ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DO SERTÃO PERNAMBUCANO
EM LIVROS DIDÁTICOS REGIONAIS DE HISTÓRIA DE PERNAMBUCO
O sertão foi uma
região relevante na construção da história e identidade pernambucana, no
entanto, por muito tempo a esse espaço foi atribuído discursos e imagens
carregados pela negatividade associada à sua condição natural semiárida. Assim,
visando à valorização da história, cultura e identidade sertaneja, e
acreditando no livro didático como instrumento capaz de promoção ao acesso da
informação e diversidade na escola, o presente trabalho tem como objetivo
analisar representações sobre o sertão pernambucano em livros didáticos
regionais de História de Pernambuco, distribuídos aos 4° e 5° anos do ensino
fundamental em escolas da rede pública de ensino do estado, a partir do
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) entre os anos 2004-2014. Deste modo,
explorando conteúdos, narrativas e imagens em uma análise comparativa, para
compreensão de como o sertão é representado nas obras didáticas.
Introdução
Acreditamos no
livro didático como instrumento capaz de promoção ao acesso da informação,
identidade, cultura e diversidade na escola. Entretanto, é, ainda, veículo
ideológico dos agentes envolvidos na sua produção. Isso permite privilegiar
determinadas temáticas em detrimento de outras, resultando em desigualdades
regionais no ensino de história. Como lembra Raquel Carvalho (2011, p.12), essa
configuração do livro didático de história evidencia o “jogo” de relações de
poder dentro de uma abordagem campo/cidade, “em que uma cultura se sobrepõe a
outra de forma a se posicionar como melhor, evoluída, adequada, certa etc.” No
Brasil, privilegiou-se por muito tempo a busca de uma “unidade nacional”,
centrada no culto aos heróis da nação e de uma cultura homogênea, capaz de
superar as diferenças do povo brasileiro. Esse esquema de pensamento, ainda
presente nos livros didáticos, acabou reduzindo o papel das diversas culturas,
enquadrando-as dentro das matrizes culturais europeias, ou ainda, concentrando
as atenções nas regiões consideradas mais importantes do país, isto é, nos
grandes centros urbanos, deixando muito da história e cultura existentes fora
desse eixo à margem da produção historiográfica inserida nos livros didáticos.
É preciso lembrar que o livro didático enquanto
ferramenta fundamental do processo ensino-aprendizagem torna-se uma espécie de
manual pelo qual os docentes orientam suas atividades em sala de aula. Apesar
da relativa autonomia na escolha e organização de seus conteúdos, os
professores tendem a seguir as orientações do material em suas aulas,
reproduzindo os posicionamentos políticos, ideológicos e pedagógicos dos
autores.
Ao longo da nossa formação histórica, o sertão
apresentou-se como uma das principais categorias do pensamento social
brasileiro (AMADO, 1995, p. 1). Entretanto, a esse espaço são atribuídos
discursos e imagens negativas associadas ao sua condição natural semiárida, ou
seja, o sertão representado pela sua geografia física, sobretudo, pelo fator
climático da seca.
Desde a historiografia do século XIX, onde os
primeiros historiadores brasileiros buscaram no sertão explicar diversos
elementos da nossa formação histórica, passando pela literatura regionalista
das primeiras décadas do século XX, até alcançar o teatro, cinema e telenovelas
atuais, o sertão tem merecido a atenção de diversos públicos. Entretanto, no
livro didático, como são as abordagens sobre o sertão? Teria permanecido uma
visão pitoresca acerca da história, da cultura e identidade sertaneja?
Consideramos que os livros didáticos regionais
têm como pressupostos subsidiar docentes e alunos para as questões regionais do
ensino, pois possuem atributos para aproximar ambos da diversidade cultural e
identitária que a região, estado ou cidade, a que os livros são destinados
possuem. Estabelecendo, deste modo, uma
relação de proximidade da história regional do cotidiano escolar. Na
atualidade, buscam-se ferramentas para a superação dos preconceitos e
desigualdades regionais, contribuindo para uma eficaz construção da cidadania.
Através dessa perspectiva será possível romper velhos paradigmas. Nesse
sentido, o livro de história, deve cumprir seu papel de socialização das
diversidades e multiculturalismo.
Assim,
acreditando na importância do sertão na formação histórica do Brasil e visando
a valorização da história, cultura e identidade sertaneja, o presente trabalho
busca analisar as representações do sertão pernambucano em livros didáticos
regionais de História de Pernambuco, distribuídos entre os 4º e 5º anos do
ensino fundamental, em escolas da rede pública de ensino do estado
pernambucano, a partir do Programa Nacional do Livro Didático-PNLD entre 2004-2014.
Sertão: Discurso e
Imagens
Sertão, categoria constituída no Brasil durante o
período colonial, na qual são atribuídos múltiplos significados. Utilizada para
designar os vastos territórios desconhecidos da colonização, carregada de
simbologias, mitos, o lugar do desconhecido, do perigo, das diversas
imaginações, o oposto de tudo que atribuído ao litoral, lugar da exploração
econômica efetiva, território de consolidação e sucesso colonial, local da
civilização.
Assim sendo, sob o litoral estruturou-se um
pensamento de superioridade regional aos demais espaços encontrados na Colônia,
relegando aos mesmos o conceito de sertão. Deste modo, foi atribuído ao sertão
uma diversidade de imagens e conceitos que foram difundidos ao longo dos
séculos e integraram o imaginário brasileiro.
Dentro do contexto da colonização na América
portuguesa, ao sertão se atribui uma diversidade de imagens, dependendo dos
personagens que o narra e sua relação com o ambiente. Lugar distante, vasto,
vazio, hostil, selvagem, perigoso, inculto, inóspito, dentre outras, expressões
corriqueiras na historiografia; porém, de secretas riquezas não exploradas - a
exemplo, os cobiçados metais preciosos -, o desconhecido, portanto, desejado.
Configurando dentro do pensamento social uma dicotomia de ideias.
As abordagens e
concepções sobre o sertão foram feitas através de um “imaginário dominante da
sociedade açucareira”(SILVA, 2003, p.220). Desde os primórdios da Conquista
este foi inserido no imaginário colonial, como já falado anteriormente como o
espaço vasto, vazio, desconhecido, inculto etc., ao longo que a colonização
avança ao continente, ou seja, ao sertão, esse vai ganhando novas concepções,
novos olhares, antagônicos àqueles já então disseminados, dependendo de quem o
fala, seu interesse e o contexto corrente. Para a Coroa portuguesa desde o
século XVI o sertão foi visto como um caminho para riquezas desconhecidas e
expansão da colônia; para os colonos, a partir da política de ocupação de
terras, espaço de enobrecimento e também enriquecimento; para a Igreja, novas possibilidades
de ampliação da catequese, pois o sertão era o local dos índios selvagens,
longe das benesses da religião; para o escravo fugido e o índio perseguido
lugar de acolhimento na fuga, ou seja, liberdade. Observemos que os discursos
mudam de acordo com o interesse de cada indivíduo.
O sertão enquanto região geográfica é encontrada
em todo território brasileiro. Em cada região é retratado por ser o interior
daquelas terras, vejamos que até hoje esse espaço é caracterizado pela imagem
formada no período da conquista. Seja no
Sul ou Nordeste, os sertões é caracterizado como o interior das terras,
representando o abastado, o longe.
Mais tarde com a
colonização efetivada e formada uma sociedade sertaneja, os diversos conceitos
são associados à geografia física da região, sendo o sertão representado
principalmente através do fator climático da seca. A seca acaba sendo um fator
essencial de representatividade em discursos e imagens sobre a região sertaneja
de forma amplamente negativa. O sertão passou a ser também o lugar dramático,
atrasado, lugar de miséria e morte, impiedoso com suas gentes. A tal ponto que
o sertão tem sido palco de diversos projetos que ditam trazer benefícios a sua
população sofrida. Porém, que só beneficiam o pouco desta população, a elite
regional local, e o grosso da população ficam gravitando em torno deles. Assim,
até a atualidade o sertão é representado, tendo sua história, suas
potencialidades socioculturais e sua identidade suprimida pela valorização de
outras regiões.
Ensino de História Regional
Dentro do contexto de mudanças e ampliação da
História relacionadas às transformações sociais e políticas que em consequência
influenciam e transformam a História ensinada, as novas políticas públicas
educacionais apresentam um ensino de história plural, com novas abordagens,
novos fatos, sujeitos, espaços e tempos, com o pressuposto de tornar o ensino
de história eficaz principalmente aos anos iniciais da educação básica. Para
esse ciclo os PCN’s área de História, propõe um saber histórico a partir do
cotidiano do aluno, “integrado a um contexto mais amplo, que inclui os
contextos históricos” (BRASIL, 1997, p.35). A fim de desenvolver um
conhecimento histórico diversificado, não apenas os de âmbito nacional, mas
também singularidades e problemáticas regionais que estão em sua volta.
Deste modo, são propostos conteúdos que
privilegiem um ensino de História com eixo temático pautada na História Local e
do Cotidiano, na busca de que "os alunos ampliem a capacidade de observar
o seu entorno para a compreensão de relações sociais e econômicas existentes no
seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu dia a
dia".( BRASIL, 1997, p.40). Desta forma, valoriza-se a construção do
conhecimento histórico nas múltiplas histórias, nas semelhanças e diferenças
identitárias, culturais, sociais, econômicas, omitidas pela hegemônica História
tradicional, conservadora e elitista.
Ferreira (2016), salienta que a História
regional em suas abordagens traz a concepção de que a História se dá em todos
os espaços, que o local determinado não é um espaço isolado, mas que se integra
a outros espaços e contextos em suas análises. Aborda novas problemáticas e
novos objetos de pesquisa, ampliando-se os sujeitos e as fontes históricas,
dando importância e voz aos sujeitos que sempre tiveram esquecidos no contexto
da História tradicional. Acreditamos que um dos fatores relevante na
historiografia regional seja a aproximação que oferece aos sujeitos do objeto
de estudo, a partir da abordagem do cotidiano, atribuindo aos indivíduos o
"sentimento" de produtores da história. Outro fator de grande
relevância é que um de seus pontos de partida é a construção das identidades
sociais.
Em finais da última década do século XX o Governo
Federal intervém com novas propostas curriculares em âmbito nacional elaborando
uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB, suas orientações
trazem aos currículos escolares em sua parte diversificada que as instituições
educacionais contemplem "[...] características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e clientela" (Artigo 26, LDB). Ou seja,
devam atentar para o conhecimento das características e singularidades das
regiões ou localidades onde os sujeitos do processo de ensino aprendizagem
estão inseridos.
Em 1997 são elaborados os Parâmetros Curriculares
Nacionais- PCN’s, o da área de História consonante a LDB, indicam para o ensino
fundamental uma metodologia a um ensino de história inicialmente voltado
"para atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as
diferenças, as permanências e as transformações no modo de vida social,
cultural e econômico de sua localidade, no presente e no passado”(BRASIL, 1997,
p.49). Apresentando a história local como eixo temático para os anos iniciais e
como perspectiva metodológica para todo o ensino básico. Ou seja, faz-se
necessário para a compreensão do conhecimento histórico que as instituições
escolares contemplem um ensino de história em aproximação da realidade dos
alunos, a partir do local em que vivem. Tornando-se mais viável a compreensão
da História em âmbito nacional ou geral.
Assim, podemos
considerar que o ensino de história regional e local surgem para aproximar o aluno
na produção histórica, ao abordar o cotidiano, o meio em que estão inseridos, e
suas vivencias culturais. O bairro, a cidade, o Estado em que vivem são espaços
constituintes e próximos da História nacional apresentada tão distante pela
narrativa histórica. E no autoconhecimento do aluno como sujeito da
história.
Representação do sertão nos livros didáticos
regionais analisados
Os livros didáticos regionais de História
são destinados especificamente aos 4° e 5° anos do ensino fundamental, são
pautados numa construção socio-histórica circunscrita a um dado recorte
regional, seja estadual ou municipal, em consonância com o nacional apresentada
tão distante em espaços e tempo vivido, possibilitando aos alunos o
desenvolvimento de um conhecimento histórico da sua região, inserindo e
valorizando os fatos, espaços e sujeitos históricos regionais, como também o
inserem como agentes produtores da História. Tornando-os atuante na produção
histórica da sua cidade, do seu Estado e do próprio País.
Assim analisamos as obras didáticas
regionais pela especificidade que possuem. Uma obra circunscrita a um dado
recorte espacial, deste modo, acreditamos que possuem pressupostos a tratar de
forma abrangente, abarcando de forma geral dentro dos limites de sua produção,
a região, cidade ou estado a que se propõe tratar.
A análise concentrou-se em livros didáticos
regionais de História de Pernambuco distribuídos em escolas da rede pública dos
municípios da Região Metropolitana do Recife e, sobretudo municípios do Sertão,
entre 2004-2014. Os livros didáticos regionais analisados foram aprovados e
publicados nos Guias do PNLD anos 2004, 2007, 2010, 2013, são eles: História de
Pernambuco- Célia Siebert, 1998, Editora FTD; Pernambuco: Interagindo com a
História- Roseni R.C Nascimento, Lilian Sourient e Rosianne de Camargo, 2005,
Editora do Brasil; e História de Pernambuco- Francisco M. P. Teixeira 2005 e
2011, Editora ática, estes últimos foram analisados em suas duas edições
publicados no PNLD 2010 e 2013 respectivamente, são obras reimpressas não
contendo modificações em seus conteúdos programáticos apenas em alguns aspectos
formais, como capa, designer e imagens, mas com a mesma finalidade.
As obras didáticas analisadas apresentam uma
prática excludente de ensino, ao dar relevância em conteúdos e imagens à
história da colonização da região açucareira, deixando assim outras regiões às
margens do ensino, o que ajuda a fomentar desigualdades regionais em relação ao
ensino de história.
Embora todas as obras analisadas possuam um
capítulo a tratar do sertão, o faz de maneira bastante simplificada,
utilizam-se apenas de um único discurso
e única narrativa de representação para a região sertaneja, reforçando os
discursos negativos atribuídos a seca, proferidos por séculos sob um olhar
homogêneo e pejorativo característicos do período colonial. Apresentando um
sertão inferiorizado, completamente rural, negando as potencialidades da
região.
Ao se discursar sobre a formação do Sertão
pernambucano o conteúdo é restrito apenas ao espaço geográfico, delimitando o
sertão a maior região do Estado, que sofreu e sofre com a seca, onde se tem o
maior índice de migração, que no passado foi o lugar dos índios selvagens e
negros escravos foragidos, que também foi importante na produção pecuarista e
algodoeira. Verificamos que há uma ausência do discurso sobre as pluralidades
socioculturais sertaneja, como também, os conteúdos não oferecem mecanismos para
que se possa construir um debate maior sobre a temática.
Portanto, no que concerne a nossa análise os
livros didáticos regionais analisados ainda enfatizam as dizibilidades
costumeiras referentes ao sertão, o representando negativamente, reproduzindo e
reforçando estereótipos, preconceitos, os estigmas produzidos e disseminados
através do discurso dominante colonial e mais tarde o discurso ideológico da
“indústria da seca” que se constituiu sobre as intempéries da região sertaneja.
Reproduzindo e transmitindo à cultura escolar o modelo dominante de educação
colonialista.
Vale salientar,
que os livros didáticos analisados são distribuídos e utilizados em todo estado
pernambucano, os alunos são constituídos de experiências e conhecimentos de
certa forma sobre sua história e cultura local, principalmente os que habitam a
região sertaneja. E a esses é negada a identificação da sua história e cultura
em suas potencialidades e positividade em relação aos alunos de outras regiões,
na construção do conhecimento histórico regional, e aos demais alunos não
permitem o diálogo com as diferenças multiculturais.
Considerações Finais
O trabalho de análise da representação da
temática sertaneja em livros didáticos regionais de História de Pernambuco trás
a luz questões fundamentais em relação à desigualdade regional e
multiculturalismo no ensino de história, sob a conscientização das diferenças
no processo de ensino aprendizagem do conhecimento histórico. O qual desde seus
primórdios esteve intrinsecamente ligado numa relação de poder, e a história do
Brasil ensinada tendo sua existência elaborada em função da formação de uma
identidade nacional na qual os conteúdos históricos a ser ensinados são
escolhidos de forma a assegurar a representação dominante. Dando desta forma a
outros sujeitos e espacialidades o não lugar na História ou os apresentando sem
grande relevância no processo histórico.
A História de Pernambuco nos livros didáticos
regionais centram em grande parte seus conteúdos historiográficos na história
da colonização da região açucareira colonial corroborando assim para
desigualdades dentro de uma mesma região/estado. Como sabido, o livro didático
se caracteriza como um objeto cultural e ideológico e assim acaba por ser um
transmissor de valores, disseminador e legitimador de conteúdos que atendem aos
interesses dominantes.
Portanto não
podemos deixar de lado o papel da escola e professores na tomada de consciência
crítica e reflexiva sobre as representações e narrativas que esses livros
didáticos trazem a respeito do sertão. Sobretudo, o
papel do professor nesse contexto, o qual é responsável pela mediação e
complementação do conhecimento que o material didático apresenta.
Referências:
Erlane Maria da
Silva, graduada em Licenciatura em História pela universidade Federal de
Pernambuco.
AMADO, Janaína. Região, Sertão, Nação. Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8. N. 15, pp. 145-151
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2016:
Ciências Humanas e da Natureza Coleção Integrada e Livros Regionais: ensino
fundamental anos iniciais. – Brasília, Ministério da Educação, Secretária de
Educação Básica, 2015.
BASIL. Guia de Livros Didáticos: PNLD 2004:
História. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2002.
BRASIL.Guia de Livros Didáticos: PNLD 2007:
História. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
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BRASIL.Guia de Livros Didáticos: PNLD 2010:
História. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2009.
BRASIL.Guia de Livros Didáticos: PNLD 2013:
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BRASIL. Lei
de Diretrizes e B. Lei N° 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais: história, geografia/ Secretaria de Educação Fundamental. –
Brasília: MEC/SEF, 1997.
FERREIRA,
Danielle da Silva. Um Inventário Sobre O
Livro Didático Regional: O Que Dizem As Pesquisas Acadêmicas. Revista
Educação e (Trans)formação, Garanhuns, v. 01, n. 01, out. 2015 / mar. 2016
CARVALHO, Raquel
Alves de. A construção da identidade e da cultura dos povos do campo, entre o
preconceito e a resistência: o papel da educação. Tese de Doutorado.
Universidade Metodista de Piracicaba, 2011.
SILVA, Kalina
Vanderlei. ‘Nas solidões vastas e assustadoras'-
Os pobres do açúcar e a conquista do sertão de Pernambuco nos séculos XVII e
XVIII. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco, 2003.
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ResponderExcluirBom dia! Parabéns pela comunicação. Achei muito interessante a temática.
ResponderExcluirNo texto você deixa claro que “o sertão é representado, tendo sua história, suas potencialidades socioculturais e sua identidade suprimida pela valorização de outras regiões”. Do seu ponto de vista, que outros aspectos históricos os livros didáticos deveriam acentuar acerca do Sertão para que os esteriótipos sejam dizimados?
Jonas Durval Carneiro
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ExcluirBom dia! Achei muito interessante sua comunicação pela forma que abordou a proposta, com isso, percebi a mesma visão de abordagens apenas da região açucareira. Você aborda nas suas considerações finais sobre a diversidade cultural presente no Sertão nordestino, em um trabalho recente na qual apresento o vaqueiro como uma das principais classes que colonizaram e desbravaram o Nordeste brasileiro e a pouca visibilidade que ganham nos discursos sobre a colonização do local nos livros didáticos. Na sua opinião enquanto pesquisador você tem a visão que apesar de avanços nas abordagens históricas sobre o sertão existe ainda aquela resistência de negarem os fatos para construir no estudante uma visão negativa na construção do conceito regional sobre o Nordeste?
ResponderExcluirFilipe Machado Cordeiro
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ExcluirParabéns pela resposta e pela atenção em seu belo trabalho.
ExcluirJaqueline cristina Moraes . pergunta: qual a importância do nordeste na historia do brasil?
ResponderExcluirJaqueline cristina Moraes . pergunta: porque o nordeste uma região tao importante ficou para traz no crescimento do pais?
ResponderExcluirOlá Jaqueline, obrigada pela presença!
ExcluirEssa é uma pergunta que demanda uma reposta complexa. Antes te indico uma obra que te ajudará a ampliar o conhecimento sobre essa questão.
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 4ª ed. Recife: FJN; Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 2009. 340 p.
Não é que o Nordeste ficou para trás no crescimento do país, mas que há um discurso de desvalorização e inferioridade dessa região a favor da valorização de outras regiões, a exemplo o sudeste. A imagem criada do Nordeste foi exclusivamente pautada no oposto a tudo que constituía a região sul e sudeste. A tal ponto que no processo de construção da unidade nacional o Governo queria o retirar do contexto territorial brasileiro por não condizer com a homogeneização étnica e cultural que pretendiam na formação da Nação.
Desconsiderando, desta forma, as peculiaridades regionais. E é a partir das peculiaridades que se constrói um discurso ideológico e político sobre o Nordeste, este como um lugar atrasado, que predomina a miséria e a pobreza, flagelado pela Seca, um nordeste pitoresco e imóvel. Quando na verdade, utilizam-se das intempéries climáticas, problemáticas socioeconómicas, como problema exclusivo dessa região. Um discurso politicamente criado para garantir a expansão capitalista e angariar benefícios a favor de projetos de desenvolvimento social que muitas vezes só servem para o benefício da elite local.
Há sim desenvolvimento no Nordeste o problema se encontra na desigualdade regional ainda existente no Brasil, que valoriza determinadas regiões em detrimento de outras.
Erlane Maria da Silva
Olá, você analisou livros que mostram realmente um lado negativo e a existência de lacunas da história do sertão pernambucano. Minha curiosidade é saber se você já esteve em contato com algum livro de História, da rede de educação de Pernambuco, que já trazem melhorias, se comparado a estes que você analisou?
ResponderExcluirLorena Raimunda Luiz
Olá, Lorena. Obrigada pela presença!
ExcluirNeste trabalho analiso os livros didáticos regionais de História de Pernambuco publicados e aprovados nos Guias do PNLD's anos 2004 a 2014. E estou trabalhando recentemente com livros didáticos regionais da História de Pernambuco publicados e aprovados nos Guias do PNLD 2016 dos anos inciais do ensino fundamental,lembrando que cada Guia equivale a três anos, logo os livros didáticos são utilizados nos anos 2016, 2017 e 2018. Salientando que o último PNLD-2019 não demanda livros regionais, trazendo a novidade dos Livros Projetos Integradores que poderão apresentar tais conteúdos.
Respondendo a sua pergunta...os livros recentes do PNLD 2016, não trazem melhorias a respeito da temática sertaneja, porque foram produzidos como obras integradas, os componentes curriculares História e Geografia regional passaram a ser integrados e articulados em conteúdos e atividades em um único volume. Assim sendo, o sertão é representado,até então em três obras analisadas, sob os aspectos geográficos da região, reproduzindo o discurso ideológico da Seca. Desta forma, analisamos que de maneira geral os conteúdos relativos ao sertão são de caráter informativo, sobressaindo o conteúdo da geografia em relação à construção do saber histórico, predominando em todo conteúdo o sertão sob características geográficas, o sertão rural, de natureza semiárida, pautados numa visão negativa de uma sociedade vitimizada pelo seu meio, propagando as mesmas dizibilidades costumeira sobre o sertão e suas gentes.
Erlane Maria da Silva
Olá, Lorena. Obrigada pela presença!
ResponderExcluirNeste trabalho analiso os livros didáticos regionais de História de Pernambuco publicados e aprovados nos Guias do PNLD's anos 2004 a 2014. E estou trabalhando recentemente com livros didáticos regionais da História de Pernambuco publicados e aprovados nos Guias do PNLD 2016 dos anos inciais do ensino fundamental,lembrando que cada Guia equivale a três anos, logo os livros didáticos são utilizados nos anos 2016, 2017 e 2018. Salientando que o último PNLD-2019 não demanda livros regionais, trazendo a novidade dos Livros Projetos Integradores que poderão apresentar tais conteúdos.
Respondendo a sua pergunta...os livros recentes do PNLD 2016, não trazem melhorias a respeito da temática sertaneja, porque foram produzidos como obras integradas, os componentes curriculares História e Geografia regional passaram a ser integrados e articulados em conteúdos e atividades em um único volume. Assim sendo, o sertão é representado,até então em três obras analisadas, sob os aspectos geográficos da região, reproduzindo o discurso ideológico da Seca. Desta forma, analisamos que de maneira geral os conteúdos relativos ao sertão são de caráter informativo, sobressaindo o conteúdo da geografia em relação à construção do saber histórico, predominando em todo conteúdo o sertão sob características geográficas, o sertão rural, de natureza semiárida, pautados numa visão negativa de uma sociedade vitimizada pelo seu meio, propagando as mesmas dizibilidades costumeira sobre o sertão e suas gentes.
Erlane Maria da Silva
Ou
ResponderExcluirola boa noite ,na sua opinião o que o governo poderia fazer para diminuir os efeitos da seca do nordeste?
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