FRAGMENTOS DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
NO LIVRO DIDÁTICO
A História Contemporânea exerce um
forte poder de atração entre os alunos tanto do Ensino Fundamental quanto do Médio.
Símbolos, figuras políticas, líderes mundiais, guerras mundiais, violência dos
conflitos, revoluções, grupos étnicos, entre outros assuntos e temas, quando
abordados pelos professores, são acompanhados pelos alunos com um misto de curiosidade
e euforia traduzidas em uma saraivada de perguntas, todas ao mesmo tempo, que
não param de ser feitas. O que despertaria tamanho interesse no aluno? Provavelmente
a sensação de que há certa proximidade temporal entre o sujeito e o assunto a
ser estudado e, por isso, conseguem enxergar, mesmo que de forma parcial e, por
vezes fragmentada, pela cultura midiática (especialmente a fílmica), que
aqueles temas fazem parte de seu presente.
Em 2017, realizamos uma pesquisa em
duas escolas públicas de Ensino Fundamental de Guarapuava, que objetivou
problematizar a apropriação do Livro Didático de História pelos alunos no
processo de ensino aprendizagem. Tal pesquisa, que envolveu 153 alunos de 8º e
9º anos, evidenciou que temas relacionados ao século XX, tanto no contexto
europeu quanto nacional, despontavam como os mais citados quando perguntado,
por meio de questionário, qual era o conteúdo de história que mais gostaram de
estudar até aquele momento no material didático.
Além disso, as respostas também
revelaram que os alunos consideravam o Livro Didático o protagonista do
processo de ensino aprendizagem. No entanto, cabe ressaltar que essa importância
não deve ser pensada enquanto processo de construção do conhecimento pautada
pela relação, na prática de sala de aula, entre ideias prévias dos alunos,
material didático e a ação mediadora do professor, mas sim de comprovação de
narrativas históricas. Para o aluno, a partir dos dados da pesquisa, nos
limites das páginas do Livro reside toda a “verdade histórica”. “Se está
escrito no livro é porque é verdade”, dizem eles.
A centralidade ocupada pelo
material, no dia a dia da sala de aula, por parte dos educandos, somado ao
grande interesse desses aos temas referentes a História Contemporânea nos
instigou a problematizar essa unidade. O objetivo era explorar os
silenciamentos como uma forma de ampliar as perspectivas de análise sob a
mediação do professor, bem como, o desenvolvimento do pensamento histórico do
aluno e, também, uma forma de estimular “um outro olhar” com relação ao
material didático.
Analisar o texto e chamar a atenção
para as questões inerentes à narrativa do livro pode nos parecer algo superado,
afinal, essa perspectiva foi amplamente debatida entre os estudiosos da área do
Ensino de História, principalmente após 1985, quando foi criado o Programa
Nacional do Livro Didático que viabilizou uma política massiva de distribuição
desse material nas escolas públicas de todo o Brasil. No entanto, a pesquisa com os alunos nos
revelou como a ação do professor e a forma como este se apropria do material
didático na prática da sala de aula, com leituras paragrafadas, por exemplo,
sem a devida exploração, conduz, muitas vezes, ao entendimento por parte dos
alunos que a explicação histórica (tida como confiável e, portanto,
caracterizada como a verdadeira sob o seu ponto de vista) restringe-se, ao que
está condensado nas páginas da unidade do livro.
Por isso, a ideia é que tomemos o
Livro Didático não como elemento definidor e cristalizador de uma determinada
perspectiva histórica, mas sim, enquanto um ponto de partida, que abre para um
caleidoscópio de possibilidades explicativas. Nesse sentido, o livro didático
pode ser pensado enquanto um instrumento, “[...] do processo de construção do
conhecimento e raciocínios históricos, pela ação mediadora da professora”
(SIMAN, 2004, p. 89). Por meio das ações de mediação, como por exemplo, a aula
dialogada, espera-se que os alunos,
“em vez de tomar as enunciações dos
outros como pacotes imutáveis de informações a serem recebidas, eles são
estimulados a tomá-las como estratégias de pensamento, como um tipo de
matéria-prima para a criação de novos significados[...] Assim, espera-se que ao
privilegiar a função dialógica, em detrimento da função unívoca, se
possibilitará a geração de novos significados, bem como a transmissão, a
consolidação, ou até mesmo o reforço de significados já compartilhados.[...]”
(SIMAN, 2004, p.92)
Para além das aulas dialogadas, o
exercício de destacar elementos ausentes, a partir do que está presente na
narrativa, também pode auxiliar o aluno a desenvolver a “compreensão e
interpretação histórica”. (SIMAN, 2015, p. 592)
Desde a criação do PNLD o Livro
Didático de História, percorre um trajeto marcado por uma série de
transformações que buscam atender as demandas internas e externas ao processo
de ensino. Políticas públicas educacionais, mercado editorial, mudanças no
campo epistemológico da disciplina e reivindicações que surgem a partir da
prática escolar, são alguns elementos que incidem diretamente sobre a produção
desse material atribuindo-lhe um alto grau de complexidade que dificulta pensar
de forma analítica seu papel na prática da sala de aula. Não menos importante
que sua complexidade, é atentar para o fato de que,
“[...] neste longo percurso, este
material se tornou um poderoso instrumento que influenciou (e influencia) não
somente a formação política e ideológica dos sujeitos, mas sobretudo,
contribuiu para a construção de um determinado pensamento histórico, bem como
uma forma de definir a História e sua função na vida dos indivíduos.” (COSTA;
SALIS; SALIS, 2018, p. 38)
Apesar desses elementos acirrarem o
debate que tenta desvendar a complexidade do livro didático, apontando a relação
contraditória e ambígua dos sujeitos (alunos e /ou professores) com relação a
sua importância no cotidiano da sala de aula e no processo de aprendizagem, o
que se observa, de fato, é sua presença constante na sala, direta ou
indiretamente (como material de suporte do professor para a preparação das
aulas)
Se no início do processo de
implantação do PNLD o Livro Didático foi, de uma forma geral, rechaçado pelos
professores como portador de um discurso oficial do Estado e de qualidade
duvidosa, a partir da segunda metade da
década de 90, esse passou a exercer um forte poder de atração em função das
significativas mudanças internas e externas ao material, impetradas por editais
mais rígidos, no que se refere aos critérios de produção das coleções, assim
como, dos critérios de avaliação das obras em si. Desse modo,
“[...] nos PNLDs 1997
e 1998, eliminavam-se aqueles livros que expressavam preconceitos de origem,
raça, cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação e que apresentavam
conteúdos desatualizados ou erros conceituais. A partir do PNLD 1999, foram
acrescentados critérios metodológicos de eliminação. Ou seja, apesar de se
permitirem livros com diversificadas concepções de ensino aprendizagem,
exige-se coerência entre a concepção anunciada e os conteúdos e atividades
sugeridos, os quais não devem restringir-se à memorização e absorção passiva de
conhecimentos desconectados da realidade vivenciada pelos alunos, mas
desenvolver o pensamento crítico e autônomo”. (FRANCO, p. 145, 2014)
No entanto, não podemos perder de
vista que as avaliações mais criteriosas quanto as questões de conteúdo,
metodologia e ensino não avalizam uma apropriação “desatenta” do material, pois,
“[...] que toda
história disposta nos livros didáticos não é simplesmente um resultado
imparcial de um passado não problematizado, ao contrário, essa narrativa é
produtiva, no sentido de que constrói intervenções na vida, proposições sobre o
que é a história e sobre o que é legítimo ensinar, que transitam por salas de
aulas de milhares de jovens no Brasil todo”. (PEREIRA, 2017, p. 171).
Para a análise foram
selecionadas duas obras direcionadas para o 9º ano e que fazem parte de duas
coleções diferentes aprovadas pelo PNLD de 2014, a saber: História, Sociedade e cidadania de Alfredo Boulos Junior e Por dentro da História de Pedro Santiago;
Célia Cerqueira e Maria Aparecida Pontes. Cabe ressaltar que realizamos um
recorte temporal abarcando o período da Primeira Grande Guerra até o Termino da
Segunda Grande Guerra, haja vista o grande interesse dos alunos revelado na
pesquisa anteriormente citada.
No Guia do livro
didático -PNLD 2014 - as referidas coleções apresentam avaliações positivas que
ressaltam o esforço do(s) autor(res) em disponibilizar conteúdos históricos
escritos, a partir da utilização de uma historiografia atualizada e da análise
de fontes históricas. Metodologicamente, elogia-se o emprego de linguagens
diversificadas, que auxiliam no trabalho de problematização dos temas
abordados. Também destacam, os boxes,
textos complementares e atividades como elementos importantes para promoverem o
debate e reflexão na sala de aula, referente a outras temporalidades e
contextos.
No entanto, se por um
lado a narrativa dos livros possuem um bom desempenho em observância aos
critérios de avaliação estipulados, com relação aos aspectos historiográficos,
metodológicos e pedagógicos, por outro expõe algumas questões que merecem
atenção. Neste sentido, vale destacar que as obras apresentam uma padronização
quanto a seleção dos conteúdos que são sistematizados em uma narrativa linear e
cronológica, com uma abordagem predominantemente política. Isso não significa a
ausência de elementos no corpo da obra - fontes visuais, excertos de
documentos/textos, charges, boxes
explicativos, entre outros- que possam indicar a possibilidade de análise do
assunto abordado sob outro viés.
A sistematização da
obra, ou seja, o que será abordado e como será apresentado ao leitor,
obviamente, é um exercício de construção sob o qual uma série de elementos,
internos e externos ao ato de escrever, exercem uma forte pressão. Nesse
processo, temas e abordagens serão privilegiados ou relegados. É importante
salientarmos que o Livro Didático não possui a obrigatoriedade de dar conta de
“toda a História” ou de “toda produção historiográfica”, e, também, não têm
como abarcar todas as perspectivas de como ensinar.
Compreendemos que
estes possuem suas limitações, aqui entendidas não de modo pejorativo como um
indicativo lacunar ou de negligência, mas sim como elementos importantes a
serem explorados pelos professores, ampliando as possibilidades de construção
de conhecimento histórico em sala de aula.
Assim, ao analisarmos
as obras percebemos que o período da primeira metade do século XX, foi problematizado
em seus aspectos macro e geopolíticos, apresentando um traço em comum: uma limitação
quanto as consequências sociais desses diversos temas abordados. Nesse sentido,
chamamos a atenção, por exemplo, para a carência de análises dos desdobramentos
da Primeira Guerra, Revolução Russa e Segunda Guerra. Esses temas alçados a
“grandes eventos”, circunscrevem-se mais a uma descrição numérica,
especialmente, no que tange as mortandades. A humanização por meio de relatos,
tanto de perdas, como de sobrevivências e/ou refúgios que ampliaria as
possibilidades de compreensão, e mesmo de empatia, por parte dos alunos não é
contemplada no material e nem nas indicações de debates para os professores. Escreve-se
sobre violência, mortes, no entanto, a carência do relato dessas experiências distancia
o aluno da dimensão trágica do processo.
No livro Por dentro da História, os autores
salientam que: “A guerra havia deixado 50 milhões de vítimas. Apenas entre os
soviéticos, foram 13 milhões de mortos! Havia 30 milhões de feridos, 20 milhões
de órfãos, 190 milhões de refugiados e um valor incalculável de prejuízos
materiais” (SANTIAGO; CERQUEIRA; PONTES, 2012, p. 186). As causas e
consequências trazidas nesses dados, são pouco exploradas e a apresentação
numérica não é acompanhada de uma explicação que abarque o aspecto humano. Desumanizando a experiência dos perseguidos,
expulsos e sobreviventes.
O holocausto comumente
aparece representado em um box, em
detrimento de toda uma explicação minuciosa do conflito em si. Assim como o Holodomor (a grande fome na Ucrânia
ocasionada pela política de coletivização soviética) que praticamente inexiste
nos materiais didáticos. Trabalhar as demais causas e consequências como a natureza
do deslocamento e, por conseguinte, do refúgio, poderia ampliar a compreensão
histórica da questão da imigração para o Brasil no século XX. Desta feita a
compreensão dos acontecimentos do período em voga, suas consequências e
impactos no presente do aluno, podem ser estimulados por meio do trabalho com
conceitos.
“Aprender conceitos
não significa acumular definições ou conhecimentos formais, mas construir uma
grade que auxilie o aluno na sua interpretação e explicação da realidade
social. No ensino de História, a elaboração de grades conceituais pelo aluno
pode facilitar a leitura do mundo em que vive [...] Pode-se entender a
construção dos conceitos como a elaboração de uma grade de conhecimentos
necessários à compreensão da realidade social, na medida em que se entende o
conceito como um corpo de conhecimentos, gerais ou específicos, abstratos ou
concretos, que possuem relação intrínseca com objetos, acontecimentos, pessoas,
ações, etc”. (SCHMIDT, 1999, p. 149)
Assim as carências
quando identificadas e mediadas pelo professor, por meio de fontes históricas e
das concepções prévias dos alunos, podem colaborar para que o aluno desenvolva
seu pensamento histórico e compreenda os limites do Livro Didático, passando a
entendê-lo não como detentor de um saber “verdadeiro”, mas como um ponto de
partida.
Referências:
Carmem Lúcia Gomes De
Salis. Professora do departamento do curso de História da Universidade Estadual
do Centro-Oeste (UNICENTRO/G).
André Ulysses De Salis.
Doutorando pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP). Bolsista CNPq.
CAIMI, Flávia Eloisa.
O livro didático de história e suas imperfeições: repercussões do PNLD após 20
anos. In: ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MAGALHÃES, Marcelo de Souza. Livros Didáticos de História: Entre
políticas e narrativas. Rio de Janeiro: FGV, 2017.
COSTA, Maria Paula;
Salis, André Ulysses; Salis, Carmem Lúcia Gomes. A apropriação do livro
didático de história na perspectiva dos alunos. Revista Outras
Fronteiras,
Cuiabá-MT, vol. 5, n. 2, jul./dez., 2018.
FRANCO,
Alexia Pádua. Uma conta de chegada: A transformação provocada pelo PNLD nos
livros didáticos de História. In: MAGALHÃES, Marcelo e outros (orgs). Ensino de História: Usos do passado,
memória e mídia. Rio de Janeiro: FGV, 2014.
PEREIRA, Nilton
Mullet. A invenção do medievo: narrativas sobre a Idade Média nos livros
didáticos de história. In: ROCHA, Helenice; REZNIK, Luis; MAGALHÃES, Marcelo de
Souza. Livros Didáticos de História:
Entre políticas e narrativas. Rio de Janeiro: FGV, 2017.
SIMAN, Lana Mara. O
Papel dos mediadores culturais e da ação mediadora do professor no processo de
construção do conhecimento histórico pelos alunos. IN: ZARTH, Paulo e outros
(orgs). Ensino de História e Educação.
Ijuí: Unijuí, 2004.
SCHMIDT, Maria
Auxiliadora. Construindo conceitos no
Ensino de História: "a captura lógica" da realidade social. Hist. Ensino, Londrina, v. 5, p.
147-163, Out. 1999.
SIMAN, Lana Mara. O
papel da Mediação na construção de conceitos Históricos. Educação e realidade. Porto alegre, v.40, n.2, p. 591-612,
abr./jun. 2015.
Parabéns pelo texto, excelente!! como foi bem enfatizado, o livro didático não tem a "obrigação" de abordar toda a história dentro dele, mas as lacunas e os silenciamentos de alguns assuntos em relação a outros em sua opinião, foram direta ou indiretamente responsáveis pela problemática de "uma única história", ou seja, de construir uma única perspectiva sobre os acontecimentos históricos?
ResponderExcluirLorena Raimunda Luiz
Parabéns pelo texto!!! Por diversos motivos, o livro didático tem sido muito utilizado nas aulas, entretanto, o silenciamento de algumas perspectivas acaba reforçando, ou delegando, ou até mesmo lembrando ao professor(a) a função de mediar e apresentar visões que ampliem e construa uma consciência histórica crítica nos alunos(as). Neste sentido, pergunto: na pesquisa realizada, nem mesmo no Manual do Professor evidenciou( indicou) a possibilidade para o (a) professor(a) de que existem outras perspectivas? Obrigada. Maria Paula Costa
ResponderExcluirParabéns pelo texto!!! Por diversos motivos, o livro didático tem sido muito utilizado nas aulas, entretanto, o silenciamento de algumas perspectivas acaba reforçando, ou delegando, ou até mesmo lembrando ao professor(a) a função de mediar e apresentar visões que ampliem e construa uma consciência histórica crítica nos alunos(as). Neste sentido, pergunto: na pesquisa realizada, nem mesmo no Manual do Professor evidenciou( indicou) a possibilidade para o (a) professor(a) de que existem outras perspectivas? Obrigada. Maria Paula Costa
ExcluirAgradecemos o comentário e a questão levantada. Então, cremos que os silenciamentos limitam sim uma maior amplitude de visões e abordagens, mas não propriamente no sentido de uma "história única", haja vista que dentre os diversos silenciamentos observáveis em cada obra pode-se distinguir opções ideológicas, que acabam nesse aspecto não sendo um discurso uníssono, mas, mesmo com essa variável, certos temas raramente aparecem e cremos que esses silenciamentos são muito mais um questão metodológica de alguns livros, melhor dizendo de vícios de métodos, então o mais importante ao apontar os silenciamentos e levantar a questão dos limites possíveis do livro didático e a percepção que os professores devem ter frente a isso. André Ulysses De Salis e Carmem Lucia Gomes De Salis
ResponderExcluirOlá, boa noite!
ResponderExcluirPrimeiro gostaria de parabenizá-los pelo texto que, por sua vez, endossa um tema que tem ganhado cada vez mais espaço na história dos livros e das edições didáticas que é o do "livro didático como indício da cultura escolar" - para usar uma expressão conhecida do Kazumi Munakata. Bem, para além do questionário, a pesquisa desenvolvida empregou outras ações metodológicas que pudessem trazer à tona mais informações a respeito das interpretações e apropriações realizadas pelos alunos? Com isso, refiro-me à importância de se analisar outras fontes, como os cadernos dos alunos; as avaliações realizadas em sala; a própria programação pensada pelos professores; etc. Creio que isso pudesse explicar, inclusive, as maiores propensões ao gosto dos alunos por estes temas "contemporâneos".
Felipe Augusto dos Santos Vaz
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ExcluirObrigada pela questão Felipe. Então esse levantamento foi um recorte de uma pesquisa mais ampla que englobava outras perguntas dissertativas sobre as representações dos alunos frente ao livro. E nos indicou elementos importantes, inclusive, para problematizarmos como o aluno pensa a História. Mas realmente você contribuiu com ótimas dicas, o caderno dos alunos é uma fonte muito importante de análise. Obrigada!!! André Ulysses De Salis e André Ulysses De Salis
ExcluirBoa noite. Gostei muito do texto . acredito que está sendo cada vez mais difidif fazer com que os estudantes percebam o livro como ponto de partida. Primeiro porque o tempo do professor em sala está cada vez complicado, vou citar um exemplo verídico. Uma sala cheia, pequena, com 40 alunos, sem ar condicionado com um clima de 36°, onde o professor não sabe se explica ou pede silêncio, pois o clima desumano para aprendizagem nao consegue produzir se quer a vontade, imagem o pensar. O professor agora ainda precisa utilizar a BNCC e sair procurando no livro didático os objetos de estudo.a escola não possui data show para uma aula com imagens, e entao o livro, o tal livro é que e o único meio de ter uma leitura e assim tentar explicar de forma coerente. Então minha pergunta é : como resolver os problemas enfrentados pelo livro quando o chão da escola não suporta o dia a dia ? E ainda, quando o nosso país vai mudar o ensino que vem se arrastando a séculos ? O que você acha que poderia ser feito ? Obrigada.
ResponderExcluirOlá Angela obrigada pela pergunta! Sim, enfrentamos uma situação muito delicada nas escolas. São inúmeros problemas internos ao espaço escolar e externos que influenciam no ensino e aprendizado dos alunos. Portanto, é muito complexo definir uma única saída. No entanto, pensando no livro didático, acreditamos que este deveria estar presente na formação dos professores sendo problematizado por dentro da formação docente, enquanto material didático e seus limites e como uma forma de escrita da história. André Ulysses De Salis e Carmem Lúcia Gomes De Salis
ExcluirBoa noite. Gostei muito do texto . Acredito que está sendo cada vez mais difícil fazer com que os estudantes percebam o livro como ponto de partida. Primeiro porque o tempo do professor em sala está cada vez complicado, vou citar um exemplo verídico. Uma sala cheia, pequena, com 40 alunos, sem ar condicionado com um clima de 36°, onde o professor não sabe se explica ou pede silêncio, pois o clima desumano para aprendizagem não consegue produzir se quer a vontade, imagem o pensar. O professor agora ainda precisa utilizar a BNCC e sai procurando no livro didático os objetos de estudo.A escola não possui data show para uma aula com imagens, e então o livro, o tal livro é que é o único meio do estudante fazer umaleitura e ainda assim o professor tentar explicar de forma coerente. Então minha pergunta é : como resolver os problemas enfrentados pelo livro quando o chão da escola não suporta o dia a dia ? E ainda, quando o nosso país vai mudar o ensino que vem se arrastando a séculos ? O que você acha que poderia ser feito ? Obrigada.
ResponderExcluirResponder
Primeiramente, queria parabenizar pelo texto, uma abordagem simples, concisa e objetiva sobre o tema. Mas uma coisa me chamou atenção, o fato de o aluno interpretar a verdade escrita no livro como única, não atrapalharia o processo de debate em sala de aula? Se sim, como o Historiador deve se portar para explicar que existe várias vertentes de um Fato Histórico?
ResponderExcluirHeitor Amado De Oliveira Pereira Neto
Obrigada pela pergunta! Heitor quando o aluno entende a história no livro como algo "fechado", não há debate, há uma ideia de que a leitura é suficiente para aprender história, junto ou não com a narrativa do professor em sala. A questão da memorização ganha espaço.O professor, poderia levar levar mais em conta as ideias históricas dos alunos. Junto com isso, analisar a obra que tem nas suas mãos, trabalhar com as lacunas do material, com outras narrativas e interpretações e com as fontes- disponíveis ou não no livro. André Ulysses De Salis e Carmem Lúcia Gomes De Salis
ExcluirBoa tarde. Gostaria de parabenizar pelo texto e sua estruturação. O livro didático enquanto objeto histórico e cultural está circundado no universo de sua veiculação de modo que os interesses, anseios e perspectivas nele inscritos estão intimamente ligados aqueles que o escreveram. Assim, o uso consciente do livro didático em sala de aula também implica o reconhecimento dos agentes que estão por traz de sua produção e o jogo de poder nele envolvidos.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário. Sem dúvida! Por isso devemos ter em mente que não é porque ele é um material didático que está isento de intencionalidades. O livro é como qualquer obra, mas com uma complexidade maior. Pois seu trajeto até chegar para ser escolhido pelo professor é longo. Até mesmo a escolha do professor traz em seu bojo intencionalidades. André Ulysses De Salis e Carmem Lúcia Gomes De Salis
ExcluirOlá! Boa noite à todos!
ResponderExcluirEm especial a Prof.a Carmem e Prof. André e parabenizo pelo excelente texto, bem escrito, bem pautado e objetivo no norte da questão de forma simples, o que ajuda no entendimento. O título me chamou atenção, pois tenho interesse em estudar sobre os conteúdos básicos e estruturantes sobre a Guerra do Contestado e Revoluções internas no início do Séc. XX no Brasil no Livro Didático, é uma pesquisa que demanda um certo fôlego por isso vou tentar começar com o tema: Movimento do Contestado e o silenciamento acerca desse tema em específico. Quando estamos em sala de aula sabemos que devemos buscar diferentes linguagens de ensino e o texto fala sobre isso e sobre o silenciamento de determinado tema e de outros não, um direcionamento mais político por vezes e outras vezes mais numérico esquecendo a questão humana no livro didático de forma linear e padronizada. No ponto de vista de vocês sendo bem específico sobre o Movimento e a Guerra do Contestado porque os livros didáticos não dão a ênfase necessária a esses temas? É uma questão política nacional? Levando em consideração que nesse texto não foi citado sobre esse evento do Sul do País. Gostaria muito de saber quais são os caminhos que podem fazer os historiadores/escritores/pesquisadores para a história local e regional ter maior importância em âmbito nacional a partir do livro didático. E se isso é realmente importante?
Sergio Magalhães Júnior Acadêmico de Licenciatura Plena em História UNESPAR Universidade Estadual do Paraná Campus FAFIUV União da Vitória PR.
Obrigada pela pergunta. Sergio os livros didáticos possuem uma característica voltada para "dar conta" de uma história mais geral, até pelo limite do próprio livro. Pensamos que o trabalho com a história regional é fantástico e faltam trabalhos que abordem essas limitações do livro. Assim, é importante que os professores consigam inserir a historia regional em suas aulas. Acreditamos que o trabalho com as fontes sejam fundamentais para isso. André Ulysses De Salis e Carmem Lúcia Gomes De Salis
ExcluirMuito obrigada pela pergunta. O manual do professor sempre traz elementos, principalmente fontes, que pode enriquecer o trabalho do professor em sala de aula, auxiliando-o no trabalho de desenvolvimento do pensamento histórico dos mesmos. E isso depende muito de como o professor se apropria do mesmo material. E conforme seu trabalho, ou ele reforça uma perspectiva de história muito criticada nas últimas décadas ou ele consegue fazer com que o aluno problematize a história e sua escrita. É nesse sentido, que os silenciamentos devem ser pensados. Ao identificá-los em relação a narrativa do livro, o professor poderia utilizar essa lacuna para trabalhar com o aluno os limites do livro e como a história apresenta outros caminhos interpretativos que não somente o material que eles tem nas mãos.André Ulysses De Salis e Carmem Lúcia Gomes De Salis
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