Claudimir de Oliveira Espindola


AS CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE AO ENSINO DE HISTÓRIA


Com esta pesquisa, pretendo estudar os conceitos sobre o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de História a partir da perspectiva de Paulo Freire. A pesquisa se estruturará em uma revisão bibliográfica na busca de compreender o processo de ensino e aprendizagem através da valorização do conhecimento prévio dos estudantes e na possibilidade de criar novos horizontes para prática docente. Terei como referencial teórico os seguintes autores: Jörn Rüsen, Isabel Barca, Peter Lee, Maria Auxiliadora Schmidt, Paulo Freire. Através desta revisão bibliográfica possa endossar a possibilidade de um método de ensino que valoriza o conhecimento prático dos estudantes, assim como a eficácia de uma metodologia que estabeleça como conjectura a relação entre a historia de vida dos estudantes e os conhecimentos científicos como forma de aprendizagem da História.

INTRODUÇÃO
O propósito deste artigo é refletir a partir de uma revisão bibliográfica da literatura especializada, as práticas e métodos de ensino de História que estimule a aprendizagem. O ensino de História que muitas vezes se caracteriza como tradicional, que leva o estudante a limitar o seu conhecimento aos grandes acontecimentos históricos e aos feitos heroicos.

Utilizaremos a concepção de ensino e aprendizagem abordada por Paulo Freire e a sua reflexão sobre o ensino de História. O foco será a perspectiva de um ensino que estimule o estudante a construção, descoberta, transformação, ampliação de seus próprios conhecimentos. O aprender está diretamente ligada a um processo onde o professor é apenas um estimulador/mediador do desenvolvimento cognitivo que prioriza outros saberes além do conhecimento cientifico.

Abordaremos os fundamentos do ensino de História, que está associado diretamente na formação de um sujeito crítico, participativo e analítico. A relação ensino-aprendizagem ocorre a partir da mediação instrumentalizada pelo professor em sala de aula, entre conhecimento empírico dos estudantes e o conhecimento teórico acumulado ao longo da História da humanidade.

ENSINO DE HISTÓRIA NA PERSPECTIVA FREIRIANA

O fundamental para o ensino de História segundo Laville (2002),é formar alguém capaz de pensar criticamente a realidade do seu tempo e de participar na sociedade democrática de acordo com seus princípios. Já Freire (1997), afirma que a História é a possibilidade e não determinismo, ela possibilita inserir no processo histórico como sujeito, evita o fanatismos, caracteriza-se como um processo em que os seres humanos são desafiados pelos desafios e situações vivenciadas no seu momento atual. Não adianta ensinar aos estudantes fatos históricos se não ensina-los a pensar e refletir os acontecimentos do passado como desdobramento para suas vivências e práticas cotidianas no presente.

A análise da realidade vivenciada provoca, nos seres humanos, a busca no passado pelos motivos de sua situação atual. Freire (1997), reconhece que a incorporação crítica na história, implica que os homens assumam o papel de sujeitos que fazem e refazem mundo. A visão crítica está diretamente ligada a preparação intelectual do sujeito, tornando-o capaz de conhecer a condição histórica dos acontecimentos e permite que o mesmo possa agir de forma consciente perante aos fatos históricos.

A consciência histórica na concepção de Rüsen (2001), está associada as intervenções mentais as quais os homens esclarecem sua experiência da evolução temporal do seu mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar a sua vida prática no tempo. O homem procura compreender o passado a partir de sua perspectiva pessoal, o seu progresso evolutivo seja no campo social e econômico, está diretamente associada a processo evolutivo do mundo social a sua volta. A consciência está na ação, analisar, criticar, conhecer os percalços dos fatos históricos ao longo do tempo e na forma como o individuo utiliza os resultados destas interpretações no seu tempo presente.

O fazer do Historiador na visão Rüsen (2001), está associado a utilização do raciocínio, por analogia, para a construção do saber escolar que a partir da criatividade, muitas formas de narrativas podem ser propostas e construídas. A consciência histórica se forma a partir da construção da narrativa, na qual o sujeito analisou, criticou e interpretou os fatos históricos. A aprendizagem histórica está na capacidade do estudante formar uma narrativa histórica, a partir de sua interpretação intelectual dos fatos e na aplicabilidade dos mesmos a sua realidade social. De acordo com Rusen (2010), o aprendizado histórico é determinado também por pontos de vistas emocionais, estéticos, normativos e de interesses. 

O ensino de História deve partir do fortalecimento de uma consciência para vivência em sociedade, problematizador e engajado com as realidades do presente, depende das formas como os conhecimentos históricos são trabalhados em sala de aula. Para Pinsky (2010), a “História é referência. É preciso, portanto que seja ensinada.” O conhecimento histórico permite ao sujeito, o conhecer, interpretar os fatos a partir da análise crítica da realidade vivenciada no presente. O professor não repassa o conhecimento histórico ao estudante, não é a disciplina de história que contribui para formação do sujeito pensante.  É papel do professor apresentar, reelaborar e propor os saberes históricos de forma que permita os seus estudantes se instrumentalizem na arte de pensar.

A lógica do ensino de História deve se aproximar da visão de Freire (1983), na qual afirma que é necessária “uma pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto de reflexão dos oprimidos, de que resulta o engajamento necessário por uma libertação, em que esta pedagogia se fará e refará.” Que instrumentalize os estudantes com senso crítico, com as técnicas das observações, análises e interpretações, para que os mesmos construam as suas próprias narrativas referentes aos fatos históricos. Onde os estudantes tenham a liberdade de racionalizar e contribuir com suas considerações na formação de uma nova narrativa social e coletiva dentro do espaço escolar.

Segundo Ferro (1993), o conhecimento do passado não é aprendido de forma única por todos, para cada sujeito ele promoverá múltiplas significações e se transformará no mesmo ritmo das mudanças vivenciadas pela sociedade. O professor deve se aproveitar das várias interpretações feitas sobre o mesmo fato histórico, para incentivar os estudantes a pesquisar, comparar, racionalizar e a visualizar que os conceitos ideológicos mudam de acordo com conhecimento adquirido ao longo do tempo. E que a família, a religião, a política e os interesses financeiros interferem na análise interpretativa dos fatos históricos. O professor tem que pautar pela neutralidade e mediar as análises interpretativas dos estudantes, com objetivo de se aproximar de um senso comum à compreensão do conteúdo em sala de aula.

Uma particularidade do ensino de História é sua dependência científica, pois, conforme George Snyders (1995), o professor é o responsável pelo fornecimento de uma espécie de matéria prima, nesse caso o conhecimento histórico, para o desenvolvimento de habilidades para raciocínio, da crítica e da reflexão e mais importante que isso, o professor tem que ensinar ao estudante que existe uma possibilidade concreta de se raciocinar este conhecimento científico. O que ocorre que muitos professores, se apegam muito na transmissão dos conteúdos históricos e se esquece de instrumentalizar os estudantes a racionalizar e interpretar.

O professor de História segundo Schmidt (2010), deve“saber-fazer-bem, lançar os germes históricos”  Para ela o mesmo é responsável por ensinar o estudante a captar e a valorizar a disparidade dos seus pontos de vistas. E cabe a ele ensinar os estudantes a levantar problemas e a reintegra-los em outro conjunto de situações, transformando suas aulas em discussão e debates sobre as várias problemáticas sociais.

O ensino de História não pode ser exclusivamente informativo, ele deve se amparar no caráter formativo. Na qual o professor, deve ensinar aos estudantes a relação entre o passado e presente, a refletir sobre os problemas vivenciados em seu tempo e principalmente criar novas problemáticas de suas reflexões, que possibilite aos mesmos intervir em sua realidade social. O ensino de História pode construir ou destruir ideologia referente a qualquer temática social, desde que valorize e estimule o uso do senso critico - reflexivo.
    
Para Schimidt (2010), ensinar História é oferecer condições para que o estudante “possa participar do processo do fazer, do construir a História.” Constituir condições para a autonomia do mesmo, de forma que possa se perceber como um sujeito histórico. Segundo Freire (1997), a consciência é promovida pelo ato e ação de empoderamento do sujeito, vai além da simples tomada individual de iniciativa, resolução e superação de situações reais pontuais de suas vidas. O ensino de História deve possibilitar aos estudantes compreender as complexas teias das relações sociais próprias de cada contexto social, econômico e político.

Para que o processo de ensino ocorra, segundo Soares (2008), é necessário habilidade, método e procedimentos de trabalho que ajude o professor em sua atividade e que facilite o aprendizado dos conteúdos de Historia. Procedimentos e métodos que valorizam somente a transmissão de conhecimento, são a base de estrutura de muitos professores. Pois, são processos que não requer mais esforço elaborado de novas temáticas ou atividades, a velha conhecida rotina de aula que se repete anos após anos.

Pensar historicamente, para Rüsen (2010), é analisar os processos mentais genéricos e elementares da análise do mundo e de si mesmos pelos homens, no qual se estabelece o que se pode intitular como consciência histórica. Todo sujeito, desenvolve em sua trajetória interpretação do seu mundo, mediadas pelas experiências da vida e também pelo acesso ao conhecimento histórico. Para Barron (2012), o interior da consciência histórica é constituído e moldado pela narrativa histórica que conecta a interpretação do passado a compreensão do presente e projeta no futuro. Desta forma Rusen (2010) afirma que o aprendizado histórico pode, portanto, ser compreendido como um processo mental de construção de sentido sobre a experiência do tempo através da narrativa histórica.

Schmidt (2010), afirma que é necessário um método de ensino que proporcione aos estudantes uma autoeducação e a habilidade de uma autogestão, não depende apenas da escola, da família e dos materiais didáticos, mas principalmente da relação entre professor e estudante. Ela afirma que existe três dimensões da aprendizagem histórica: a experiência, orientação e a interpretação. Primeiro devemos atentar para o fato de que aprendizagem histórica é inseparável do estudante, portanto, saber História não é igual a pensar historicamente. Isso porque saber os conteúdos é apenas uma capacidade ditada pelo artifício da memorização que proporciona o sujeito narrar o passado sem qualquer ligação com o presente.

Enquanto o pensar historicamente é perceber o presente como um desdobramento do passado e que ambos estão interligados. O ensino de História precisa dedicar a uma pedagogia da libertação. Como Freire (1984), afirma que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se nas práxis, com a transformação. O homem precisa conhecer e compreender os mecanismos de opressão para se libertar.

Para Schmidt e Cainelli (2009), a disciplina de História auxilia na busca da conscientização e no evidenciar através dos conteúdos e reflexões as contradições do presente, sendo vista como instrumento de compreensão e atuação, onde o estudante passa a analisar as informações que ouve e vê, e não apenas memorizar e repetir informações. Contribuindo para que o mesmo eleve o seu nível de consciência crítica e principalmente uma autonomia crítica analítica das informações que são lhe repassadas.

O professor precisa estimular em seus estudantes a orientação, a experiência e a interpretação. Para Barca (2009), ensinar História não é somente reproduzir uma narrativa estipulada pelos conteúdos curriculares. É necessário que aprendam a desenvolver um simultâneo de ideias cada vez, mais elaboradas sobre a história. O desafio é despertar para a busca de sentido histórico da realidade, onde o objetivo é consolidar a escola, não como o único local acessível para o alcance do conhecimento sistematizado, mas como o espaço privilegiado de reflexão e cumprimento com a causa da sociedade nos mais variados aspectos, buscando sempre a inovação do ensinar.

Para Abud (2005), a edificação do conhecimento é um desafio cotidiano dentro do espaço escolar, exigindo uma estrutura sólida de orientação para sua formação, pois há necessidade de mediar o conhecimento científico, produzido a partir das pesquisas acadêmicas, com os conhecimentos empírico da sociedade, evitando os anacronismos e também as simplificações, permitido que estudante goste de aprender e conhecer os fatos científicos e empíricos dos conteúdos da disciplina de História.

Para Freire (1987), o ensino deve estar ligado à compressão da realidade sócio histórica do estudante, não impondo forma de pensar ou agir. A função do ensino é permitir desenvolvimento de um sujeito que conheça e respeite as diferenças para com outro, agindo de forma que possa propiciar a educação para outro. O agir consciente e reflexivo é uma forma de educar, mesmo que não haja o intuito ou a consciência do ato de ensinar. Segundo Freire (1987), o exemplo é uma forma de educar, pode-se ver isso através do diálogo.  A conduta, os valores e a postura diante das situações cotidiana, permite o processo de ensino e aprendizagem, o professor se torna o modelo de inspiração para seus estudantes.

O crescimento do estudante é percebido quando o mesmo compreende as situações e fatos do seu ambiente social. Para Rusen (2010), a atividade educativa deve ser compreendida por todos como importante matéria de interesse e significação, estabelecendo o respeito recíproco, inspirando um ambiente propício ao processo de ensino e aprendizagem. O estudante consciente de seu papel se coloca em condições de oferecer algo ao grupo social que pertence. A contribuição deve ser consciente e não por interesse pessoais. Deve ser por identificação com a sociedade, com vista a projeção social humana, onde se estabelece uma sociedade norteada pelas conquistas éticas e culturais.

Os métodos do ensino de História devem ser elaborados com intuito de romper com o tradicional, sempre buscando a inovação nos métodos e na produção de novos materiais, que permitam a proximidade entre o conhecimento empírico e científico. O saber ensinar é sempre resultado das escolhas, de referências teóricas e vivências dos professores, considera-se, ainda, o contexto social da sociedade próxima da escola. Para Monteiro (2003), o ensino só ocorre a partir das decisões tomadas pelos professores, pois são eles que escolhem as alternativas que julgam mais apropriadas para seu método de ensino. O importante é que o mesmo saiba utilizar os conteúdos selecionados, como mecanismo de aproximação a realidade cotidiana dos estudantes.

O ensino de História deve proporcionar o desenvolvimento histórico intelectual do estudante levando-o a adequada compressão das interações  sociais e das mudanças que se apresentam na sociedade. O importante que sempre haja a articulação entre a teoria e prática, onde a reflexão está fundamentada na ação, tornando seus atos no presente mais significativos.

Considerações finais
Os métodos de ensino interferem diretamente no rendimento da aprendizagem que os professores precisam adequar sua didática a realidade que os estudantes estão inserido. Com a valorização dos conhecimentos empíricos dos estudantes nota-se que pode produzir novos conhecimentos para além da teoria e da prática de ensinar. E que ensino de História tem que esta direcionando para a formação de cidadãos com competências e habilidades na capacidade de decidir e agir.

É indispensável considerar a realidade e os conhecimentos prévios dos estudantes, na definição e abordagem dos conteúdos da disciplina de História. O ensino torna-se significativo a medida que permite ao estudante dialogar com a sua realidade, compreendê-la e questiona-la de forma sistemática.  Pois, é através das representações sociais que os estudantes concebem e compreendem a realidade que vivem.  Nesse sentido, as aulas expositivas, os textos, os filmes, os debates e as atividades desenvolvidas nas aulas de História serão mais promissoras a medida que oferecem as possibilidades de diálogo com a representação social do estudante. O professor deve incentivar os estudantes a expor o que já sabem sobre as temáticas que serão tratadas nas aulas de História. 

Como Freire (1996), afirma que não adianta somente trazer para sala de aula conteúdos prontos e estigmatizado é necessário pesquisa e compreensão da realidade social, econômica e política da comunidade no qual o estudante esta inserido. Para Pinsky (2010), o passado deve ser interrogado a partir de questões que nos inquietam no presente.  As relações históricas devem ser (re) descobertas nas salas de aula, a História não pode ser vista como uma ciência pronta e acabada.  Torna-se, portanto, necessário a partir desta perspectiva romper com o paradigma de que quem faz historia é o historiador.

Quanto mais o estudante sentir a História como algo próximo de sua realidade, mais terá vontade de interagir com ela, não como algo externo, distante, mas como uma prática na qual terá o prazer de exercer o seu senso critico perante aos acontecimentos sociais.

Cabe ressaltar que não existem modelos previamente estabelecidos que possam ser aplicados em todas as realidades. O que apresentamos, nesta revisão bibliográfica, algumas referências mais gerais sobre o ensino de História, métodos e teorias que deverão ser complementadas, adaptadas e resignificadas para cada realidade escolar.

Referencia
Claudimir de Oliveira Espindola é Mestrando do curso de pós-graduação em Ensino de História – PROFHISTORIA da Universidade Federal do Tocantins – Campus Araguaia- TO. Professor concursado da Secretaria Municipal de Ensino de Marabá-Pa. Professor da rede particular de ensino da Universidade Paulista –UNIP -Campus Marabá-PA

ABUD, Kátia Maria. Processos de construção do saber histórico escolar. História e ensino, Londrina, V.11, p.25-34, jul. 2005.

BARCA, Isabel. Investigação em Educação histórica em Portugal: esboço de uma síntese. In: Barca, Isabel; Schmidt, M. Auxiliadora (Orgs.), Educação Histórica: Investigação em Portugal e no Brasil. Atas das V Jornadas Internacionais de Educação Histórica. Braga: CIEd, Universidade do Minho, p. 11-27, 2009.

BARROM, Wilian Carlos Cipriani; CERRI, Luis Fernando. A teoria da história de Jörn Rüsen entre a modernidade e a pós-modernidade: uma contribuição à didática da História. In: Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 991-1008, set./dez. 2012.

FERRO, Marc. A manipulação da história no ensino e nos meios de comunicação. São Paulo: Ibrasa, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

_____, Paulo. Cartas à Guine-Bissau: registros de uma experiências em processo. Rio janeiro, Paz e Terra, 1997.

_____, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

_____, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e. Terra, 1996.

LAVILLE, C. Além do conhecimento produzido e disseminado. Consciência histórica e educação histórica. In: ENCONTRO REGIONAL DA ANPUH, 9.  Belo Horizonte: Anpuh/MG, 2002. Disponível em: http://www.fae.ufmg.br/ANPUH. Acesso: 21 dez. 2018.

MONTEIRO, Ana Maria Ferreira da Costa. A História ensinada: Algumas configurações do saber escolar. História e Ensino, Lodrina. V. 5, n.11, p.37-62, out. 2003.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.

______, Jörn. Rüsen e o ensino de História. Organizadores: Maria Auxiliadora Schmidt, Isabel Barca, Estevão de Rezende Martins. Curitiba: Ed. UFPR, 2010.

PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla Bassanes. Por uma história prazerosa e consequente. In: KARNAL, Leandro (Org). História na sala de aula: conceitos, praticas e propostas. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2010. 
  
SNYDERS, G. Feliz na Universidade, estudos a partir de algumas biografias. São Paulo, Paz e Terra, 1995.

SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. O saber histórico na sala de aula. 11 ed. São Paulo: contexto, 2010.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009.



39 comentários:

  1. Pelo que entendi, Paulo Freire conclui que a História se repete, ou seja, ela é cíclica. Dessa forma, devemos entendê-la para que não se repita erros cometidos no passado, como por exemplo, o fanatismo, que de tempos em tempos surgem na História. Estou certo?

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    1. Não. Os acontecimentos históricos sempre reaparece, mas sempre tem uma pequena alteração, uma novidade nunca vista antes. Os mesmos fatos retornam , mas cada vez sob uma nova roupagem, com diferentes grupos ou novas figuras inseridas. O que mais Freire enfatiza em seus textos e uma concepção dialética da História ( História como movimento e contradição). Para ele, a História é importante para "conhecer" a realidade (o presente Histórico). Ele defende um saber Histórico que parta das experiências, porém crítico e metódico,para atingir a " consciência Histórica". Crítica o fatalismo, os mitos e a mitificação do passado. A História para ele é multi -causal, destacando o discurso e instrumentos das relações do poder. A História deve proporcionar ao estudante práticas reflexivas através da problematização com objetivo de responder as questões do presente.

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  2. Regina Célia Daefiol8 de abril de 2019 às 10:51

    Muito bacana sua abordagem de Paulo Freire em relação ao ensino de História. A concepção freireana de educação tem como pressuposto básico considerar o conhecimento acumulado pelo aprendiz como ponto de partida para a construção do conhecimento formal ofertado pela escola. Minha questão: como deve agir o professor de História em relação ao conhecimento acumulado pelo estudante em tempos de informações distorcidas e sem base científica amplamente divulgadas via internet?

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  3. Regina Célia Daefiol8 de abril de 2019 às 11:17

    Muito bacana sua abordagem de Paulo Freire em relação ao ensino de História. A concepção freireana de educação tem como pressuposto básico considerar o conhecimento acumulado pelo aprendiz como ponto de partida para a construção do conhecimento formal ofertado pela escola. Minha questão: como deve agir o professor de História em relação ao conhecimento acumulado pelo estudante em tempos de informações distorcidas e sem base científica amplamente divulgadas via internet?
    Obrigada
    Regina Célia Daefiol

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    1. Considero que a prática de ouvir e principalmente levar em consideração o ponto de vista do estudante, já é uma condicionante estruturante para uma nova narrativa. Paulo Freire apresenta uma discussão muito interessante sobre a questão dos condicionantes estruturais e a ação dos indivíduos e grupos sociais: “A superação da compreensão mecanicista da História, por outra que, percebendo de forma dialética as relações entre consciência e mundo, implica necessariamente uma nova maneira de entender a História.” Ao enfatizar a dialética entre os condicionantes e as possibilidades do fazer-se histórico, Paulo Freire, ainda escreve, dando destaque as experiências vividas ou herdadas pelos sujeitos e grupos sociais: “Ressaltamos inicialmente a sua condição de ser histórico-social, experimentando continuamente a tensão de estar sendo para poder ser e de estar sendo não apenas o que herda, mas também o que adquire e não de forma mecânica.” As experiências do cotidiano devem ser problematizadas e tratadas com rigor metodológico para buscar o conhecimento mais apurado e atingir a Consciência. Cabe ao professor ouvir minuciosamente o discurso do estudante e evidenciar que existe outro lado do mesmo discurso. Em conjunto discutir os pontos convergentes ou divergentes de uma mesma temática, solicite que mesmo aponte qual seria o melhor discurso para o bem estar social, na qual se valorize a pluralidade de opiniões.

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  4. Professor, tendo em vista os conhecimentos prévios do aluno, a abordagem da História Regional e Local, partindo da formação familiar e comunitária seria uma abordagem para ser trabalhado em sala de aula? Por exemplo, na cidade onde moro Dias D'Ávila/Ba, o nome da cidade foi uma homenagem a um dos herdeiros de Garcia D'Ávila, além disso uma das Feiras mais antigas da Bahia (Feira de Capuame) foi nesta cidade.

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    1. Sim. A pesquisa da História local é extremamente importante para o ensino de História. Um método viável é implementação do estudante pesquisador, na qual os mesmos serão escritores de sua própria história ou de sua comunidade. O professor pode usar a tecnologia do blogger, para criar uma pagina específica da história da comunidade. Lógico obedecendo todas as regras do método científico.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. O fundamental para o ensino de História segundo Laville (2002),é formar alguém capaz de pensar criticamente a realidade do seu tempo e de participar na sociedade democrática de acordo com seus princípios. Já Freire (1997), afirma que a História é a possibilidade e não determinismo, ela possibilita inserir no processo histórico como sujeito, evita o fanatismos, caracteriza-se como um processo em que os seres humanos são desafiados pelos desafios e situações vivenciadas no seu momento atual. Não adianta ensinar aos estudantes fatos históricos se não ensina-los a pensar e refletir os acontecimentos do passado como desdobramento para suas vivências e práticas cotidianas no presente.
    Lendo o paragrafo e observando a realidade, será que os professores estão capacitados para ensinar os alunos a terem pensamentos críticos? E se não, como podemos fazer com que isso se torne realidade?
    Luciana Folk

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    1. É muito relativo. Muitos professores estão capacitados para uma metodologia que corrobora com a prática emancipadora dos estudantes. Porém, o sistema de ensino, implementado pelos gestores públicos, lhe limita apenas ao método tradicional. São vários fatores limitantes: carga horária, apoio financeiro e principalmente tempo disponível para pesquisa e analise do perfil socioeconômico e cultural do estudante. A maioria dos professores se esforçam para implementar aulas atrativas, mas sempre se esbarram na quantidade de turmas excessiva, na distribuição da carga horária. Trabalhar com a realidade de vida dos estudantes, exige um esforço muito grande por parte dos professores. Com este método, exige que os mesmos tenham um conhecimento muito amplo de pesquisa e coleta dados. Uma alternativa viável, seria uma formação continuada, na qual, os professores aprendessem os métodos e prática da pesquisa. Um professor-pesquisador, com objetivo de compreender/entender o contexto social, cultural, econômico e político de seus estudantes, isso seria a base para restauração do método de ensino. A universidade agrega uma parcela de culpa, referente a prática de ensino, pois a mesma fomentam pesquisas distante da realidade vivenciada pelos professores da educação básica. A transformação só ocorrerá, quando houver mudanças no estilo de formação das universidades e principalmente na forma como é organizado o sistema de ensino.

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  7. Professor, como um bom amante de Paulo Freire e futuro implementador de sua didática libertadora em sala de aula me questiono como fazer com que essa tática de consciência através do meio e da realidade dos alunos seja efetiva tendo em vista o atual avanço da globalização e a introdução da internet como instrumento de estudo, o que de certa forma é também um risco de reconsiderar a realidade comutaria tornando-a geral e unificada, o que a gente consegue enxergar facilmente nas campanhas políticas por exemplo, as redes sociais foram responsáveis por fomentar uma possível consciência geral do que seria o melhor sem discutir os riscos dos discursos em cada comunidade e o que ele representa (exemplo esse cabível a todas as esferas políticas), minha pergunta é, como enfrentar esse desafio em sala de aula retomando a valorização da problematização e o engajamento à realidade quebrando a supremacia da mídia e das redes sociais aproximando os alunos de sua comunidade e fazendo-os questionaram também as relações políticas com esse meio?

    Victor Hugo da Silva

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    1. As redes sociais é um espaço muito pouco explorado pelo processo de ensino. Não vejo a redes sociais como um monstro, e sim como espaço desorganizado de identidades em processo de formação. O mundo virtual é caracterizado como um espaço de liberdade de pensamentos, sentimentos, tristeza,alegrias e de socialização. Um espaço multicultural, onde a maioria das pessoas estão buscando a base para formação de sua identidade social. A vontade de pertencer a um grupo, induz as pessoas a aceitarem os valores e preceitos ideológicos. A educação perdeu o espaço para o mundo virtual, quando os estudantes perceberam, que o mundo evoluiu tecnologicamente, porém os métodos de ensino pararam no tempo. A universidade, a escola, os professores devem usar as sociais para implementar a formação de uma identidade solidária, na qual se estruture na base do respeito das diversidades de pensamentos. Um ensino humanizado, que contribua para formação de identidade humana, que valorize a empatia e principalmente os valores culturais de cada grupo social.

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  8. Professor achei muito interessante essa sua análise a respeito da perspectiva do ensino de história, e da maneira como ele pode ser remodelado dessa ideia tradicional de ver a história a partir da figura de grandes heróis. Tivemos no samba enredo da mangueira uma verdade aula de história onde o privilégio não é dado somente ao grande herói. Agora diante dos novos tempos como o professor esse mediador deve se portar diante dessas novas características do ensino, onde o aluno deve ser estimulado a um desenvolvimento de uma mentalidade crítica de mundo e não mais aquela tradicional onde ele era apenas um reprodutor de conteúdo??
    Desde já agradeço professor!!

    Ruan David Santos Almeida

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    1. O maior desafio da maioria dos professores, está na capacidade de ouvir. Um princípio básico para ocorrer a mediação é o processo de escuta metódica, ouvir com atenção os pontos centrais do discurso do estudante e com isso criar as conexões necessárias as bases teóricas do conteúdo a ser problematizado. O professor pode usar grupos de WhatsApp ou Google sala de aula, para implementar a problematização de uma temática específica da realidade social estudante. Partindo do empirismo a uma temática mais global. O professor pode usar links de vídeos do YouTube ou filmes para iniciar um debate em rede. Mediar é direcionar o olhar e a pesquisa do estudante a temática específica, debater, construir hipóteses ou desconstruir, conhecer e estruturar uma nova narrativa a partir da junção de várias idéias e pontos de vistas.

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  9. Boa tarde Professor,
    Parabéns pelo texto que nos traz excelentes elucidações das perspectivavas freirianas.
    Professor utilizando das palavras de Freire qual o caminho para alcançar "uma pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto de reflexão dos oprimidos, de que resulta o engajamento necessário por uma libertação, em que esta pedagogia se fará e refará". Como o senhor considera alcançarmos essa aplicação em detrimento a um sistema educacional opressor, excludente e extremamente politico no sentido que o professor tem em sua realidade salas de aulas absurdamente cheias, educadores reféns de contratos que muitas vezes impossibilitam a aplicação de determinadas metodologias? Diante desses fatos fica meu questionamento.

    Att.
    Lailson Costa Duarte

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    1. Somos refém do nosso próprio medo, não acreditamos na existência do nosso poder de transformação. Aceitamos tudo com naturalidade. É necessário uniao por parte de todos os professores, uma categoria desunida, não consegue romper com as amarras do sistema político. Os nossos líderes políticos estão direcionando o processo de ensino, para uma prática de memorização e exaltação de heróis nacionais. A formação de uma massa popular crítica, nunca será prioridade do sistema político. Uma solução viável, seria a união de todos professores num objetivo comum, a formação de uma identidade local, regional e nacional pautada na perspectiva do respeito mútuo das diversidades sócioculturais. Uma ferramenta útil para este projeto está nas mídias sociais, a educação, os professores precisam usar as mesmas ferramentas utilizadas pelo opressor, para contribuir com a formação de um consciência crítica e analítica na população. As redes sociais na atualidade são utilizadas como ferramentas de perseguição e opressão. Devemos ocupar esses espaços de mídia e usar para o processo de formação e de contraponto ao sistema.
      Em sala de aula, o professor deve utilizar o celular, as redes sociais como ferramentas de pesquisa. Onde cada estudante, pode compartilhar as suas vivências culturais, não há necessidade de deslocar para a comunidade onde vive .O uso da tecnologia, contribui de forma significativa para resignificação do processo de ensino brasileiro.

      Att
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  10. Bruna da Silva Cardoso9 de abril de 2019 às 18:37

    Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-lo por trazer as contribuições de Paulo Freire para a compreensão do processo de ensino-aprendizagem e no caso, mais especificamente o ensino de história. Bem como o diálogo entre Rüsen e Freire. Diante disso, como podemos pensar alternativas no âmbito do ensino de história e da educação básica para que os estudantes se enxerguem cada vez mais como produtores de História? Para que isso se materialize na educação básica, para que a tão "sonhada" consciência crítica e/ou consciência histórica consiga ser transferida também para a produção textual, posicionamentos, relacionamentos etc?

    Leitora: Bruna da Silva Cardoso

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    1. Uma das alternativas viáveis, seria o uso das redes sociais. Pois, as mesmas tem um poder muito de grande persuasão. Atualmente os estudantes, estao cada vez mais conectado nas redes sociais. A escola e os professores deveriam ocupar estes espaços como contra ponto as informações distorcidas. Os estudantes necessitam de visibilidade, encontramos muita informação sobre os mesmos no mundo virtual. O professor tem que utilizar estas informações, para motivar o interesse pela pesquisa. Os estudantes já são produtores de sua própria história, só que forma emotiva e desorganizada. Cabe ao professor mostrar e ensinar os métodos de organização de suas produções. O desafio maior para o professor é a falta de tempo para realizar a pesquisa detalhada do perfil do estudante. Porém, o mesmo deve formar uma equipe de motivadores dentro escola, uma equipe de jovens mentores que vão ajudar os demais colegas. Devemos aprender a treinar, capacitar os nossos estudantes, para nós auxiliar no processo de ensino. A maioria estudantes se sentem bem, quando estão contribuindo, influenciadores digitais. O professor pode usar as informações produzidas por estes influenciadores digitais para debater temáticas atuais, a partir de conexões com o passado.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  11. "E que a família, a religião, a política e os interesses financeiros interferem na análise interpretativa dos fatos históricos. O professor tem que pautar pela neutralidade e mediar as análises interpretativas dos estudantes, com objetivo de se aproximar de um senso comum à compreensão do conteúdo em sala de aula."
    Fiquei na dúvida, como atingir essa neutralidade uma vez que as instituições interferem na nossa análise interpretativa e o docente não está isento de ideologias e posicionamento político? Obrigada. / Celimara Solange da Silva Orlando Curbelo.

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    1. É quase impossível atingir uma neutralidade. Porém, o professor deve apresentar os diferentes pontos de vista da matéria que está ensinando, para que, assim, não indique, muitas vezes sem mesmo perceber, o seu lado na situação, possibilitando o estudante de decidir sua posição.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  12. Felicito o professor pela abordagem da relação do processo de Ensino e Aprendizagem dos conteúdos de História a partir da perspectiva educacional de Paulo Freire. Refletir sobre a intersecção do pensamento freiriano no campo da aprendizagem histórica, em busca do crescimento estudantil de forma crítica, participativa e analítica é bastante relevante. Diante disso, pergunto: Ao mencionar que: “O que ocorre que muitos professores, se apegam muito na transmissão dos conteúdos históricos e se esquece de instrumentalizar os estudantes a racionalizar e interpretar”, o Senhor menciona uma problemática voltada ao campo formativo dos profissionais da educação? Seria uma questão ligada a formação acadêmica inicial ou do campo prático?
    Laila Cristine Ribeiro da Silva

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    1. Sim. Algumas universidades não instrumentaliza os futuros professores, no âmbito da pesquisa.O próprio sistema sistema de ensino universitário, está muito distante da realidade da vivênciada pelos professores da educação básica. Quando os professores agregam uma formação continuada eficiente, o sistema de ensino, lhe atrapalhar na execução prática de suas atividades. É necessário rever o processo formativo e alguns pontos do nosso sistema de ensino, para que de fato, ocorra as mudanças necessárias na sociedade.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  13. Boa noite Claudimir, gostaria de parabenizar sua atitude de englobar Paulo Freire e o Ensino de História, pois é de fundamental importância estar entrelassada abas as vertentes educacionais, tanto na visão do Freire, quanto dos historiadores. Gostaria de saber de você o que vc acha dessa sua fala "É papel do professor apresentar, reelaborar e propor os saberes históricos de forma que permita os seus estudantes se instrumentalizem na arte de pensar.". Você realmente acha que tem que ocorrer desta forma?
    Érica de Araújo Lourenço Morais

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    1. Sim. O professor deve apresentar os conteúdos teóricos aos estudantes. Porém, antes deve buscar no contexto social do estudante, as conexões necessárias para reelaborar, organizar e sintetizar estes conhecimentos teóricos, para que os mesmos consigam se encontrar como parte da sociedade. Propor estes novos conhecimentos, como forma de implementar na consciência do estudante, a necessidade de pesquisar e compreender as transformações em sua comunidade, cidade, estado e país.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  14. Bom dia!

    Grande Paulo Freire, ótimo texto! Minha pergunta seria a seguinte: sempre que falamos de ensino de história (não somente o ensino de história)relacionando com Paulo Freire, nos deparamos com algo transformador, porém, é inevitável que quando discutimos tal coisa, caímos sempre no campo político. Você acha que o ensino de história (o ensino como o todo)para que de fato aconteça uma transformação, teríamos que pensar antes de tudo, no modelo de sociedade em que vivemos?

    Att,
    Sarah Nathalia Cordeiro Cim

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    1. Sim. Para Eagleton (1997), as transformações só ocorreram homens e mulheres, engajados em formas locais, inteiramente modestas de resistência política, vêem-se trazidos, pelo ímpeto interior de tais conflitos, para o confronto direto com o poder do Estado, é possível que sua consciência política seja definitiva e irreversivelmente alterada. Se uma teoria da ideologia tem algum valor, este consiste em auxiliar no esclarecimento dos processos pelos quais pode ser efetuada praticamente tal libertação diante de crenças letais. A escola, família e o professor de História tem o propósito é mostrar um processo de ensino transformador, na qual, haja uma pedagogia neutra, que terá em sua filosofia a busca por uma ideologia elaborada pelos estudantes, professores, livres do domínio do Estado ou de qualquer outro tipo de domínio. Contribuindo para a formação do ser através do conviver e do conhecer, fazendo desse movimento à maneira de fazer o pensar reflexivo objetivo e subjetivo do individuo na sua formação inicial, a fim de torná-la capaz de transformar e construir tudo a sua volta.


      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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    2. Sim. Para Eagleton (1997), as transformações só ocorreram quando "homens e mulheres, engajados em formas locais, inteiramente modestas de resistência política, vêem-se trazidos, pelo ímpeto interior de tais conflitos, para o confronto direto com o poder do Estado, é possível que sua consciência política seja definitiva e irreversivelmente alterada. Se uma teoria da ideologia tem algum valor, este consiste em auxiliar no esclarecimento dos processos pelos quais pode ser efetuada praticamente tal libertação diante de crenças letais." A escola, família e o professor de História tem como objetivo modelar um processo de ensino transformador, na qual, haja uma pedagogia neutra, que terá em sua filosofia a busca por uma ideologia elaborada pelos estudantes, professores, livres do domínio do Estado ou de qualquer outro tipo de domínio. Contribuindo para a formação do ser através do conviver e do conhecer, fazendo desse movimento à maneira de fazer o pensar reflexivo objetivo e subjetivo do individuo na sua formação inicial, a fim de torná-la capaz de transformar e construir tudo a sua volta.


      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  15. Obrigada Claudimir, por apresentar Freire como um teórico que pode e deve ser considerado como referência teórica para o ensino escolar no Brasil.
    Você observa aproximações entre o pensamento de Rusen e o de Freire? Em qual perspectiva?

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    1. As aproximações possíveis entre o pensamento de Jörn Rüsen e Paulo Freire, está diretamente associada a tentativa de identificar caminhos para o ensino de história, que estejam pautados na racionalidade do pensamento e na possibilidade de transformação da realidade, com a perspectiva de um mundo mais justo, humano e igual.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  16. A valorização e utilização do conhecimento prévio do educando é algo que contribui imensamente para desenvolver a construção do pensamento crítico. Porém, quando nos deparamos com algumas realidades, presentes principalmente na Educação Pública, percebemos que conceitos e a própria concepção de educação não contribui para formar um ser crítico. Normalmente ela está direcionado para a manutenção da situação social das classes mais necessitadas de mudanças. Então, como podemos contribuir, através do Ensino de História, para alterar essa realidade?
    Everton Schwartz da Silva

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    1. O professor de História, tem muito a contribuir. Primeiramente, deve ensinar ou instrumentalizar os estudos dos conceitos de pesquisa. Motiva-los a questionar a realidade vivenciada em sua comunidade. Eles devem conhecer e compreender o básico de todo sistema social e político, para que possa compreender e identificar os motivos da realidade social e econômica de sua comunidade.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  17. Boa noite, Claudimir.

    Como vc bem diz no seu texto, saber História é diferente de pensar historicamente. Refletir e formar argumentos é fundamental no estudo da História.
    Paulo Freire quando valorizou a apropriação do conhecimento pelo indivíduo, defendeu q os oprimidos tenham acesso a informação e q possam pensar historicamente, criticando e agindo sobre a sua realidade. Realidade esta, que pode ser mudada qd se pensa e reflete sobre o mundo a sua volta.
    Sem leitura da realidade, sem interpretação do passado e sua influência no presente,não vamos conseguir a emancipação do povo brasileiro. Sem acesso a uma educação de qualidade, não haverá uma educação de fato emancipadora, q liberte os oprimidos da exploração da sociedade capitalista.

    Aline Nunes Rangel

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    1. A educação tem o papel de aproximar as pessoas ao métodos científicos de análise social. É necessário formar um cidadão capaz de compreender os mecanismos ideológico e alienantes existentes no meio social.A partir desta compreensão, o estudante possa conhecer mecanismos de refutação ou de restruturação de ideias e conceitos referente as várias temáticas sociais.
      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  18. Meu questionamento vai referente a passar o conhecimento, de forma a chegar mais próximo a realidade do aluno, isso muitas vezes é complicado. Trazer um fato histórico, comparando com a realidade, é um ato valido? Pois sabemos que o contexto em que o fato histórico está situado, pode ser muito diferente ao exemplo atual utilizado com comparação.

    Thiago Figueiredo Barros

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    1. Um pouco improvável, porem, elencar os desdobramentos do fato histórico ao longo da história da humanidade. Mostrando os pontos positivos ou negativos na atualidade. Motivar os estudantes a compreender o perfil social dos grupos sociais envolvidos no decorrer do fato histórico.

      Att,
      Claudimir de Oliveira Espindola

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  19. Claudimir,
    Gostaria de parabenizar pelo texto e dizer que adoro a ideia, que vc concebe a partir das suas leituras que vc apresenta desses autores, de que não há um método prévio. Se não há um método prévio não há uma teoria precisa e estabelecida: é o real que nos oferece. “Cada turma exige uma metodologia diferente, e uma teoria diferente”; a gente repete isso direto e não consegue refletir sobre como isso se replica na própria pesquisa científica. Gostaria de saber se vc pretende fazer uma pesquisa mais profunda sobre como, na prática, esses pensadores são concretizados ou n na sala da aul, principalmente Paulo Freire?
    Rafael Dalyson dos Santos Souza

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    1. Sim. A pesquisa está em andamento. Já estou na fase de análise de dados.

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