ENSINO DE HISTÓRIA
E A SALA DE AULA: REFLEXÕES SOBRE TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA E CULTURA ESCOLAR
Escola e sala de aula: transposição didática e Didática da história
A escola e o espaço
da sala de aula foram vistos, durante um bom tempo, como lugares de reprodução
e transmissão de conhecimento (KNAUSS, 2004). Eram considerados locais nos
quais haveria uma “vulgarização” e/ou simplificação de um conhecimento
produzido nas universidades e trabalhado na escola, conhecida como transposição
didática (BITTENCOURT, 2009, p. 35-37). Sendo assim, a escola não produziria
conhecimento e os sujeitos que compunham este espaço seriam meros transmissores
e receptores do conhecimento advindo de outro lugar.
Nesse sentido, o
professor, o aluno, o conteúdo, a metodologia e os interesses educacionais
tinham seus papeis definidos e delimitados conforme o paradigma educacional que
existia em um dado contexto histórico. Basta uma leitura sistêmica da história
da educação (ROMANELLI, 1986; FONSECA, 2004; CEZAR, 2004) para conseguimos
visualizar as formas de compreender esses elementos que fazem parte da educação
escolarizada de forma contextualizada.
Apesar de haver
estudos sobre a escola nos diferentes contextos e espacialidades no mundo
ocidental, nota-se uma visão predominante nos estudos e pesquisas das distintas
áreas do conhecimento – a visão de uma instituição destinada a instruir e
educar, tendo como referência outro espaço, onde o conhecimento é produzido, ou
seja, as universidades. (BITTENCOURT, 2009) .
Toda essa
discussão, no entanto, pode nos conduzir a uma perspectiva bastante limitada e
reducionista de enxergar a escola e seus sujeitos. Por isso, é importante
refletir sobre as transformações na forma de ver esses espaços na intenção de
compreender tais mudanças. E para isso é necessário entender conceitualmente
esse debate.
A ideia de Ives
Chevalard, estudioso da área de exatas na França, ao criar o conceito de
transposição didática era apontar a dependência do “conhecimento escolar” das
chamadas “ciências de referências” (BITTENCOURT, 2009, p. 36). Nesse sentido,
há uma concepção de Didática arraigada na adaptação de um saber para um espaço,
onde o mesmo não se constrói, ou seja, na escola. Essa discussão teórica
problematiza muito mais a posição que o conhecimento tem do que propriamente a
sua adequação saindo de um espaço a outro.
Pensemos um pouco.
Será que o conhecimento acadêmico seria passível de ser ensinado na escola? Se
sim, então como fazê-lo? Da mesma forma como é trabalhado na academia?
Certamente não. Não, por uma impossibilidade cognitiva dos alunos. Então como?
Adaptando? Transpondo? Ou seria mais interessante reconstruindo? Ora o debate
sobre a Didática da história pode nos ajudar a refletir sobre tais questões.
Oldimar Cardoso afirma o seguinte:
“[...] a Didática da História de
acordo com a atual bibliografia alemã, que a considera mais próxima da História
do que da Educação. Associada à palavra Geschichtsdidaktik, essa definição se
opõe aos conceitos de Didática da História como a arte de ensinar — Lehrkunst —
História ou como uma coleção de métodos utilizáveis tanto no ensino de História
quanto no de outras disciplinas escolares — Unterrichtsmethoden.” (CARDOSO,
2008, p. 153)
O historiador
brasileiro aponta que existem concepções de didática da história diferentes.
Lehrkunst, advinda da perspectiva de Comenius seria a arte de ensinar. E
“ensinar tudo a todos”. Baseia-se na busca por um método mais universalista,
capaz de abarcar as diversas áreas de conhecimento, sendo possível assim,
ensinar qualquer conteúdo, habilidade ou competência através dele. Essa
concepção influenciou bastante a “separação” do historiador do campo do ensino
de história que, segundo Cardoso, se focou na pesquisa e deixou o ensino e os
debates pedagógicos para os educadores.
O conceito
unterrichtsmethoden é entendido como um conjunto de métodos de ensino que
servem tanto para a história quanto para outras áreas de conhecimento. Essa
perspectiva, também universalista, é diferente da primeira por se embasar em
múltiplas metodologias. No entanto, há ainda a geschichtsdidaktik, que se caracteriza
por ser uma subárea da Teoria da história, que estuda a relação da história com
o ensino de história. É uma disciplina específica e exclusiva da história,
pensada por historiadores e para historiadores. Além disso, essa concepção de
didática da história não se restringe a metodologias, mas reflete sobre a
epistemologia e os sentidos do conhecimento histórico para a vida prática.
André Chervel,
estudioso francês, ao analisar as disciplinas escolares aponta exatamente para
uma relativa autonomia destas em relação à correspondente ciência de referência
(CHERVEL, 1990). “A ciência de referência remete-se à Didática da História para
propor operações cognitivas que estejam ao alcance dos alunos” (ABUD, SILVA,
ALVES, 2013, p. 9), afirmam alguns historiadores. Ou seja, Embora ambas tenham
autonomia e partam do mesmo ponto, são conhecimentos que dialogam e são
intrínsecos do fazer historiográfico.
Sendo assim, a
chamada transposição didática desconsidera a sala de aula como um lugar
possível de se realizar pesquisas e de produção de conhecimento. Seria um
espaço de saber menor na hierarquia do conhecimento. O que legitimaria o
conhecimento escolar seria a ciência de referência. Circe Bittencourt afirma o seguinte:
“Segundo esse ponto de vista, a
escola é o lugar de recepção e de reprodução do conhecimento externo, variando
sua eficiência pela maior ou menor capacidade de “transpô-lo” e reproduzi-lo
adequadamente. A figura do professor aparece então como um intermediário desse
processo de reprodução, cujo grau de eficiência é medido pela capacidade de
gerenciamento das condições de adaptação do conhecimento cientifico ao meio
escolar.” (BITTENCOURT, 2009, p. 37)
A autora aponta
para o foco no método de transpor, advindo do conceito de Chevalard. Ora se há
uma transposição, significa que não há necessariamente a construção. Além
disso, o professor é visto como intermediário do processo de reprodução, o que
significa que ele próprio não constrói conhecimento e por extensão o aluno
também não. É um movimento de adaptação de algo já pronto. Maria Auxiliadora
Schmidt afirma:
“A imagem do professor de História é
geralmente marcada pela ambiguidade. Ora é visto como sacerdote, ora como
profissional da ciência, parteiro da nação, da revolução, militante... Sua
imagem oscila entre a do professor difusor e transmissor de conhecimentos e a
do produtor de saberes e fazeres... [...] Os dilaceramentos atingem também os
alunos em sua condição de receptáculos de informações, conteúdos, currículos,
livros e materiais didáticos, na maioria das vezes desinteressantes, que eles
lutam por decifrar, entender... Por isso, ainda se escuta o ressoar de suas
queixas, revoltas e apatias... e embates. [...] É no espaço da sala de aula que
professores e alunos de História travam um embate, em que o professor,
novidadeiro do passado e da memória, sente-se com a possibilidade de guiar e
dominar em nome do conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, ele se sente como um
igual e completamente aberto aos problemas e projetos dos seus alunos.” (SCHMIDT, 2015, p. 55-56).
A autora resume o quadro de uma
escola na qual o professor, uma figura, às vezes sagrada, tem o papel de
transmissor de conhecimento. Um conhecimento verdadeiro. Que chega de outro
lugar através do docente. Os alunos são receptáculos. Recebem o conhecimento a
partir da aula unilateralmente ministrada. Mas nas últimas reticências Schmidt
aponta para um universo que não permite uma relação tão mecanizada assim entre
professor, conhecimento, aluno, ou seja, a sala de aula. Esse espaço é um lugar
de embate entre os conhecimentos, as vivências e as experiências de ambos os
sujeitos – professor e aluno. A própria autora afirma a singularidade da aula: “Na
sala de aula se realiza um espetáculo cheio de vida e de sobressaltos. Cada
aula é uma aula” (SCHMIDT, 2015, p. 56).
Cultura escolar: a escola e a sala de aula como espaço
de produção
Há, no entanto, uma
discussão que diverge daquele conceito de transposição didática. É baseada no
conceito de cultura escolar, que amplia o debate para além do conteúdo e do
método de ensino. Chervel defende a existência de relações de poder no espaço
escolar que dão uma dinâmica diferenciada e que influenciam todos os âmbitos
desse espaço, inclusive conteúdo e método. Segundo Dominique Juliá definição de
cultura escolar é:
“Para ser breve, poder-se-ia
descrever a cultura escolar como um conjunto de normas que definem
conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que
permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses
comportamentos; normas e práticas coordenadas a finalidades que podem variar
segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de
socialização)” (JULIÁ, 2001, p. 353).
A cultura escolar
seria então entendida como: normas, conhecimentos, condutas, práticas e
comportamentos que são próprios do cotidiano da escola. São elementos que
compõem a lógica de funcionamento deste espaço. E, muitas vezes, essa cultura
escolar tem objetivos e intencionalidades “irredutíveis aos da ‘ciência de
referência’” (BITTENCOURT, 2009, p. 38). Isto significa que embora haja uma
relação entre a academia e a escola, entre o saber historiográfico e o saber
histórico escolar também há especificidades que vão desde os objetivos até as
práticas de cada um destes polos.
Assim, o conceito
de cultura escolar se opõe a transposição didática, pois faz diversas
releituras que abarcam a complexidade e as especificidades do espaço escolar.
Um exemplo disso é o contato que a cultura escolar tem com outras formas tais
como “cultura religiosa, cultura política e cultura popular” (JULIÁ, 2001, p.
10), de forma a relacionar de maneira distinta da academia com tais dimensões
da sociedade em geral. Outro exemplo é a finalidade e os objetivos que se tem
na cultura escolar, que são diferentes daqueles da academia.
O ponto mais
interessante dessa discussão é a forma de enxergar os sujeitos que compõem o
espaço escolar e estão envoltos nessa cultura. O professor não é mais o intermediário,
mas sim o mediador, que problematiza, questiona e constrói debates. Os alunos
não são meros receptores, mas com suas experiências e conhecimentos prévios e
suas consciências históricas participam ativamente dessa construção. O
conteúdo, visto como pronto e acabado, que necessitaria apenas de uma
adaptação, é sempre construído com base em conhecimentos historiográficos,
saberes docentes e experiências dos alunos.
Nesse sentido, a
escola deixa de ser vista como espaço de reprodução e passa a ser compreendida
como lugar de construção, onde os sujeitos são ativamente participantes da
produção do conhecimento. A sala de aula deixa de ser um espaço conteudista,
ressaltando que esse debate do conteúdo necessita de cuidados para não
desconsiderá-lo, pois sua importância é fundamental e sua ausência no ensino
seria trágica. (PINSKY, PINSKY, 2016, p. 17-36), e passa a ampliar as
possibilidades de conhecimentos históricos e relacioná-los com a formação da
cidadania dos alunos.
Com essa mudança de
perspectivas utilizamos a sala de aula para fazer pesquisa e construir
conhecimento. Os alunos e professor como sujeitos. O espaço da escola sob a
base teórica da cultura escolar. Os focos das pesquisas podem ser os mais
diversos possíveis, desde trabalhos baseados na relação da história com a
imagem (SILVA, 2018), tais como as charges, os quadrinhos e fotografias até
aqueles que focalizam no aprendizado e na consciência histórica (RÜSEN, 2011).
Quando dizemos que
utilizamos a sala de aula para fazer pesquisa, não nos referimos a simples
trabalhos de pesquisa por informações e/ou conteúdos, praticado tanto por
professores quanto por alunos. Referimo-nos a refletir sobre o cotidiano escolar como objeto de pesquisa. As práticas, as
atividades, as avaliações, os eventos entre outros. O campo do Ensino de
história seria base para as pesquisas em torno das consciências históricas, dos
saberes dos alunos, das condições sociais e das relações de poder que se
estabelecem na cultura escolar.
Sendo assim, é
importante pensar em uma premissa. A escola e a sala de aula não são apenas
lugares para realizar pesquisas e construir conhecimentos, mas também para
serem alvos de pesquisa. Ou seja, não é simplesmente pesquisar na escola, mas
também sobre a escola. Não é somente produzir conhecimento na escola, mas
também conhecimentos sobre o espaço escolar, suas relações de poder, suas
práticas e toda a cultura escolar. As escolas não são iguais, as turmas muito
menos. Portanto, para que o ensino tenha outros contornos e ganhe outras dimensões é necessário que a escola,
a sala de aula e os alunos sejam alvos de pesquisas. Mas não
de pesquisas generalizadas. Uma crítica que fazemos é: o ensino de história
ainda está muito generalizado, as pesquisas são muito abrangentes com temáticas
muito amplas. É preciso uma história social da escola, da sala de aula e do
aluno. É necessário estudos mais específicos para se chegar ao todo e não o inverso.
Considerações
Finais
Os debates sobre o ensino de história e a
sala de aula são pertinentes para discutir e repensar as relações entre o
conhecimento acadêmico e o conhecimento histórico escolar. É possível, através
dessas análises, pensar em uma relação mais complexa do que a mera
hierarquização do saber de um espaço sobre o outro, tão comum na historiografia
tradicional desde século XIX.
Esse distanciamento entre os espaços
acadêmico e o escolar não são salutares nem para um nem para outro. Deixar as
discussões, tão caras a nós historiadores, nas mãos de outras áreas de
conhecimento tem o alto preço de não se considerar questões particulares e
peculiares da nossa área, seja em relação ao ensino, seja em relação a teoria e
epistemologia da história.
Nesse sentido, é necessário que olhemos
para esses debates e que nos interessemos em pensar as nossas pesquisas
historiográficas, mas também o ensino de tais pesquisas, pois a razão de ser de
uma pesquisa é que ela seja ensinada. Quais vantagens há no engavetamento das
pesquisas de história ou de qualquer outra área? Nenhuma. Mais uma vez, a razão
de ser da pesquisa é o ensino. E a razão de ser da historiografia é o ensino de
história. Com essa premissa em mente poderemos aproximar de forma eficaz ambos
os espaços de produção do saber e nos beneficiarmos das contribuições que cada
um tem a oferecer para o outro.
Referências
Neles
Maia da Silva é mestre em Ensino de História (UFPA/Ananindeua), graduado em
História (UFPA/Bragança), professor de ensino fundamental da rede pública de
ensino da cidade de São João de Pirabas-PA.
ABUD,
K. M.; SILVA, A. C. de M. e ALVES, R. C. Ensino de história. São Paulo: Cengage
Learning, 2013.
BITTENCOURT,
C. Ensino de história. Fundamentos e métodos. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
CARDOSO, O. Para uma definição de Didática da História. In:
Revista Brasileira de História. São Paulo, nº 55, v. 28, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbh/v28n55/a08v28n55.pdf.
CÉZAR, T. Lição sobre a escrita da
História. Historiografia e nação no Brasil do século XIX, Diálogos. Maringá,
2004.
CHERVEL,
A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa.
Teoria & Educação, Porto Alegre, nº 2, 1990. Disponível em:https://moodle.fct.unl.pt/pluginfile.php/122510/mod_resource/content/0/Leituras/Chervel01.pdf.
FONSECA, T. N. de L. História e
Ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
JULIÁ, D. A Cultura Escolar como
Objeto Histórico. In: Revista Brasileira de História da educação. n. 1, 2001.
Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/37742506.pdf.
KNAUSS, P. Sobre a norma e o óbvio:
a sala de aula como lugar de pesquisa. In: NIKITIUK, S. (Org.) Repensando o
ensino de história. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2004.
PINSKY, J. e PINSKY, C. Por uma
história prazerosa e consequente. In: KARNAL, L. História na sala de aula.
Conceitos, práticas e propostas. 6ª ed.
5ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.
ROMANELLI, O. de O. História da
Educação no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986.
RÜSEN, J. Experiência, interpretação
e orientação: as três dimensões da aprendizagem histórica. In: SCHMIDT, M. A.;
BARCA, I. e MARTINS, E. R. Jörn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Editora
UFPR, 2011.
SCHMIDT, M. A. A formação do
professor de história e o cotidiano da
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reimpressão. São Paulo: Contexto, 2015.
SILVA, N. M. da. História e imagem:
reflexões sobre as charges e o ensino de história. In:, NETTO, E. P.
Historiografia e ensino de história: a sala de aula em questão. Belém: Amazônica
Bookshelf, 2018.
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ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirExcelente texto!
Gostaria de saber mais sobre quais seriam as maiores dificuldades encontradas na atualidade referente a transposição didática e a didática da História no contexto da escola e da academia?
Adriana Ribeiro de Araujo.
Bom dia prezada Adriana, obrigado pela contribuição.
ExcluirTalvez uma das premissas que precisamos compreender é que a transposição didática não dar conta do processo complexo de construção de conhecimento que ocorre no espaço escolar, pois ao simplificar a um mero movimento de "vulgarização" de um saber construído pelos historiadores para ser ensinado por professores nas escolas a dita transposição didática desconsidera, por exemplo, que os objetivos de quem ensina e aprende história na academia são distintos dos que o fazem nas escolas. Então é necessário pensar a relação do conhecimento (que é inegável) entre um espaço e o outro. É necessário ressignificar esse conceito de transposição ou trabalhar com outra categoria de análise que melhor responda as complexidades desse processo de ensinar e aprender. Estou a disposição e mais uma vez obrigado. Neles Maia da Silva
Bom dia prezada Adriana, obrigado pela contribuição.
ResponderExcluirTalvez uma das premissas que precisamos compreender é que a transposição didática não dar conta do processo complexo de construção de conhecimento que ocorre no espaço escolar, pois ao simplificar a um mero movimento de "vulgarização" de um saber construído pelos historiadores para ser ensinado por professores nas escolas a dita transposição didática desconsidera, por exemplo, que os objetivos de quem ensina e aprende história na academia são distintos dos que o fazem nas escolas. Então é necessário pensar a relação do conhecimento (que é inegável) entre um espaço e o outro. É necessário ressignificar esse conceito de transposição ou trabalhar com outra categoria de análise que melhor responda as complexidades desse processo de ensinar e aprender. Estou a disposição e mais uma vez obrigado. Neles Maia da Silva
Neles Maia parabéns pelo texto. Vamos imaginar que vc fosse professor em uma cidade do interior do Pará, com características culturais específicas. Neste sentido, como associar uma cultura escolar forjada em um contexto identitário tão particular aos conteúdos curriculares? Levando em conta que o contexto social é fundamental para a construção do saber histórico escolar, uma vez que leva em conta também a cultura histórica local.
ResponderExcluirBom dia Neles. Gostei muito do seu trabalho pois, discute os meandros do ensino e aprendizagem que ocorre na sala de aula de História. Me ocorreu ao ler o texto que as vezes, como professores, corremos o risco de deixarmos de lado uma base teórica advinda das pesquisas acadêmicas ao colocarmos os saberes dos alunos em primeiro lugar. Corre-Se o risco de que o conhecimento em História acabe sendo os "Eu acho"... Os livros didáticos ainda tem muito a fazer quanto a composição teórica que trazem assim como seus temas que continuam majoritariamente abordando política e economia reservando pouco espaço para outros temas tão importantes quanto os dois citados. Leitura e interpretação são fundamentais na construção do conhecimento histórico escolar assim como trazer a prática de pesquisa para o fazer do aluno. Acredito que unindo essas duas ações, o conhecimento em História se torna menos opinativo e mais argumentativo. Parabéns pelo trabalho. Abraço
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