NO ENSINO DA HISTÓRIA BRASILEIRA ONDE
ESTÁ O NORDESTE?
De alguns tempos para cá, o Nordeste
Brasileiro tem sofrido inúmeros ataques preconceituosos, homofóbicos, racistas
e crimes de ódio. São adjetivos que pasmam devido o tamanho desprezo representados em
sua maioria,nas redes sociais. Casos recentes por conta da Copa do Mundo de
2014, eleição da ex presidente Dilma Rousseff e o momento político de 2018, revelam
frases estarrecedoras, como por exemplo:” O Nordeste não sabe ler, escrever, falar
e nem votar.” Como pode compatrícios do mesmo país impregnarem-se de xenofobia?
O estudo da História representa esta região da mesma forma que, cotidianamente
o facebook e o whatsApp veiculam de acordo suas ideias preconcebidas? E afinal,
que relevância o Nordeste transmite para
a historicidade desta nação de tamanha magnitude cultural?
Inicialmente, há de se registrar que
no Nordeste, concentra-se imenso celeiro dos vestígios da Pré-História na Bahia
e no Piauí, sobretudo. Foi aí que teve a procedência do colonialismo europeu
desde 1500, entretanto, o foco de exploração a priori era o litoral e não o
interior. A exploração deste fértil rincão foi evidente quando os portugueses
ambiciosamente devastaram a sua composição atual: a Zona da Mata ,o Agreste, o
Meio-norte e o Sertão, na sede de estancar a crise portuguesa desde o século
XIV, lucrando com o comércio do açúcar. Como o gado no litoral não poderia
ficar, pois, pisotearia as plantações de cana de açúcar, essa foi a largada encontrada,
abrindo fissuras para as fronteiras do interior e o sertão nordestino teve destaque econômico com a pecuária bovina para saciar a
casa-grande e, por vezes, com os restos viscerais, matava a fome da senzala.
Pode-se enfatizar o lado de bonança para
a Europa tanto em termos de lucros financeiros como possibilidade de expandir e
ocupar muito mais o território brasileiro. Inversamente, a devastação foi
gradativa e devoradora na zona litorânea entre os séculos XVI ao XIX. Prova
concreta, a Mata Atlântica do Nordeste agora, tenta se restabelecer dos desmandos da sua colonização, diante dos
resquícios de um pouco mais de 7% de mata nativa conservada. Consoante o
jornalista CLÁUDIO MOTTA (2012), ”Isto é resultado de um processo histórico de
anos de pressão e convívio com plantações, sobretudo de cana-de-açúcar”.
Reportando outrossim, no século XVII, quase todo solo nordestino era do fidalgo
Garcia d’Ávila, filho de Tomé de Sousa, primeiro governador geral e fundador de
Salvador, primeira capital do Brasil. No prelúdio ainda desde século, precisamente
1763, o que levou o Nordeste a perder sua rota econômica e Salvador deixou de
ser capital? A febre aurífera do Sudeste
contagiou os portugueses em busca de
saída para o progresso,
explorando os metais preciosos! Mudando a capital e servindo-se do Porto
do Rio de Janeiro, as viagens com destino à Europa levando os minerais
tornaram-se mais abreviadas para chegar em Portugal. Não quer dizer, todavia, que
o Nordeste se tornou terra de ninguém, inóspito e de um povo a revelia sem
saberes.
Em análise recente sobre alguns
livros didáticos de História, existem historiadores que divergem em uma
linguagem estereotipada, definindo os nordestinos como pessoas franzinas, desprovidas
de perspectivas, uns eternos caipiras vivendo em volta das regiões mais
abastadas e progressivas. Enquanto outros materiais, trazem o fato histórico, porém,
não esquecem de enfatizar a hombridade dessa gente dentro daquele processo. Quando o
escritor paulista, Monteiro Lobato escreveu sobre o Jeca-Tatu no livro Urupês
em 1914, certamente, nem imaginaria o alvoroço que causaria. Na sua ideologia
literária, o Jeca era um caipira preguiçoso, sem higiene, de barba e calcanhares
rachados que não se acostumou com a civilização. No artigo ‘Outro sertão é
possível: novas vozes para outros olhares sobre identidade,memória e a relação
de pertencimento do sertanejo com sua região’, as educadoras TARCILA DE
OLIVEIRA E CLÁUDIA PEREIRA (2013,p.49) corroboram e reafirmam que: “O regime dessa verdade discursiva
produzida pelo autor se estabeleceu na consciência nacional de forma pejorativa
e negativa. Monteiro Lobato buscou se retratar na quarta edição do livro
Urupês, ainda em 1918.”
Já do livro ‘Os Sertões’ de Euclides
da Cunha, costuma-se extrair fragmentos retratando a Guerra de Canudos, o
cotidiano da gente nordestina que vivia no Arraial do Belo Monte, por volta de
1893-1897. O próprio autor chegou a dizer e escrever: “ O sertanejo é antes de
tudo um forte.” Levando para o lado da auto-afirmação identitária e a força de sobreviver, realmente, esta visão
descreve em parte o Nordeste porque mesmo tendo coragem de enfrentar os
desafios, o Estado não deveria negligenciá-lo . E segue um detalhe muito preciso acerca de Euclides. Ele
viveu a era da teoria do branqueamento, teve certa resistência a essa prática
elitista, acreditava que o sertanejo idealizado por ele era capaz de construir
a nação sem necessidade da miscigenação, algo que apagaria seus traços
genótipos e as qualidades. Não deveria então, ter sangue negro, por
considerá-lo ser inferior. Essa política de cor atrelada ao processo
socioeconômico e cultural, aparentemente desapareceu do panorama brasileiro, após
muitas lutas de resistência, inclusive no Nordeste. Assim, muitos livros
nominam este recorte histórico de mito da democracia racial porque ainda pesa
sobre o Brasil contemporâneo, uma pátria livre, ordeira, sem conflitos de
classe, sem discriminação e sem exclusão. Será que os relacionamentos entre seu povo, seja do
Norte, do Sul, do Sudeste ou Nordeste, são totalmente pacíficos, antirracistas?
Há observância com certo cuidado para algumas lutas populares nordestinas ocorridas nos
séculos XVIII, XIX e XX, que bem valem ser lembradas: a Inconfidência Baiana (1798), a Independência
da Bahia (1823), a Confederação do Equador (1824) a Revolta dos Malês (1835), a
Sabinada (1837),a Balaiada (1838), a Guerra de Canudos (1897) e o Cangaço no
comando de Lampião (década de 1920 até os anos 30). Foram exemplos de movimentos
sociais carregados de atitudes e
manifestos ocorridos paralelos à situação da exploração, aumento de impostos, “indústria
da seca”, poder dos coronéis, compra de voto, escravidão,negligência ao sertão
e a desigualdade social. Getúlio Vargas, na década de 40, foi vangloriado como
aquele que estava civilizando o Nordeste e modificando o sertão, porque
autorizou construir o Açude do Cocorobó, obra concretizada em 1969. Mas, qual
livro retrata a sua intenção de ”apagar” a história de Canudos como forma de menosprezar
a história daquele povo que queria ser livre da “canga” do coronel e ter a sua
própria terra? Consideravelmente, não existe cultura pior ou melhor, todavia, a
visão eurocêntrica permeia certas mentalidades capazes de reafirmar que a
Região Nordeste é dependente das demais (Sul e Sudeste). Termos históricos como
jagunços, bandidos e famigerados circundam certos livros históricos porque seus
autores utilizam o olhar da vitimização,até sem maldade de expressão, talvez, e
não internalizam a desconstrução de tais
pontos de vista que acabam virando certos vícios de linguagem. Ver pelo
retrovisor da caatinga quando está seca e do chão rachado, é muito elementar expor
esta região literária, musical, teatral e artesanal, representada por grandes
expoentes como Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins
do Rego, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Patativa do Assaré, Luiz
Gonzaga, Gilberto Gil, Fagner, Renato Aragão, Carlinhos Brown, Lázaro Ramos, Caetano
Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Cláudia
Leite, Mestre Vitalino e tantos outros.
Felizmente,
ações afirmativas vêm demonstrando a viabilidade da sustentabilidade ser possível no Nordeste. Isso faz contribuir com
o avanço da economia nacional,a independência local e a propagação do “armazém cultural”. Não se pode mais conceber
certos termos aviltantes como coisa inocente, inofensiva e graciosa porque eles
ferem a dignidade humana. Há uma necessidade de experienciar a História para
além do que o material didático propõe, pois, há outras formas de conhecer um
povo. Na capital sergipana, Aracaju, existe o “Museu da Gente Sergipana”.
Quanto conhecimento está ali não apenas daquele Estado ,mas também do Nordeste
em si! As amostras culturais mesclam o uso da tecnologia com objetos de época
vivenciados pela população. A impressão é de quem está vivendo concretamente
aquele momento rememorado pela fala dos expositores, pela dança, pelos
mamulengos, pela música, pelo cordel, pelos artesanatos, etc. Em certos
governos federais , projetos e órgãos foram criados a serviço da Região Nordeste. O DNOCS (1945), a Comissão
do Vale do São Francisco (CVSF/1948), hoje denominada Companhia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF). Já em 1952, o Banco do
Nordeste do Brasil (BNB), a
SUDENE (1959-2001),sendo recriada no período de 2007. E O PROJETO SERTANEJO (1976),
que foi extinto no ano de 1985 sendo substituído pelo PROJETO NORDESTE. Tais
obras prestadas contribuíram para a
formação pessoal e coletiva. Foram o ápice de muitas mudanças para as famílias
beneficiárias. Inúmeros conhecimentos adquiridos por meio destes projetos dão
vida à história de quem viveu ou ainda vive. CIRCE BITTENCOURT (2012,p.198), preconiza sobre o ensino de
História e a importância da identidade nacional:
“
E a questão que permanece é a de saber o papel que a História do Brasil deve
ter na formação das novas gerações, sobretudo, considerando que a escola se
tornou um lugar mais democrático, que visa atender a jovens provenientes de
todas as camadas sociais e que evidentemente, não se identificam com uma
História restrita a um passado construído sob critérios de valorização de uma
elite.”
Essa visão de Bittencourt, remete a
compreensão que a historiografia tem trazido como forma de conceber o ensino da
História do Brasil e suas características regionais. Que
não se pode exaltar ou espicaçar
aspectos vitais de um povo, deve-se analisar a pluralidade, suas diferenças e
semelhanças, a fim de que sejam evitadas
dos seus vocabulários e da prática de vida, as opiniões formadas nos alicerces
da submissão, indiferença, xenofobia, discriminação regional e cultural. E, mediante
a postura de qualquer historiador, aprender a ser crítico para que não se perca
o sentimento de pertença étnica, o cultivo dos valores e o respeito ao meu
espaço e o espaço do outro.
Referências
Ivanize Santana Sousa Nascimento é graduada em
Pedagogia, especialização em História e pós-graduada em Cultura Afro. Atua como
professora de História da Educação Básica nas redes pública e privada do
município de Itiúba/BA.
No ensejo de estar participando mais uma vez deste momento de reflexão histórica, agradeço poder
argumentar quão importante é o meu Nordeste e o Sertão. Bem verdade, a vida por aqui não é
moleza, porém, juntando a coragem, a fé, a esperança, a força de vontade, o
amor ao que fazemos, somos capazes de dizer o quanto vale ser tão nordestino no sertão.
BITTENCOURT, C. Identidade nacional e
ensino de História do Brasil. In: KARNAL, L. (Org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São
Paulo: Contexto, 2012.
INSTITUTO HUMANITAS USININOS – IHU.
Canudos resiste a 120 anos de massacre. Rio Grande do Sul, 27 out. 2017. Disponível
em:
>Acesso em: 30
jan.2019.
MOTA, C. Mata Atlântica no Nordeste
registra perda de porte. Jornal O Globo,Rio de Janeiro, 29 mai. 2012.
Disponível em: <https:oglobo.globo.com > Sociedade > Ciência> >Acesso em: 30 jan. 2019.
SANTANA,
O. de . T; VASCONCELOS, P. C. Outro sertão é possível: novas vozes para outros
olhares sobre identidade,memória e a relação de pertencimento do sertanejo com
sua região. Juazeiro: RESAB, 2013.
Em seu cotidiano em sala de aula, como você tem buscado alterar esta imagem depreciativa e vitimizadora do povo nordestino?
ResponderExcluir--Ingrid Requi Jakubiak
Boa-noite,Ingrid! Pois é,como amante do meu nordeste,confesso-lhe que tem horas de muita angústia e preciso me recolher para pensar o que fazer. A cada palavra,gestos ofensivos,eu choro de verdade! Quando decidi escrever este artigo foi justamente pensando nas escolas que leciono História e nos meus amigos que comungam das minhas ideias.Em uma das escolas,o tema anual é o NORDESTE...a discussão dos nossos saberes da terra para fortalecer nossos direitos.Costumo falar para os alunos sobre a minha militância política,religiosa...tudo voltado para o bem do Nordeste e do aprender a CONVIVER no Sertão.Que quando eu lhes falo de fatos históricos que retratam o nordestino,faço-os pensar nos dois lados:Quem mandava? Quem obedecia? Por que o Nordeste foi palco de intensos conflitos ao longo da História? Sendo assim,é por essa linha que trabalho e dou meu testemunho de que a maior superação é estudar,mostrar que não somos o que uns poucos pensam ou melhor,não pensam,nos agridem.Graças a Deus,já sinto resultados! Não sei se lhe respondi como deveria. Obrigada!
ResponderExcluirProfessora Ivanize, parabéns pelo belo texto. Gostaria de dizer que sou nordestina, piauiense e como oriunda do sertão, tenho visto a descriminação do nordestino e a desvalorização do nosso legado para a construção do Brasil que temos hoje. Pergunto a senhora, como mudar essa visão pessimista do nordestino e quais ações poderiam serem feitas pelas escolas e governantes, para que a História dentro do livro didático pudesse ser reescrita de forma que tirasse esse rotulo de homem coadjuvante que o nordestino carrega?
ResponderExcluirSueli da Silva Lima
Bom dia gostei de seu trabalho! O Nordeste tem uma importância fundamental na formação do Brasil é inegável. Mas quando me deparo com os livros didáticos, ainda vejo as mesmas temáticas como: cana-na-açúcar, escravos depois um salto para o século XIX, tivemos alguma influência, o café conseguiu tomar muito o espaço o espaço político desempenhado pelo Nordeste o século XX um imenso ostracismo e começo do século XXI! São perguntas sem respostas só nos restou atraso, estereótipos, analfabetos. Onde está a cultura a economia, o turismo do Nordeste.
ResponderExcluirBom dia, muito impactante seu texto! Mas, em sala de aula aonde pode ser mudado esse modo de ver o nordestino? E porque o nordestino é visto dessa forma?
ResponderExcluirSabrina Cavalli
Oi, Ivanize!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho. Gostei muito!
Ontem (dia 08/abr) foi noticiado uma declaração do novo Ministro da Educação (Abraham Weintraub), expondo seu achismo sobre as Universidades do Nordeste, pois, para o Ministro, as referidas Universidades deveriam deixar de ensinar disciplinas como filosofia e sociologia para focar no ensino de agronomia.
Gostaria de saber sua opinião sobre esse episódio, afinal, no meu entendimento, parece se aproximar da sua reflexão acerca da visão ‘alterada’, desinformada e boçal (de alguns) com o nordeste brasileiro.
Forte abraço!
Antonio José de Souza
Olá Ivanize! Parabéns pelo belo texto!!
ResponderExcluirSaliento a importância de se estudar o Nordeste pela perspectiva do Nordestino e o quão é importante é abrirmos espaço para pensar em como o Nordeste é representado nos livros didáticos de história.
Diante da análise desenvolvida gostaria de saber, como você tem buscado despertar a consciência histórica dos alunos no universo escolar, frente a promover a mudança na forma de ver o Nordeste, visando desenvolver a formação histórica e identitária dos alunos? E como a análise de Durval Muniz em " A Invenção do Nordeste" pode acrescentar nessa discussão?
Maria Elzita Alves Aragão
Essa ausência do Nordeste no ensino da história brasileira não estaria dentro de um processo mais amplo de planificação da história nacional, tendo como objetivo criar, ou impor, o mito de um país uniforme?
ResponderExcluirAlexandre Black de Albuquerque
Boa noite, Ivanize.
ResponderExcluirÉ sobretudo inaceitável determinadas falas que infelizmente ainda presenciamos a respeito dos nordestinos. A cultural nordestina é plural, diversificada e merece total respeito, então lhe parabenizo pelo trabalho. Contudo alguns pontos em sua discussão me deixaram com dúvidas. Por exemplo, quando cita o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, concordo que tal representação fixou-se no imaginário da nação. Todavia posso está enganado, mas essa representação do rural não seria do caboclo caipira paulista? Outra questão que me deixou pensativo foi com relação a região Nordeste em si. Você compreende o Nordeste como tal desde séculos antes de sua formação, já que de fato, o Nordeste apenas foi instituído como região no inicio do século XX, antes disso era considerado Norte. Então eu queria entender em qual período você compreende que essa região Nordeste "surge" e o que de fato o torna Nordeste?
Glauber Paiva da Silva.
Bom dia professora! Excelente trabalho parabéns por sua mensagem forte em realmente levantar a bandeira do povo nordestino, que muita das vezes sofrem um preconceito regional muito forte. Na sua opinião os discursos regionais que são trabalhadas em diversas obras, sejam elas literárias ou até textos informativos, na qual a própria mídia muitas das vezes aborda apenas a seca que castiga algumas regiões não apenas a nordestina mas como tantas outras pelo Brasil, faz criar e prosperar esse imaginário do povo nordestino que apenas ficou marcado por eventos contra o governo em seus movimentos que visavam protestar contra os abusos a seu povo ou como um local pobre sem desenvolvimento dependente de programas sociais perpassado para atualidade. você acha que os livros didáticos e os próprios profissionais com os avanços no conceito vem mudando essa visão?
ResponderExcluirFILIPE MACHADO CORDEIRO
Oi Ivanize, sou carioca, mas professora universitária há 15 anos no Nordeste. Já lecionei História do Brasil e História do Nordeste. Hoje leciono as disciplinas de Metodologia do Ensino e História e Patrimônio Cultural. O que vejo muito é um posiocionamento político. No RJ não tive aulas de História do Sudeste, até porque era muito consolidada a ideia de que tudo o que aconteceia no RJ, em SP e em MG era História do Brasil (mesmo que se ignorasse o ES). As demais regiões e estados aí apareciam como regional. Isso fica muito claro em coleções de livros como História da Vida Privada no Brasil ou História do Brasil Império ou História do Brasil Republicano, organizadas por autores do eixo centro-sul que incluem apenas 2 ou 3 textos do Nordeste dentre mais de 10 do sudeste e sul. E são sempre textos dos mesmos historiadores e das mesmas ies (UFBA e UFPE) como se o Nordeste se limitasse à Bahia e Pernambuco. Daí, apesar de termos excelentes pesquisadores, vermos sempre as mesmas narrativas de figuras pop como Luis Mott, Marcus Carvalho ou João José dos Reis. Muitos professores daqui do Nordeste também quando vão classificar suas pesquisas no Lattes do CNPq as colocam como "História Regional", sendo que um carioca ou paulista ou mineiro, por mais restrito que seja o tema vai classificá-la como "História do Brasil". Não está na mais do que na hora de publicarmos nossas próprias coletâneas de História do Brasil, invertendo esse eixo? Afinal, somos 9 estados, com um número muito superior de ies públicas e se nos unirmos ao Norte e ao Centro-Oeste, teremos uma presença política na historiografia muito mais incisiva que essa dominação de RJ e SP. Sabemos que essa dominação envolve posições de prestígio, bolsas de produtividade, cargos no CNPq e Capes, financiamentos, Programas de Mestrado e Doutorado concentrados no sudeste e perpetuado por instituições como USP, UFRJ, dentre outras. Não interessa a elas e a seus intelectuais uma descentraluização, afinal, teriam que diluir poder e verba, além de visibilidade, né?
ResponderExcluirO Nordeste é uma região que tem uma grande representação na construção do Brasil, em vários aspectos, seja cultural social ou político, diante do que foi apresentado quais seria as principais características da identidade Nordeste?
ResponderExcluirEduardo da Silva vicente Júnior
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirA região Nordeste, como citado acima, sofreu e sofre com comentários xenófobos em redes sociais, principalmente no pós-eleição em anos anteriores, essa mudança de cultura, ou seja, o povo amigável, hospitaleiro e etc como era identificado o povo brasileiro. Modifica e/ou radicaliza em quais aspectos dos conteúdos ministrados em sala de aula, uma vez que o governo atual quer acabar com o 'politicamente correto' ?
CARLOS DAVID SOUSA GUEDES
Em tempos de "Escolas sem partido" e até mesmo sem História, nossa luta não pode esmorecer nunca. Num bom papo durante uma aula da disciplina Historiografia Pernambucana do Curso de Licenciatura em História da UFRPE, lembramos que quando se estuda a História do Rio de Janeiro, automaticamente as pessoas ligam os fatos históricos à História do Brasil. Qualquer evento fora do antigo Estado da Guanabara é História local. Nossa função social é determinante na construção de um ensino de História plural e nacional.
ResponderExcluirExcelente texto professora. O Nordeste, sem dúvidas, foi uma das regiões mais importantes e participativas no processo de construção do Brasil, embora, seja caracterizado como um local sem importância para alguns. Mas enfim, na sua opinião, quais as metodologias corretas que o professor deve utilizar em sala de aula para desmistificar essa visão equivocada? E isso seria possível?
ResponderExcluirTalita Taline da Mata Silva
Boa-noite,Sueli!
ResponderExcluirObrigada pela apreciação ao meu texto!
Devo lhe dizer que eu creio muito no rumo da educação para as mudanças de certas posturas e ideologias. Porém,de uma verdadeira EDUCAÇÃO nos leve a sermos "pensantes"! Freire faz isso muito bem,não é?Por isso querem retirá-lo do rol das discussões pedagógicas. e quanto ao livro,há um embate porque não somos nós docentes que discutimos esse material,já vem pré-pronto...carta marela,carta azul...um disfarce...o livro já está quase escolhido. então,como propormos a inserção da releitura histórica se existe uma dose de manipulação de universidades,diretores da grande mídia todos envolvidos no "conteúdo" que não agrida a "mente" dos nossos alunos? Só lhe digo uma coisa,precisamos OUSAR...
Olá,José Walter!
ResponderExcluirObrigada por debruçar-se na leitura do meu texto e concordar com algumas entrelinhas. Realmente,tem perguntas que não cabem respostas...Só indignação! Quanto ao livro mesmo,eu tenho tido certo trabalho para pesquisar o melhor material que se encaixe no perfil do meu trabalho porque na rede pública ele vem quase escolhido...na rede particular,o professor tem certa autonomia de análise. E é como você diz,no andar,no rodar os exemplares quase todos trazem as mesmas visões históricas. Tive o prazer de trabalhar GILBERTO COTRIM (CONSCIÊNCIA DO BRASIL E DO MUNDO)e MÁRIO SCHMIDT (HISTÓRIA CRÍTICA).No que deu? O MEC e CIA BOICOTARAM...POR QUE SERÁ? E assim é a história do Nordeste...contada entre véus! Se descobrirem os véus...Mas vamos "recontar"!
Boa-noite,Sabrina!
ResponderExcluirObrigada pela leitura do meu texto!E pelo IMPACTANTE...senti daqui a veracidade das suas palavras,pois,quando redigi foi pensando mesmo nesse impacto. Devo lhe dizer que nada é fácil,principalmente,em tempos de MODERNIDADE,GLOBALIZAÇÃO,etc.Contudo,nas minhas aulas eu costumo usar os termos DESAFIOS HISTÓRICOS para iniciar algum conteúdo,assim analiso a visão dos alunos e em que posso ajudá-los na tomada de consciência dos fatos.Tenho tido muito trabalho,principalmente com os alunos da rede pública,porém,insisto e vou levando coletâneas de notícias depreciativas,postagens,bem como notícias de eventos voltados para a valorização do Nordeste e o Sertão,já que nós aqui somos sertanejos.
Quanto ao jeito de ver o Nordeste de forma pejorativa,parte de diversos elementos que cito no texto: o regionalismo,a indústria da seca,o êxodo NE-SUDESTE-SUL causado por quem? Enfim,falta conhecer este celeiro para mudar o jeito de viver e conviver.
Olá,Toni!
ResponderExcluirObrigada pela leitura do meu texto! Costumo dizer que eu escrevo aquilo que faz bem à minha alma. Poder falar do Nordeste nesse viés da historiografia é revelar a falta que eu sinto de vê-lo estampado nas páginas dos livros de História,tendo o lugar que ele merece e nós todos.
Quanto ao clima de governo do país e as propostas para a educação,tem me deixado atônita...Imagine banir a Filosofia e a Sociologia...Já temos um certo público pouco leitor,pouco produtor e pouco "pensante". O que será do futuro desta nação e do nosso Nordeste,então? Certamente,podemos deduzir:hordas de pessoas cumprindo deveres e não exigindo DIREITOS. Afinal,"manda quem pode,obedece quem tem juízo"...Todavia,não vamos nos curvar à canga dos doutorais da BRUZUNDANGA,como bendiz Lima Barreto!
Nossas universidades aqui,estão na precariedade, mas os manifestos de agora dão novo alento, para dizer que já foi o tempo em que o saber tinha que ficar tolhido nos muros acadêmicos.E viva a SOCIOLOGIA E A FILOSOFIA!
Olá,Maria Elzita!
ResponderExcluirObrigada pela apreciação do meu texto!
Creio que suas indagações já respondi para outros,tipo essa:nas minhas aulas eu costumo usar os termos DESAFIOS HISTÓRICOS para iniciar algum conteúdo,assim analiso a visão dos alunos e em que posso ajudá-los na tomada de consciência dos fatos. Sempre estou atenta para uma música,filme,documentário,notícias,postagens nas redes sociais, produzo cordéis, escrevo peças teatrais com os assuntos,etc.Imagine trabalhar com MORTE E VIDA SEVERINA,GUERRA DE CANUDOS,etc.Quando viajo em excursões com alunos, bem vejo o quanto eles se reconhecem nordestinos e não gostam nadinha dos xingamentos contra nós! Vejo que aí entram os questionamentos de Durval Muniz: queremos continuar ensinando e vivendo um Nordeste abatido pelo regionalismo criado pelas elites onde o nordestino é um impotente,dependente e desprovido de saberes ou revelaremos um nordestino de memória,inquieto,lutador,que também estuda e faz enfrentamento à seca,à fome aprendendo a conviver com o semiárido?
Um nordestino que hoje bem sabe a raiz dos nossos males: "O problema do Nordeste não é a seca,é a cerca" (Dom Tomás Balduíno).
Boa-noite,Alexandre!
ResponderExcluirObrigada pela sua mensagem!Concordo com suas colocações. Com certeza,acontece como foi o mito da "democracia racial".Tudo perfeito! Ordem e Progresso! quando que na verdade,não se respeita a equidade em todos os sentidos: político,econômico,cultural,social e religioso.
E sobre o Nordeste,paira sim,o mito da região "ociosa",que precisa entrar no processo "civilizatório" das regões abastadas.Assim,tudo fica igual!
Olá,Talita!
ResponderExcluirAgradeço o seu contato...
Olhe,foi desafiador escrever este texto e muito prazeroso!
Digo-lhe que não é fácil ser criativo,precisamente na disciplina de História. Contudo,gosto de levar novidades para a turma. Já citei isso em outros comentários:nas minhas aulas eu costumo usar os termos DESAFIOS HISTÓRICOS para iniciar algum conteúdo,assim analiso a visão dos alunos e em que posso ajudá-los na tomada de consciência dos fatos. Sempre estou atenta para uma música,filme,documentário,notícias,postagens nas redes sociais, produzo cordéis,paródias, escrevo peças teatrais com os assuntos,etc.Nem tudo flui a hora,mas com certo manejo,é um diferencial. Ainda costumo pegar trechos de novelas,como fiz com Cabocla e Gabriela.Como foi legal! Sem contar o refletir a mídia e a forma como ela trata o Nordeste.
A construção inventada dessa história do nordeste dá a impressão de que a região parou no tempo, os esteriótipos negativos dominam a opinião de muitos discentes que o reproduzem sem muitos questionamentos. Porém, mesmo no meio acadêmico a questão é pouco explorada, e diversos professores se formam sem muitas leituras sobre o tema. Quais os caminhos para mudar a abordagem desse assunto na própria academia?
ResponderExcluirGrata
Silvia Ayabe
Olá,Glauber!
ResponderExcluirAgradeço ter se debruçado sobre meu texto para comentar e questionar. Sem dúvida,vejo que é uma temática inesgotável! Vamos lá!Bem verdade,o Jeca contempla o interior paulista,contudo,acabou sendo exportado para o imaginário dessa parte do Brasil,o Nordeste. Cresci ouvindo meus familiares usando o termo Jeca para referirem-se ao caminhado,ao calçado trocado no pé,ao desalinho no corpo,etc.O próprio termo "caipira",configurou-se como sendo aquele que vive no meio rural nordestino,longe de tudo que é "civilizado". No São João,pintam os dentes das crianças,põem roupa xadrez,chapéu de palha e "sardas no rosto"...por quê? O filme Tapete Vermelho traz um cenário peculiar do Nordeste x Sudeste.Então,é a mesma coisa de até hoje vermos as crianças vivenciando o mundo das histórias infantis europeias,de princesas e príncipes,o que de certa forma,influenciam na vida delas, no jeito de ser,de ver o outro,nos sonhos,etc.A mídia televisiva traz nas novelas pessoas nordestinas com a performance de Jeca até hoje. Lembro-me muito bem que no ZORRA TOTAL um ator fazia o papel de nordestino,dizendo-se paulista também: "MEU LADO PAULISTA TRABALHA,ACORDA CEDO...MEU LADO BAIANO SÓ PRAIA,ACARAJÉ E FESTA". Ridículo,não? Quanto me apossar dessa consciência do NORDESTE que vejo hoje,foi indo em busca das minhas inquietações mesmo.Pois,dos anos 50 para cá,é que esta região começa a despontar sendo visualizada nos movimentos sociais,populares e de classe média. Era dos governos desenvolvimentistas,mas por outro lado,o nordestino toma consciência do seu contexto,precisamente, no interior.Nos anos 60,70,80,não foi diferente,em tempos de ditadura massificante. Eu que nasci em 70,cheguei nos meus 13 anos,frequentando mais ainda a Igreja Católica e sua atuação ao lado dos oprimidos sem casa,sem-terra,sem estudo,sem lazer,sem dignidade,enfim!Participei de muitos movimentos e trago certos referenciais para minha vida pessoal e profissional...Frei Beto(conheci pessoalmente no MOC em 2017),Leonardo Boff,Padre Araripina, Dom Tomás Balduíno, Dom Pedro Casaldáliga,etc.Se hoje,eu mulher da zona rural,educadora,que me dedico a escrever,poetizar a vida,participo de quase tudo referente ao Nordeste,ao meu sertão e compartilho em sala sim.Só tenho que agradecer a estes momentos que me fizeram valorizar o real Nordeste,que está para além do "regionalismo" elitista de outrora.Não é fácil mesmo nesta contemporaneidade,pois,o ranço coronelista persiste e assumir-se como sendo nordestina,que pode enfrentar um prefeito autoritário,um vereador promessinha,que não vende seu voto e acaba sendo demitida por isso, que pede um dia ao diretor porque vai participar da MISSÃO DA TERRA, DA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR,às vezes,é comprar briga,Glauber!Contudo,esta é a cara do NORDESTE!PENSO!!!
Boa-tarde,Felipe!
ResponderExcluirObrigada por ter escolhido esta temática para suas reflexões!
Sobre os avanços que têm visualizado o Nordeste que penso e acredito que você também,já existem sim,cabeças pensantes mudando mentalidades. E no meu texto sinalizo alguns deles.Portanto,vamos avante! E naquilo que não condiz com a realidade histórica,sejamos porta-vozes juntamente com alunos e a sociedade que precisa não apenas de informações,mas de formação e conhecimento!
Ola,Janaína!
ResponderExcluirPrazer saber que você é docente como também sou.Realmente,devo concordar que a célula cancerígena do atraso do Nordeste ainda hoje,é a "politicagem",os acordos politiqueiros e interesses mesquinhos.Prova disso,o desmantelamento da educação em si neste momento que estamos e o Nordeste,sendo bem visto pela quantidade de décimos- terceiro para o bolsa- família! Meu Deus! Se encampasse realmente,uma separação,como seria notório ver evoluir
o potencial que já temos aqui!Aguardemos os próximos passos...sem desistir do que cremos,sem nos curvamos aos novos cabrestos!!!
Olá,Eduardo Vicente!
ResponderExcluirAgradeço sua atenção ao meu texto!Posso lhe reafirmar que construí com muita veracidade naquilo que penso,vivo e creio!Boa pergunta mesmo,pois,neste Brasil de tantas diversidades,há ainda aqueles que veem a homogeneidade por conta do regionalismo impregnado fortemente no fim do século XIX e que ainda perdura no imaginário de muitos quando caracterizam esta região de forma negativa,porque foi isso mesmo que as elites agrárias,governos, mancomunaram dizer que aqui estava a prima pobre/Nordeste precisando das primas ricas/Sul e Sudeste.Em troca,órgãos emergenciais,apadrinhamento,beneficiamento ilícito e negação dos direitos ao nordestino.Frente, então,a estes dois aspectos atuais: a globalização e a polarização de poder em volta das regiões abastadas,como o Nordeste tem se caracterizado? Não mais pelo romântico e "saudoso luar do luar",por certo,mas pela sua luta,resistência,seu resgate cultural valorizando os saberes da terra,a garra de estudar e vencer pelos estudos,aprendendo a conviver com a seca, com o seu meio- ambiente de forma econômica através de seus programas sociais autônomos,a exemplo do MOC em Feira de Santana desde 19667,do IRRPA em Juazeiro- BA, o Projeto Canudos em Canudos- BA, a prática da fé religiosa através da MISSÃO DA TERRA,quando nesse evento se unem duas características: anunciar ao Deus da vida e e denunciar os opressores que tiram a vida porque não aceitam o Nordeste da Mudança. Isso é coragem,é desafio, é forma de se viver neste rincão!. São essas QUALIDADES que têm nos moldado como "NORDESTINO,SIM...NORDESTINADO,NÃO"(PATATIVA DO ASSARÉ.
Boa-tarde,Carlos!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar comigo indagações sobre o Nordeste,a História...vou lhe confessar...Estou em estado de choque ainda desde o pós-eleição. Cada dia vejo uma cratera na educação,um sugar da democracia! eu já disse que vou sofrer,porém,não abrirei mão dos meus princípios. Como posso mudar certos conceitos ministrados? como posso chamar certos fatos de invencionice se realmente eles ocorreram? Enfim,eu penso em radicalizar....nada na História é verdade absoluta,mas querer uma nova história omitindo os desmando dos opressores,distorcendo fatos e romantizando os acontecimentos...NUNCA!!!
Oi,Jaime!
ResponderExcluirFico feliz em poder compartilhar ideias com gente assim...gostaria de conhecê-lo!Sinto necessidade de ter mais colegas pensantes e decididos! Mas,tudo bem! Confesso que diante da conjuntura nacional estou muito angustiada,porém,me alegro quando as redes sociais vão pra cima...Rs,rs,rs...prova que não estamos inertes e queremos brigar pela nossa autonomia...que pelo visto nem sabem o que é PARTIDO! CONCORDO TBM QUANDO VC DIZ QUE HISTÓRIA DO BRASIL SÓ FOCA O SUL E SUDESTE...VERDADE! POR ISSO NÃO VAMOS PARAR DE DAR VEZ E VOZ AOS SUJEITOS MENOSPREZADOS HISTORICAMENTE! "FORÇA NA LUTA"!(FREIRE).
Boa-tarde,Sílvia!
ResponderExcluirObrigada pela sua colaboração,querida! Gostaria de conhecê-la....sinto que é uma pessoa muito preocupada com a formação acadêmica!Pois bem,quando eu fiz a graduação foi EAD/Uninter.Parte da comunidade docente não via com bons olhos,haja vista ter a UNEB 2000,presencial.Digo-lhe que os meus 4 anos de estudo só acrescentaram conhecimentos diante do que eu levei.Além das aulas virtuais/tempo real,o tutor,hoje meste,era muito dinâmico. Lembro-me dos seminários temáticos,muitos deles sobre a realidade,sobre o Nordeste.Como eu já vinha de uma caminhada nos movimentos populares,deu certo. Porém,há muita falta de leitura mesmo em cima do tema. Talvez por isso,a pobreza na hora de costurar o artigo/monografia,de preparar as aulas,mesmo dos anos iniciais.Porque,entra aí a necessidade de falar da identidade,dos fatos históricos,etc.Então,um dos caminhos acredito que é a turma atentar-se à necessidade e propor aos dirigentes das instituições simpósios,seminários,saraus históricos,palestras com pessoas que refletem e trabalham este tema e no mais...ler mesmo e chegar a este ponto que eu fiz...ESCREVER E DIVULGAR!!
Agradeço a todos que postaram comentários sobre meu texto.Quero deixar claro que,nenhuma repulsa tenho às outras regiões do país,contudo, o Nordeste precisa ser mais respeitado,afinal,não é um Brasil à parte! Vamos em frente com novos simpósios! Axé!
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