew. Animação Digital. Porto Alegre: Bookman, 2011.
KOYAMA-RICHARD, Brigitte. Japanese Animation: From Painted Scrolls to Pokémon. Paris: Flammarion, 2010.

MANZATO, Antônio José; SANTOS, Adriana Barbosa. Elaboração de questionários na pesquisa quantitativa. 2012. Disponível em: http://www.inf.ufsc.br/~verav/Ensino_2012_1/ELABORACAO_QUESTIONARIOS_PESQUISA_QUANTITATIVA.pdf. Acesso em: 22/06/17.

ROSENSTONE, Robert A. A História nos Filmes. In:____. A História nos filmes, os filmes na História. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.

SILVA, Thiago de. Hegemonia Audiovisual e Escola. In: SILVA, Marcos (Org.). História, que ensino é esse?. Campinas: Papirus, 2013.

TOSCHI, Mirza Seabra. Linguagens Midiáticas em sala de aula e a formação de professores. In: IX ENDIPE IGUALDADE E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO, 12, 2002, Goiânia. p. 01-08.

WELLS, Paul; QUINN, Joana & MILS, Les. Desenho para Animação. Porto Alegre: Bookman, 2012.

8 comentários:

  1. Prezada,

    Li seu texto e é bem interessante, pois, como assistia muito CDZ me chamou logo atenção... mas, agora discorrendo como pesquisador e não como fã dos CDZ, tenho algumas ponderações:

    1. Teu resumo traz algumas incongruências como: falta do método utilizado; você cita "Nesse sentido, apresenta-se ao professor o desafio de como utilizar tal recurso", mas, no decorrer do texto fala dos alunos licenciandos futuros professores. E por fim, não trouxe a tona o resultado da tua pesquisa. Se estou enganado, em qual momento do resumo fizestes tais definições?

    2. Também senti falta da relação entre a utilização do anime como recurso audiovisual e o currículo da história, ou seja, em qual contexto histórico você quis inserir a Saga de Hades? Esse ponto ficou solto e sem relação entre usar o recurso e a finalidade em relação ao currículo proposto pelo seu plano de aula. Pois, apenas verificar o uso do anime como recurso audiovisual, sem sua relação com o conteúdo histórico curricular proposto, esvazia tua proposta. Se estou enganado, em qual momento deixastes claro tal proposta?

    3. E por fim, seria interessante que deixastes o questionário de alguma forma visível para que pode-se ser confrontado com tua pesquisa, e as relações entre as perguntas e o problema proposto. Ou deixastes o questionário visível em algum momento?

    João Ferreira Sobrinho Junior

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  2. Olá João, boa tarde!
    Vou responder de acordo com o que entendi de seus questionamentos:
    1) Em relação ao resumo, não coloquei um método, pois não discuti isso no texto. A ideia é mostrar aos futuros professores, que a utilização de uma animação japonesa, deve ir além de um tapa buraco: "Não se trata de meramente ilustrar o conteúdo, mas desenvolver, junto com os alunos, as habilidades para compreender uma linguagem específica e como determinados conteúdos históricos podem ganhar sentido a partir de sua mobilização". Agora, sobre o resultado da pesquisa, realmente não coloquei no resumo, falha minha. Mas no corpo do texto está inserido, nas considerações finais.

    2) A ideia, neste caso, é utilizar o anime para trabalhar com história antiga (civilização grega, e para ser mais específica, sobre mitologia). Acredito ter ficado vago seu entendimento, devido a falta de espaço no texto, fazendo com que a pesquisa aparecesse aqui, de forma fragmentada. Mas é importante que eu ressalte, que, a ideia central do trabalho, não é trabalhar com o conteúdo em si, mas sim trabalhar uma linguagem específica, no ensino de história, no caso, a animação japonesa.

    3) Infelizmente, o questionário, por ter ficado extenso, não foi possível colocar aqui. Mas, se você quiser, posso enviar por e-mail.

    Espero ter conseguido responder aos seus questionamentos. E desde já, obrigada!

    Priscila N.

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  3. Olá Priscila.
    Parabéns pela iniciativa.
    Quando realizamos uma pesquisa com uma temática tão vasta, isso vai gerar muitas dúvidas e incertezas, tanto entre você e a pesquisa e as pessoas que acabam tendo acesso ao seu texto. Como o outro colega mencionou acho que a relação com o conteúdo ajuda a compreensão do que você deseja trabalhar e como resolver os problemas de trabalharmos como um audiovisual. Mas você está de parabéns.
    Só gostaria de salientar que um trabalho com uma fonte desse tipo vai precisar de muito tempo, afinal esse item precisar ser trabalhado detalhadamente e isso precisa de mais tempo (no caso do que você utilizou).
    Sobre a escolha do Anime CDZ, eles são a base da escolha de muitos professores atuais, como é o meu caso, tomei gosto pela História assistindo os Cavaleiros na minha infância e essa curiosidade sobre os heróis, deuses e constelações me levaram a ser professor de História.
    Sobre a falta das universidades notarem a importância desse tipo de ferramenta (fonte) no ensino de História, você acredita que isso tem relação com o fato de muitos desses professores não terem presenciado e desfrutado desses animes durante a sua juventude ou formação acadêmica?

    Abraço
    Anderson da Silva Schmitt

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  4. Olá Anderson!!
    Obrigada!
    Sim, concordo com você em relação ao tempo, tanto que, essa pesquisa foi realizada para minha monografia, e tive apenas 1 ano para fazê-la.
    Sim, o CDZ também influenciou na escolha de minha profissão, bem como do meu curso.
    Sobre seu questionamento: pelas leituras que tenho sobre o assunto, diria que vai além do "não terem presenciado e desfrutado desses animes durante a sua juventude ou formação acadêmica". Muitos conhecem, mas não acreditam na potencialidade do uso do anime como recurso didático. E os que não conhecem, se lhes for apresentado, podem ficar com receio de usá-lo.
    Espero ter respondido sua pergunta, e mais uma vez, obrigada pelos elogios e também colocações, isso ajuda muito para melhorar a pesquisa.

    Abraço
    Priscila N.

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  5. Boa noite, Priscila.
    Parabéns pelo texto. Muito bem escrito e muito didático também. Eu como fã de animes e colocando CDZ como um dos meus favoritos, fico muito feliz com tua discussão. Concordo com os colegas com relação ao período histórico e o dialogo com a saga de Hades, que de certa forma, ficou um tanto quanto impreciso. Entretanto, creio que a falta de espaço contribuiu para que dúvidas nesse sentido surgisse. Minha pergunta é voltada a esse universo tão vasto que encontramos nos animes. Quais outros animes você acredita que podem ser trabalhados em sala de aula?

    Glauber Paiva da Silva.

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  6. Olá Glauber, bom dia!
    Obrigada!!
    Alguns dos animes que podem ser trabalhados em sala de aula (pensando no conteúdo ou mesmo em questões de ética, de vivência, enfim, de acordo com o que o professor desejar) podem ser: FullMetal Alchemist Brotherhood, Shingeki no Kyojin, Fate Stay Zero, Naruto, Hakuouki Shinsengumi Kitan, entre tantos outros. A área da animação é muito vasta, um professor que conhece bem a animação, terá várias opções.
    Espero ter respondido sua pergunta.
    Abraço!

    Priscila N.

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  7. Olá Priscila, parabéns pela iniciativa.
    Gostaria de saber sobre a possibilidade e o modo como podemos trabalhar com "Os Cavaleiros do Zodíaco" pensando o momento em que foram produzidos? E quais são as possibilidades de sair dos episódios e passar para a realidade dos estudantes?

    Abraços,
    Daniela Melo Rodrigues
    danielamelorodrigues@hotmail.com

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  8. Olá Daniela, boa noite. Obrigada!
    Sobre sua primeira pergunta, vai depender muito do que o professor terá em mente. Não existe um modo específico para trabalharmos com ele, então a maneira de se trabalhar será da criatividade do professor.
    Sobre o segundo questionamento: bom, no caso da história, sempre que formos trabalhar com algo em sala, é bom tentarmos fazer uma ligação entre o conteúdo é a realidade atual. No CDZ, por serem vários episódios, poderíamos utilizar alguns que fala sobre a religião grega, por exemplo, e tentar fazer um conexão com a religião dos tempos atuais, quais mudanças, semelhanças, etc... Como disse antes, vai depender muito do que o professor deseja e de sua criatividade.
    Espero ter respondido suas perguntas!!

    Abraço,
    Priscila N.

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