CONFLITOS ENTRE MEMÓRIAS E HISTÓRIA DA
DITADURA CIVIL MILITAR: COMBATENDO O REVISIONISMO HISTÓRICO DA INTERNET EM SALA
DE AULA
Introdução
Desde 1964, chegada dos militares ao
poder é apresentada de forma diversa. Alguns apontam o dia 31 de março ou o 1º
de abril como uma Revolução democrática e outros definem o evento como autoritário,
isto é, como um golpe civil militar. As discussões sobre legitimidade,
progresso econômico e perseguições políticas sobre esse período sempre foram
frequentes na sociedade. No entanto, com a popularização das plataformas digitais
de comunicação, como o YouTube, essas ideias tiveram maior alcance e,
principalmente, um amplo público com uma formação histórica escolar precária,
facilitando a disseminação de narrativas errôneas acerca da História.
É importante dizer que em grande
medida, os conteúdos equivocados acerca da Ditadura Civil Militar não são
historiograficamente construídos e, posteriormente, veiculados em formato
audiovisual nas redes sociais. Isto é, não possuem a rigorosidade acadêmica
característica da ciência histórica que envolve, além da teoria e metodologia,
a aceitação dos pares.
Diferente dos produtos
historiográficos, os conteúdos compartilhados no Youtube aqui analisados são
baseados principalmente na representação de memórias, seja através de fontes
escritas, visuais, ou como é mais comum, orais. Contudo, tal construção de
visão de mundo através desses vestígios históricos não é científica. Em outras
palavras, o problema de tais conteúdos é a constante “vontade da verdade”
(FOUCAULT, 2014), a tentativa perene de se inserir na ordem do discurso
contestando as corrente historiográficas mais aceitas pelos cientistas a partir
de elementos estruturalmente frágeis.
Memória
e História
Apesar de dizerem respeito ao passado,
seja recente ou não, a memória não é equivalente a História, afinal, esta
ciência, como qualquer outra, possui o compromisso com a verdade e, ao
contrário da memória, a ciência histórica possui base teórico-metodológica que
serve para legitimar o trabalho acadêmico. Portanto, enquanto a História
baseia-se numa análise rigorosa de fatos, a memória é fruto de recordações
pessoais que comumente são compartilhadas.
A História é definida por Marc Bloch
(2002), fundador da Escola dos Annales, como a ciência que estuda o homem no
tempo e no espaço. No entanto, o que caracteriza essa disciplina como
científica é, como já afirmamos o compromisso com a verdade. Segundo Kalina
Vanderlei e Maciel Henrique Silva (2017), no Dicionário de Conceitos
Históricos, a verdade é um dos princípios basilares da História, de modo que o
historiador não pode deter-se a meias verdades, mas analisar as fontes com
‘instrumentos’ academicamente reconhecidos para assim, alcançar a verdade.
Já a memória, de maneira geral, é
propriedade humana que permite a conservação de informações em curto ou longo
prazo. No entanto, o que é importante destrinchar a respeito dessa competência
cerebral para nós, historiadores, agentes das Ciências Humanas, é o conceito de
memória para a História, suas categorias e consequentemente suas
especificidades. Isto é, antes de abordar a memória em sala de aula é fundamental
conceitua-la enquanto elemento de estudo.
Portanto, memória, como afirmado
anteriormente, é a capacidade cognitiva do indivíduo de armazenar informações,
no entanto, tais apreensões de dados não ocorre de maneira homogênea e distante
de interferências. Pelo contrario, a formação da memória é articulada em um
meio social, por determinado ser que, não por acaso possui uma visão de mundo
que constantemente entra em contato com novas interpretações do cotidiano,
através das quais, frequentemente altera em grande ou pequena escala, sua
memória individual sobre determinado fato de sua vida pessoal e, vale
salientar, o mesmo ocorre com suas memórias coletivas (BARROS, 2009).
A memória coletiva, ou como preferem
outros historiadores, compartilhada é constituída a partir de fragmentos de
memórias individuais que constituem uma nuvem narrativa heterogênea e em
constante mutação que é cultivada parte da sociedade. Em outras palavras:
“A Memória Coletiva [...] é na verdade
feita também de descontinuidades, mas só que descontinuidades discretas
facilmente disfarçáveis em continuidade. Deste modo, ela assegura a sensação
humana e social de unidade, e permite que se atravesse mesmo os períodos
históricos mais transformadores.” (BARROS, 2011. p.326).
É importante ressaltar que o processo
de construção da memória seja para o indivíduo, seja na sociedade como um todo,
perpassa rigorosamente por três etapas: esquecimento, silenciamento e
sublinhamento.
Nenhuma memória é total, afinal o
próprio cérebro humano não comporta todas as informações armazenadas. É a
partir dessa perspectiva que os historiadores afirmam que a edificação da
memória esquece fatos que para determinado indivíduo ou grupo é irrelevante,
silencia aspectos factuais que são vergonhosos ou, por outros motivos, não
devem ser lembrados e, obviamente, sublinham os aspectos históricos que para a
eles devem ecoar através dos anos. (POLLAK, 1989).
A
veiculação dos revisionismos históricos sobre a Ditadura Civil Militar na
plataforma do YouTube
Os novos meios de interação social,
além de aproximar indivíduos espacialmente distantes, possui a capacidade de
multiplicação dialógica que os outros formatos de comunicação não possuem. O
Youtube, por exemplo, é uma plataforma digital onde os usuários postam vídeos
que podem ser assistidos e compartilhados por milhões de usuários. Segundo os
dados do relatório YouTube insights, 96% dos jovens do Brasil entre 18 e 35
anos de idade acessam a plataforma. Além disso, cerca de 46% de todos os
usuários da rede social possuem filhos (CARNETI, 2014).
Dito isso, vale informar que diversas
matérias têm sido veiculadas nas variadas formas de imprensa acerca do poder
dos influenciadores digitais sobre os usuários na internet e como suas atuações
podem auxiliar, por exemplo, a propaganda de uma empresa ou, na venda de determinado
produto. Além disso, esses produtores de conteúdo também são atores políticos,
muitos dos quais possuem uma ampla quantidade de seguidores propensos a
receberem o discurso inserido no conteúdo.
A atuação político-partidária desses
influenciadores digitais em suas páginas foi bastante comum nas ultimas
eleições do Brasil ao ponto do presidente eleito, Jair Bolsonaro, recomendar em
suas redes sociais, outros comunicadores, os quais, durante a campanha, fizeram
propaganda para o candidato ao mesmo tempo em que rechaçavam o candidato de
oposição no segundo turno.
Dentre os canais no YouTube indicados
pelo atual Presidente da República, estão listados “Nando Moura” e “Olavo de
Carvalho”, comunicadores digitais que juntos, no dia 06 de março de 2019, somam
três milhões oitocentos mil e trezentos
e quarenta e três inscritos. Números importantes a serem notados para termos
ciência do alcance midiático que esses indivíduos possuem.
É importante ressaltar que não é ilegal
ou imoral a ação dos influenciadores digitais no campo político-partidário,
contudo a atuação dos indivíduos citados a cima e outros mais, têm sido amplamente
criticados devido à disseminação de “fake News”, revisionismos históricos e
discursos de ódio na plataforma do YouTube, de modo que o próprio site
desmonetizou (retirou propagandas inclusas nas mídias) vídeos com tais
conteúdos. (YOUTUBE DESMONETIZA, 2019)
O conjunto de atividades negativas
ressaltadas acima é prejudicial à sociedade, de maneira geral, uma vez que a
apropriação de tais discursos através da internet desemboca na má formação
sociopolítica e histórica do indivíduo. Diante disso, nos deteremos aqui nas
propagações dos revisionismos históricos por alguns canais pouco ou muito
visitados pelos usuários da plataforma, com intuito traçar métodos e sugestões
para trabalhar tais conteúdos dentro das salas de aula de maneira crítica.
O primeiro objeto analisado é
propriedade do canal “eGuinorante” e está intitulado como: “DITADURA? MEU PAI
TE CONTA COMO FOI”. Apesar de publicado em 08 de dezembro de 2018, o conteúdo é
mais antigo que a data exposta aqui, o que nos leva a crer que o vídeo saiu do
ar por algum motivo e foi repostado pelo produtor de conteúdos na data indicada
acima.
O segundo: “O REGIME MILITAR FOI UMA
DITADURA?” publicado pelo canal “Lobo Conservador” no dia 30 de junho de 2017, possui
cinquenta e um mil quinhentas e setenta e três visualizações no dia 06 de março
dia 2019 (numero que supera os inscritos da página onde está inserido o
conteúdo), o que demonstra o amplo compartilhamento do material nas redes
sociais.
É importante chamar atenção, antes de
abordar os conteúdos dos vídeos, para a forma como esses comunicadores
representam os professores brasileiros e, principalmente, como eles incitam os
usuários que ainda frequentam a escola, a agirem em sala de aula. O comunicador
do canal “eGuinorante”, na introdução do conteúdo audiovisual fala:
“[...] Estou trazendo meu pai para
falar sobre Regime Militar ou Ditadura para os mais idiotas [...] Vou fazer
varias perguntas para ele, pedir para ele falar o que ele passou; o que ele
viveu; como foi da perspectiva de quem realmente estava lá e não desse bando de
idiota que fala coisa que está escrito em livro, que foi escrito pelo MEC [...]”
(MARQUES, 2018).
Já o vídeo veiculado pelo canal “Lobo
Conservador”, traz em meio ao seu conteúdo, o desmerecimento do conhecimento
histórico dos professores devido a uma suposta posição política, no caso, o
termo usado pelo autor do conteúdo foi “professora socialistinha”, na tentativa
de diminuir ou mesmo anular sua autoridade acerca da disciplina de História.
Todavia além de deslegitimar a
atividade dos professores, os influenciadores propagam histórias incorretas nas
redes sociais, fruto de análises mal realizadas das fontes ou também muito
comuns, distorções propositais ou não entre memória e História. O canal
“eGuinorante”, por exemplo, traz em cerca de 22 minutos de vídeo os relatos memorialísticos
de um indivíduo que afirma ter 71 anos de idade, viveu o regime militar e,
portanto, para o veiculador do audiovisual, possui a verdade histórica.
A primeira pergunta que o influenciador
faz ao entrevistado é: “Por que houve a tomada de poder dos militares? O que
estava acontecendo que eles precisaram tomar o poder?” (idem). Em resposta, o
pai inicia:
“Eu tinha de 13 a 14 anos quando isso
ocorreu. Naquela época quando o Jânio renunciou, quem tomou o poder foi o Jango
Goulart. Ele era o vice presidente eleito, então ele tomou o poder. Mas ele já
tinha uma característica assim, comunista bastante carregada [...] e começaram
a existir nessa época uma espécie de bagunça já, né?! E que cada um queria
tomar conta de alguma coisa. [...] o que mais a gente ouvia, o que mais a gente
tinha de notícia era no rádio. Então começaram a haver muitas greves, atos
terroristas, bagunça mesmo. E culminou em 64 que a coisa ficou muito ruim,
muito ruim. Faltava alimento, começava a ter fila para comprar feijão, esse
tipo de coisa já existia antes de 64 e foi piorando. [...] Em 31 de março
quando houve a tomada do poder, eu espantei porque eu entrei no Largo da Concordia
tinha tanque de guerra, tinha carros blindados com soldados e eu continuei na
minha, atravessei o viaduto [...] e fui para a escola. [...] A única coisa que
a gente notava muito é que nas rádios ficava tocando direto o Hino Nacional, o
Hino da bandeira, o Hino do exército brasileiro e não era assim, uma coisa
ruim. Você não via ninguém batendo em ninguém, tiros ou qualquer coisa, foi uma
tomada bem pacífica.” (idem).
Em seguida, uma nova pergunta:
“E como era a rua, como era sair, ir
para um shopping, como era fazer uma compra, passear? Vocês tomavam “porrada”, “borrachada”
por qualquer coisa? Como é que funcionava durante o lazer, trabalhar? Apanhava
porque ia trabalhar, ou não?” (idem).
Em resposta, o entrevistado afirma:
“Não, não tinha nada disso [...] por
exemplo, a noite: [...] A gente via que tinha bastante carros da polícia, não
se via isso antes. Então a polícia intensificava mais as rondas [...] existia uma
espécie de toque de recolher. Quer dizer, menores de 16 anos não poderia ficar
depois das dez ou meia-noite, eu não me recordo muito bem. E se ficassem teriam
que mostrar a carteira de trabalho [...] se não era recolhido para a delegacia.
[...] não ficava qualquer um na rua e depois da meia-noite poderia ficar quem
era maior de idade desde que devidamente documentado. Principalmente com
carteira de trabalho (idem).
O entrevistador continua:
“Como é que era a parte de arte, como é
que eram os artistas, os músicos, artistas em geral, como é que acontecia?
Porque a gente fica sabendo que todo mundo levava “porrada”, subia no palco
levava “porrada”, cantava alguma coisa levava “porrada”. É verdade isso ou não
é bem assim?” (idem).
Em resposta, o entrevistado afirma: “Não,
não tinha nada disso!” (idem) seguida de diversos exemplos de peças e festivais
com algumas críticas que supostamente ele vivenciou durante a juventude.
Infelizmente, devido às limitações
impostas para esse trabalho, não é possível por aqui em escrito todos os
trechos do conteúdo exposto pelo canal, seguido de análises críticas. Contudo,
ressaltamos acima as partes iniciais do vídeo onde o entrevistador e o
entrevistado, tentam através do conteúdo das perguntas e da entonação das
respostas, cunhar “a verdade”, baseada principalmente na experiência de vida de
quem responde as perguntas, de quem “conta a história”.
Contudo, como afirmamos texto acima, há
uma diferença muito grande entre o que são memórias, e o que é a História
enquanto ciência. A memória é lacunar, esquece naturalmente e, principalmente,
silencia e sublinha propositalmente, de modo que apenas os aspectos
interessantes ao discurso que se pretende mostrar sejam representados.
Não significa dizer, entretanto que o
entrevistado está a dizer mentiras para ludibriar o internauta. Pelo contrário,
entendemos que ele de fato tem como verdade a narrativa que expressa, todavia a
partir do olhar crítico da historiografia, utilizamos elementos
teórico-metodológicos para analisar seu discurso, de modo que, a verdade
histórica ao ser erigida, leva em consideração não apenas o discurso
anteriormente redigido acima, mas também outros, em concordância ou não.
O segundo conteúdo analisado aqui,
exposto pelo canal “Lobo Conservador” propõe, como sugere o título, uma discussão
acerca da aplicabilidade, ou não do termo “ditadura” para os 21 anos do regime
militar no Brasil. Na introdução, o locutor procura elucidar o conceito de
ditadura e expõe:
“Ditadura é um regime governamental onde todos os poderes do estado estão concentrados
em um indivíduo, um grupo e um partido. O ditador não admite oposição a seus
atos e ideias, possui poder e autoridade absoluta. É um regime antidemocrático
onde não existe a participação da população” (O REGIME, 2017).
Nos chama atenção conteúdo do vídeo ser
construído com base numa (frágil) análise de conceitos, uma vez que a partir
dela, o autor tenta dar validade científica aos seus argumentos, na tentativa
de adentrar na “Ordem do discurso” histórico, na verdade histórica.
Após elucidar acerca do conceito,
questiona quais as “características do Regime Militar evidenciam que ele não
foi uma ditadura?” (idem). Em seguida, ridiculariza o saber histórico aprendido
em sala de aula ofendendo os profissionais da educação, sobretudo através da
alcunha política de “socialista”. Depois, afirma levar “a verdade” ao usuário
da plataforma que assiste ao vídeo, “diferente do que se aprende nas escolas
brasileiras que possuem um mantra ideológico”.
Ao iniciar a argumentação, o produtor
de conteúdo recai no erro comum de indivíduos que não tem contato com a
historiografia, visto que utilizam métodos positivistas de análise (como
considerar o documento analisado como portador da verdade) já superados pela
Escola dos Annales no início do século XX.
O orador do vídeo cita, por exemplo, o
fato de João Goulart ter sido cassado pelo Congresso no dia 2 de abril de 1964
e a existência de um partido de oposição durante os 21 anos de governo militar
para afirmar que o caráter ditatorial nunca existiu quando o exército
brasileiro estava no poder. Ou seja, a partir de uma análise falha, o redator
do conteúdo comete diversos erros ao tentar produzir “a verdade histórica”,
sobretudo porque desconsidera os personagens e suas ações políticas na luta
pelo poder no contexto da legislação vigente. Em outras palavras, afirma que
havia oposição partidária ou, mas esquece, ou silencia o fato das eleições para
presidente serem indiretas e através de voto aberto, por exemplo (FAUSTO, 2015).
Revisionismos
históricos em sala de aula: apresentar e desconstruir
Posições diversas no campo da História
são muito comuns, discordâncias teóricas, metodológicas ou mesmo narrativas
também, contudo, no meio acadêmico tais faces do prisma tem de passar pela
avaliação de nossos pares, de modo que assim, não sejam produzidos trabalhos
com erros narrativos ou teórico-metodológicos.
É importante ressaltar tais questões em
sala de aula e, sobretudo, mostrar exaustivamente aos estudantes a diferença
entre História e qualquer outra espécie de narrativa que existe na sociedade. É
crucial mostrar aos estudantes que “o mundo é construído através de
representações”, as quais cada uma delas expressa uma maneira diferente de
enxergar (CHARTIER, 1990).
Afirmar aos alunos que somos seres
políticos e que o discurso não apenas nos faz ver as posições políticas dos
indivíduos, mas principalmente são os instrumentos com os quais nós, políticos
por natureza, disputamos espaços na sociedade, é fundamental para o
desenvolvimento do pensamento crítico (FOUCAULT, 2014).
Além disso, frente às análises dos
relatos orais, das cartas, documentos oficiais e outras formas de fonte, é importante
deixar claro ao estudante que “verdade” é um conjunto de construções
discursivas reguladas (FOUCAULT, 2017). Portanto, não há uma verdade, mas
várias, cada qual inserida em seus conjuntos e em constante atrito para
adentrar na “ordem do discurso” (FOUCAULT, 2014).
É basilar para o professor de História
do século XXI tomar conhecimento das ideias propagadas em seu meio para que
assim, possamos utilizá-las em sala de aula como fontes discursivas, prontas a
serem analisadas e criticadas. Tais atitudes devem ser tomadas para que o
estudante não seja surpreendido nas redes sociais por ideias que se propõem
científicas, mas não possuem fundamento. Além disso, é tempo de disputar as
representações colocadas à sociedade para que o revisionismo histórico não tome
a mentalidade dos cidadãos brasileiros prejudicando assim, não apenas a
profissão do professor de História, mas também o oficio do historiador.
Referências
Edmilson
Antonio da Silva Junior, graduando no curso de Licenciatura em História pela
Universidade de Pernambuco (UPE) e pesquisador financiado pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Laboratório de
Estudos da História das Religiões, coordenado pelo Prof. Dr. Carlos André Silva
de Moura (Orientador).
BARROS, José
D'Assunção. História e memória: uma relação na confluência entre tempo e
espaço. Mouseion. v.3, n5. jan/jul
2009
BARROS, José
D'Assunção. Memória e História: uma discussão conceitual. Tempos Históricos. v.15. jan/jun 2011. p.317-343.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de
historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
CARNETI, Karen.
Pesquisa mostra que 96% dos jovens usam a internet todos os dias. 21. jul.
2014. Exame. Disponível em: https://exame.abril.com.br/tecnologia/pesquisa-mostra-que-96-dos-jovens-usam-a-internet-todos-os-dias/>
acesso em: 06/03/2019.
CHARTIER,
Roger. A História Cultural: entre
práticas e Representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução: Laura Fraga de Almeida Sampaio. 24.
ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
FAUSTO. Boris. História
do Brasil. EDUSP. 14.ed. São Paulo: EDUSP, 2015.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz&Terra,
2017.
MARQUES,
Guilherme. DITADURA? MEU PAI TE CONTA COMO FOI. 2018. (22min50s). Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=vYhnhSL1aRg>
Acesso em: 06/03/2019
O
REGIME MILITAR FOI UMA DITADURA?. 2017. (05min15s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Y2NGwlpESHs>
Acesso em: 06/03/2019
POLLAK, Michael.
Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos
Históricos. v.2, n.2. Rio de Janeiro, 1989, p.3-15.
SILVA, Kalina
Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário
de conceitos históricos. 3.ed. São Paulo: Contexto, 2017.
YouTube desmonetiza
vídeos de Nando Moura por propagação de ódio e fake News. 22. Fev. 2019.
Revista Forum. Disponível em: <https://www.revistaforum.com.br/youtube-desmonetiza-videos-de-nando-moura-por-propagacao-de-odio-e-fake-news/>
acesso em: 06/03/2019.
Obrigado pelo seu tempo dedicado e por compartilhar comigo sua produção. Seu trabalho fez-me pensar principalmente nos discursos que tentam explicar o passado, mas que foram criados fora da academia. Entretanto, inevitavelmente antes de um discurso ser considerado científico, um dia ele não foi. Um dia foi apenas uma ideia, uma conversa entre universitários, um projeto de artigo em produção no meu computador ou talvez um vídeo gravado sem maiores pretensões no meu canal do Youtube.
ResponderExcluirVocê enxerga essa entrada de discursos criados fora da academia nas salas de aula como um perigo à História ou uma oportunidade para nós professores/historiadores trabalharmos os discursos, interpretações e visões historiográficas minoritários, esquecidos ou silenciados de uma maneira mais cuidadosa?
Thiago Aldo Mocellin
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ResponderExcluirThiago, eu que agradeço pela pergunta!
ResponderExcluirConsidero de fato, uma oportunidade, afinal, são a partir dessas discussões em sala de aula, com nossos pares ou com nós mesmos, que surgem as nossas perguntas enquanto pesquisadores no ofício da História.
No entanto, trabalhar com discursos e interpretações em sala de aula exige rigorosidade didática, afinal, temos que deixar claro para o estudante que historiografias minoritárias ou que já entraram em desuso diferem de discursos e interpretações fruto de "achismo".
Edmilson Antonio da Silva Junior
Obrigado.
ExcluirAtualmente o YouTube não tem um filtro eficaz o suficiente para discernir as "fake news" e revisionismos históricos dos conteúdos baseados em estudos feitos por profissionais e aceitos pela academia em sua plataforma, você acha que conteúdos sobre educação deveriam ser "limitados" (por falta de um termo melhor) para a diminuição desse "vírus" da ignorância que se mostra tão presente na sociedade atualmente? Qual a sua opinião sobre alguns canais tal como o "Canal Nostalgia"(que tem um quadro especial dedicado a história) e o canal da "Débora Aladim" que são atualmente muito seguidos pelos jovens? Você acha que a falta de fontes e referências bibliográficas nos vídeos desses youtubers prejudica a credibilidade e faz com que jovens pensem que referências da academia são desnecessárias?
ResponderExcluirFrancielly de Lima Silva
Obrigado pela pergunta, Francielly.
ExcluirNão acredito que nenhum conteúdo (a não ser os que ferem os Direitos Humanos) deva ser censurado. Temos que trabalhar para que se conheça os conteúdos de revisionismo histórico ou quaisquer outros prejudiciais a educação e, principalmente, trabalhar na desconstrução das falácias erguidas por eles
Edmilson Antonio da Silva Junior
Obrigado pela pergunta, Francielly.
ExcluirNão acredito que nenhum conteúdo (a não ser os que ferem os Direitos Humanos) deva ser censurado. Temos que trabalhar para que se conheça os conteúdos de revisionismo histórico ou quaisquer outros prejudiciais a educação e, principalmente, trabalhar na desconstrução das falácias erguidas por eles
Edmilson Antonio da Silva Junior
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ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirComplementando sua pergunta sobre os canais Nostalgia e Débora Aladim, gostaria de dizer que apesar de não ser espectador assíduo, acompanho alguns conteúdos dos canais que me são interessantes. Acerca deles especificamente, afirmo que há uma rigorosidade não produção dos vídeos. Débora Aladim é professora de História e o responsável do canal Nostalgia possui o auxílio de profissionais de Historia na produção dos vídeos.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
MARIA JOSILDA FERREIRA DA SILVA
ResponderExcluirEdmilson, parabéns pela pesquisa, gostei muito das informações que você aborda no corpo do texto com relação as questões da História, da memória e de um olhar crítico e reflexivo na valorização do professor de História no presente século XXI. De fato, as informações que são postas nas redes tecnológicas como o you tube, entre outros que abordam assuntos da história desmerecendo as verdades históricas e diminuindo o oficio do Historiador, deve ser discutidas com mais estima em rodas de conversas, seminários e simpósios, não somente no interior das Universidades, mas principalmente na escola básica, para que o público estudantil conheçam desde cedo esse conjunto de informação antes da internet.
Maria Josilda Ferreira da Silva
Obrigado pelos elogios, Maria Josilda. Fico feliz em ter gostado do texto.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Boa noite.
ResponderExcluirPrimeiramente quero agradecer por proporcionar uma leitura tão enriquecedora. Bem, diante dessas ‘verdades’ que estão sendo expostas nas redes sociais e analisando o atual contexto político em nosso país, onde muitos se apoiam para disseminar o que consideram como o outro lado da história, você considera possível que a História como a conhecemos seja revista por pesquisadores/historiadores que possuem esse mesmo pensamento?
Lauana Angélica Souza Almeida
Obrigado pela pergunta e elogios,Lauana.
ExcluirBom, acredito que revisionismos históricos podem acontecer na academia, desde que cumpram com a rigorosidade científica. Mas revisionismos baseados em "achismos" como encontramos na internet é muito difícil, para não dizer impossível, se consolidar na universidade, afinal, lá trabalhos com fontes, metodos, teorias, bibliografias, elementos que atestam a historiografia corrente sobre a Ditadura Militar brasileira.
A menos que o processo citado por você ocorra garganta abaixo dos cursos de graduação e pós graduação do Brasil, não o vejo consolidado no futuro.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Prezado Edmilson, muito bom a abordagem do seu ensaio.
ResponderExcluirConsiderando o exercício de (re)memorar é possível que se verifique um assalto a memória histórica do Golpe de 64. Mais do que nunca nós historiadores precisamos está preparados para não deixarmos nossos conceitos científicos serem banalizados pelo senso comum e sem rigor acadêmico, como muito bem colocado por você.
Pergunto, diante do cenário conjuntural que temos hoje referente a Ditadura Militar você considera que há uma tentativa de sublinhamento da construção da memória do golpe de 64 por parte daqueles que buscam o revisionismo histórico desse período? Ou seja, como no caso citado do canal em que o pai é entrevistado, ao que parece é uma tentativa - mesmo que inconsciente - de utilizar da perspectiva da memória para a ação revisionista que interessa o entrevistador.
Atenciosamente,
Lailson Costa Duarte
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ExcluirFico feliz pelos elogios, Lailson.
ExcluirBom, sim, há uma tentativa de revisionismo histórico baseado unica e exclusivamente na memória individual, ou mesmo coletiva de indivíduos que durante a Ditadura ou estiveram apáticos ao sistema político, ou se posicionavam junto ao governo militar. A grande questão dessa perspectiva é que ela é feita fora da instituição acadêmica, onde se pesquisa profissionalmente, isto é, a partir de métodos e teorias específicas.
Usar a memória não como fonte, mas como prova incontestável de algo é desconhecer conceitos básicos do fazer historiográfico, portanto, temos que combater tais sublinhamentos de maneira pedagógica, seja em sala de aula ou em qualquer outro lugar.
Edmilson Antonio da Silva Junior
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ResponderExcluirEdmilson, é muito importante que uma discussão, como a realizada acima, seja apresentada neste momento de tantas narrativas permeadas de negacionismos e ódio. Por isso, meus parabéns!
ResponderExcluirSeu texto pontua uma questão de muita relevância na História, sobretudo quando discutimos eventos traumáticos: o revisionismo histórico. Diante do que você expôs, concordo que, sim, precisamos combater o revisionismo, principalmente quando se objetiva negar fatos que, por mais que se pretenda refutá-los, já há muito, e não só pela ciência histórica, têm sua existência fundamentada.
No entanto, precisamos atentar para o fato de que os revisionismos não são todos perniciosos, posto que reinterpretações são necessárias no fazer histórico. Nesse sentido, estão presentes, na historiografia brasileira do Golpe civil-militar, diversas revisões que contribuem para uma melhor compreensão da complexidade desse período. Como exemplo, menciono as análises históricas que visam reexaminar narrativas, acerca da ditadura, baseadas em heróis e vilões, reproduzindo uma noção superficial que dicotomiza os militares, de um lado, como ruins, vilões; e, do outro, os civis, enquanto heróis que lutavam pela democracia.
Dessa forma, pensemos que há contribuições pertinentes, de historiadores comprometidos na produção de novas discussões, sobre determinados acontecimentos que parecem ter atingido a inatingível verdade histórica.
Certamente, sua análise obteve como foco um tipo de revisionismo que se dispõe a uma negação sem qualquer preocupação com métodos e documentos. Por esse motivo, exponho que meu intuito principal foi estimular uma reflexão que não nos submeta a uma polarização entre "verdade histórica" e "revisionismo histórico".
Compartilho, portanto, do pensamento que estamos diante, antes de tudo, da negação da História, em consonância com a aversão à docência do profissional da referida área, baseada no ódio ao conhecimento científico.
Atenciosamente, Gabriel Bandeira Alexandre
Muito obrigado pela contribuição Gabriel, concordo com você em cada virgula.
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ResponderExcluirInteressante sua pesquisa, Parabéns! Sabemos que diante do cenário politico que se encontra o Brasil, acompanhado de uma grande disseminação de inverdades sobre a história do país, o trabalho de professores de história tem sido cada dia mais difícil. Chegamos a lidar com comentários de alunos que seguem a linha negacionista da história:" professora este é meu ponto de vista, acredito no que "fulano" falou no canal dele no youtube". Então lhe pergunto, de que maneira ou ferramentas o professor pode utilizar para que seus alunos consigam distinguir "fake news" de opiniões/perspectivas?
ResponderExcluirLorena Raimunda Luiz
Lorena, agradeço seu comentário e felicitações.
ExcluirBom, penso que é importante trabalhar com o estudante que perspectivas e opiniões devem ser embasadas, fundamentadas, discutidas e, se for o caso, superadas. As notícias falsas ou, no nosso caso, "fake historys" são engendrados a partir de falácias, memórias ou outras coisas que não possuem conexão com a ciência História. Portanto, antes de tudo, é preciso ensinar ou revisar, dependendo do ano e etapa da educação básica, a Introdução aos estudos da História, onde lecionamos sobre "O que é a História?" e através de que meios o historiador a edifica. Ao abordar o assunto, é extremamente necessário que nós, enfatizemos que a História é feita através de Teoria e Método e, sobretudo, é uma ciência.
Edmilson Antonio da Silva Junior
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ResponderExcluirOlá Edmilson. Em primeiro lugar, parabéns pela sua pesquisa, em especial pelos dados apresentados. Achei a sua abordagem bastante pertinente, principalmente se considerarmos a questão atual sobre a ideia de História do Brasil. Neste contexto, faço meus questionamento de forma direta quanto ao ensino de história. Numa época em que os alunos, frutos de uma geração digital, que estão se acostumando a compartilhar informação sem se preocupar com a veracidade das fontes por ser mais prático e rápido do que ler, refletir e questionar, qual seria a condição do professor e da sala de aula neste processo? Você vê meios de combater, ou se não, minimizar esses efeitos sobre os alunos?
ResponderExcluirCláudia Cristina do Lago Borges
Olá, Cláudia, Muito pertinente seu questionamento.
ExcluirAcredito que é papel do professor, sobretudo da Área de Ciências Humanas, despertar o estudante para o mundo que os irá abraçar, que já os abraça e que, de várias maneiras o aflige. O que quero dizer com isso? É nosso papel fazer com que esses estudantes apreendam os conteúdos da Mesopotâmia até os últimos dias do Governo Temer e, para além de fazer questões de assinalar, consigam interpretar o mundo em que vivem a partir de tais conteúdos. Perguntar "Por que?" é essencial para o exercício historiográfico e também para quem estuda História.
Fazendo isso, iremos estimular a criticidade nos estudantes.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Parabéns pelo seu trabalho Edmilson Junior! Muito interessante e reflexivo! No atual cenário em que nos encontramos, de um forte revisionismo histórico e tentativas de deslegitimar o conhecimento histórico e acadêmico,como trabalhar com os (as) estudantes as diferenças entre discursos e narrativas históricas "objetivas" e apenas falácias e/ou discursos subjetivos?
ResponderExcluirFernando Sousa Lima.
Obrigado, Fernando!
ExcluirBom, é interessante, como afirmei nos outros comentários, que o professor trabalhe métodos e teorias da história de modo que os alunos entendam que História é uma coisa e memória é outra.
Edmilson Antonio da Silva Junior
No atual cenário do país, o governo tenta sempre atrelar uma história, na maioria das vezes falsa, do período em questão para legitimar sua ideologia, dificultando o ensino e por fim disseminando uma ideia de que o Historiador tem uma papel doutrinator. Diante disso, como o profissional deve se portar para corrigir tais análises? Ademais, o fato de a internet estar intimamente ligada ao cenário atual, como o profissional da educação pode orientar os alunos para que seu estudo quando for virtual seja seguro e agregue conhecimentos corretos sobre o assunto pesquisado por ele?
ResponderExcluirHeitor Amado de Oliveira Pereira Neto
Bom, Heitor. Penso que seja importante o prfeprofe se voltar para questões como "O que é a História?" E quem a escreve. Ensinado isso ao estudante, é imprescindível o professor tratar da cientificidade da História pondo em questão as teorias e metodologias para sua produção.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Colega Edmilson, muito boa tarde. Primeiramente, parabéns pelo texto, que aborda um tema tão relevante nos dias de hoje, e continuará sendo pelos próximos quatro anos, provavelmente. Na sua conclusão você aponta a necessidade dos professores terem conhecimento a respeito daquilo que é propagado em suas áreas de formação, para incentivar a análise crítica por parte dos alunos. A minha pergunta é: pessoalmente, como você imagina que isso deveria ser feito ? Um maior acesso a fontes primárias ? Maior difusão do conhecimento científico, indo além dos ambientes acadêmicos (e mais elitistas) ? Ou até mesmo o incentivo à interdisciplinaridade voltadas ao objetivo de debates em comum ?
ResponderExcluirJoão Matheus da Silva Cruz
Importante pergunta, João. Penso que tudo o que você citou é importante, visto que não é de uma forma só que podemos estimular o conhecimento crítico dos estudantes. No entanto, é essencial para o professor estar antenado com as novas formas de tecnologias e, assim usá-las para a promoção do conhecimento crítico.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Boa tarde Prof. Edmilson Antônio,
ResponderExcluirParabéns pelo ótimo texto que escreveste. Realmente é uma temática que inquieta nós historiadores, mas a todos os profissionais da educação, tendo em vista que assuntos considerados "polêmicos" que possam envolver diferentes opiniões políticas, estão sendo censurados ou comentados somente nas entrelinhas em muitas escolas, por acreditarem que os docentes estão doutrinando os alunos ao invés de proporcionar uma reflexão. Penso que a escola tem a tarefa de problematizar questões pertinentes do cotidiano, respeitando todas as opiniões e credos. Nessa perspectiva, estão querendo impedir que haja uma formação crítica dos alunos, de consciência temporal e da história como construção, que perpassa pelas lutas de poder. Por outro lado, analiso que grande parte das sociedade considera que os docentes possuem um poder de influência muito grande na vida das crianças e jovens,a ponto de serem capazes de tornarem eles adeptos a sua linha de pensamento. Isto revela que a educação ainda é vista com potencial de mobilizar os indivíduos para a transformação social, frente a alienação e imposições da classe dominante. Logo, vejo que o aluno necessita ter contato com diferentes versões sobre um fato, saiba pesquisar e verificar a veracidade daquilo que aparece no site, mídia que acessa, pois não há neutralidade, mas uma ideologia e finalidade por trás de cada notícia, imagem, escrita. Portanto, de que forma ensinar os alunos a realizar esse trabalho de reflexão frente a esse contexto? Como utilizar as informações e torná -las conhecimento?
Atenciosamente,
Laís Francine Weyh
Obrigado pelos elogios Laís Francine.
ExcluirBom, penso que enfatizar os métodos e teorias de História, bem como a cientificidade dessa disciplina é extremamente importante.
Se os estudantes souberem como se dá a História, buscarão, antes de validar discursos quaisquer, a fontes e referências em que eles se baseiam e, fazendo isso, se tornarão cuidadosos críticos ao saberem produzidos em sociedade.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Gostei bastante deste texto. Tenho duas questões, a primeira é como você reage a assistir os vídeos. Como isso te afeta, se consegue manter uma certa neutralidade emocional no momento. A outra questão diz respeito à Memória. Para quem faz uso da memória como um recurso metodológico, o momento atual exige maior rigor na pesquisa? A História está ameaçada frente a esses discursos e narrativas midiáticas?
ResponderExcluirJOSÉ ANCHIETA BEZERRA DE MELO
Obrigado, José. Bom, não a História não está ameaçada frente a isso, nem as narrativas midiáticas. O que ocorre é que o lugar do historiador está sendo ocupado por pessoas que não são próprios desse lugar, portanto, cabe a nós reafirmar-mos nosso espaço, principalmente através do ensino e ênfase na cientificidade d História.
ExcluirComo historiador, devido manter a neutralidade, apesar de, sinceramente, rir as vezes com os discursos revisionistas e os anacronismos.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Seu trabalho é muito interessante e bastante útil e reflexivo, Edmilson Júnior. Parabéns!! Gostaria de saber quais consequências podem surgir do não posicionamento dos(as) professores(as) de Historia sobre narrativas que se baseiam apenas na subjetividade de pessoas que viveram o período da Ditadura civil e militar, para dizer que não houveram perseguições, torturas, e nem mesmo ditadura no Brasil?
ResponderExcluirJacqueline Moreira Lima.
Obrigado pelos elogios, Jacqueline. Bom acredito que o não posicionamento de nós, professores pode acarretar na perda do poder simbólico do professor de História/Historiador com relação a ciência que ensina/estuda. Isso é maléfico para a sociedade porque permite que qualquer indivíduo possa criar narrativas históricas baseado em nada e mais, conceder caráter de verdades a ela.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Edmilson, parabéns! Esse texto é bastante necessário. Hoje vivemos tempos que a profissão do historiador, e até mesmo do professor de história, vem sendo questionados pela uma onda conservadora que nos colocam como doutrinadores. Um debate torna-se produtivo quando ambas as partes se dispõe para um diálogo e estão dispostas a ouvir as teorias, mas acaba sendo difícil quando o lado oposto não se compromete com isso. O YouTube é uma ótima ferramenta, existem canais realmente compromissados em criar conteúdos de qualidade como o canal Nostalgia, mas infelizmente as produções de influenciadores digitais, como Nando Moura muito bem citado em seu texto, são bastante criticados devido a dessiminações das "fale news", um problema que se torna cada vez mais frequentes no período eleitoral em todo mundo. Ótimo texto, parabéns novamente!
ResponderExcluirAnderson Leonardo de A. Serafim
Fico feliz em ler isso, Anderson!
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Excelente reflexão!
ResponderExcluirQuanto ao próprio conceito de memória, cabe salientar que esta não é armazenamento de informações, conforme Pierre Nora pontua e Barros cita em seu texto, mas uma dinâmica condicionada social e historicamente, a qual se relaciona com a própria identidade individual e coletiva.
Quanto a questão da identidade, como o autor avalia o peso identitário presente na própria memória coletiva? Isto é, como a memória coletiva não só molda, ou ajuda a moldar, a própria identidade da sociedade, isto dentro do contexto da ditadura militar, e como a identidade coletiva atua de modo a penetrar a memória compartilhada? tendo em vista que memória coletiva e identidade coletiva não são as mesmas coisas, mas mantém sempre relação uma com a outra.
Parabenizo uma vez mais pelo texto.
Jefferson Melo Cordeiro.
Como vocêoce enxergaa discussão acerca do revisionismo historcoh, sem uma perspectiva negativa, você considera que o revisionismo tambem possa ser importante em um debate historiográfico?
Evidente que sim, no entanto, o revisionismo realizado a partir de métodos, teorias e fontes historiográficas
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior