Mariana Fernandes Ramos e Mariana Fujikawa


ABORDANDO A TEMÁTICA DA GUERRA DO PARAGUAI EM SALA DE AULA



Os desafios em sala de aula aumentam com o passar dos anos, os e as professoras se deparam com pouco tempo de aula, estruturas precarizadas e poucos recursos. O ensino de história se encontra nessa situação,não possuindo recursos para visitas a museus, trajetos históricos pela cidade. As e os professores de história se encontram em uma sala de aula com trinta, quarenta alunos e alunas, em uma situação política complexa, com poucos recursos e tempo, tendo que passar o conteúdo obrigatório, debater com as e os alunos e explicar a importância do ensino de história. Dessa forma, neste trabalho analisaremos um plano de aula sobre a Guerra do Paraguai, feita por bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID- História 1) da Universidade Federal do Paraná, e apresentaremos como os e as professoras podem abordar esse conteúdo a partir dos recursos disponíveis.

A Guerra da Tríplice Aliança na historiografia
A Guerra do Paraguai ou A Guerra da Tríplice Aliança um dos maiores conflitos armados internacionais ocorridos na América Latina, sendo “o conflito externo de maior repercussão para os países envolvidos, quer quanto à mobilização e perda de homens, quer quanto aos aspectos políticos e financeiros”. (DORATIOTO, 2002, p. 17) O conflito perdurou de dezembro de 1864 a março de 1870, gerando milhões de mortos e criando uma nova realidade na sociedades dos países envolvidos.

Antes desta Guerra o Brasil já se encontrava em um conflito armado no Uruguai, que depôs o governo de Atanasio Aguirre - membro do Partido Blanco e aliado de Solano López. Lopéz era contrário aos interesses brasileiros durante a invasão ao Uruguai, e assim aprisionou o barco a vapor brasileiro onde se encontrava Frederico Carneiro e assim iniciou-se o conflito que conhecemos como Guerra do Paraguai.

No livro Maldita Guerra: Nova história da Guerra do Paraguai, Francisco Doratioto disserta sobre a importância das relações internacionais na região do Rio da Prata. Segundo ele, a partir de 1860 “o governo paraguaio, presidido por Francisco Solano López, buscou ter participação ativa nos acontecimentos platinos, apoiando o governo uruguaio hostilizado pela Argentina e pelo Império”(DORATIOTO, 2002, p. 17).

A tríplice não possuía um grande exército e assim ferramentas foram criadas para que pessoas compusessem-no, como a criação dos batalhões de Voluntários da Pátria. O nome passa a ideia de que pessoas se voluntariavam, porém, através de leituras notamos que esses “voluntários” em sua grande maioria lutavam por outras razões. No livro Escravidão ou morte: Os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai Jorge Prata de Sousa disserta sobre a participação dos escravizados na guerra e como um boa parte dos “voluntários” eram escravizados. (SOUZA, 1996) Muitos eram mandados por fazendeiros para o “voluntariado”, pois esses não desejavam participar da guerra. Outros iam em busca da liberdade, pois o Império - vendo a necessidade de mais pessoas no exército - oferecia liberdade a escravizados. No entanto, nenhum equipamento era dado a eles, nem mesmo treinamento. Como essas pessoas não possuíam preparação para o conflito a capoeira, forma de luta que veio com os africanos, era uma das únicas formas de combate que conheciam. Outro ponto levantado por Prata é a questão econômica, pois com a participação dos escravizados na guerra a mão de obra escrava no campo e na cidade foi sendo deixada de lado, e assim, com o fim da guerra notamos mudanças dentro da economia no Brasil.
  
A situação dos países envolvidos foram distintas:

 “Na Argentina, sobretudo, onde se abasteciam o Exército e a Marinha imperiais, a economia foi dinamizada e enriqueceu fazendeiros e comerciantes. A Guerra do Paraguai repercutiu na consolidação dos Estados nacionais argentinos e uruguaio; foi o momento do apogeu da força militar e da capacidade diplomática do Império do Brasil, mas, de forma paradoxal, contribuiu para o acirramento de contradições do Estado monárquico brasileiro, enfraquecendo-o. O Paraguai por sua vez, tornou-se a periferia da periferia, na medida em que sua economia se tornou satélite da economia da Argentina após o término do conflito.”(SOUZA, 1996, p. 18)

A historiografia acerca deste tema se transforma com o tempo. Primeiramente focou em culpar Solano López pelo conflito e pela desastrosa situação do Paraguai pós guerra, mas no final do século XIX e início do XX a historiografia começou a tratar Solano López como um grande chefe militar, buscando assim um revisionismo sobre sua imagem. No Brasil “os adeptos do positivismo, filosofia contrária ao regime monárquico e governo, passaram a responsabilizar o Império brasileiro pelo início da guerra.” (SOUZA, 1996, p. 19)

Outro ponto de vista, revisionista, coloca Solano López enquanto  antiimperialista, dizendo que antes da guerra o Paraguai encontrava-se em uma situação de modernização e que estava “fugindo à inserção na economia capitalista e à subordinação à Inglaterra”(SOUZA, 1996, p. 19),  assim, tal visão torna o Brasil e a Argentina “bonecos” da Inglaterra, que iniciaram essa guerra para barrar os avanços paraguaios. No Brasil notamos essa perspectiva no livro Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai de Júlio José Chiavenatto (CHIAVENATTO, 1939) onde trata da criação de mitos e criações de heróis nacionais, da demonização de Solano Lopez e da interferência britânica na guerra.

Concluímos que a Guerra do Paraguai foi um ocorrido importante tanto para as sociedades dos países participantes quanto para externas, tendo debates que permanecem na atualidade. A historiografia se mostra vasta e intrigada com a forma que a guerra foi tratada. A partir desses apontamentos, consideramos como importante a forma de abordar tal conflito em sala de aula.

O PIBID e o Plano de Aula
O subprojeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) de História I da Universidade Federal do Paraná visou abordar personagens não comumente englobados nas visões tradicionais da História. Nesse sentido, as bolsistas desenvolveram, no Colégio Estadual Ernani Vidal, sob coordenação da Professora Karina Kosicki Bellotti e supervisão da professora Noemy Kariny, uma atividade sobre a Guerra da Tríplice Aliança, sendo ela aplicada no Segundo Ano do ensino Médio, no ano de 2017. O plano de aula visava abordar o tema do Segundo Reinado, da Guerra do Paraguai e de suas consequências. Estruturadas em três aulas, na primeira o foco dado pelas bolsistas foi o de explicar a questão política do Segundo Reinado, abordando o partido Liberal e o Conservador. Outros tópicos como a escravização e sua relação com a Guerra do Paraguai foram discutidos, assim como a crise do Império e a Proclamação da República. O intuito dessa aula foi o de contextualizar o Brasil em um período anterior a Guerra da Tríplice Aliança. Retomamos esses conteúdos no início da segunda aula, e apresentamos, neste segundo momento, as pessoas que compuseram essa Guerra. Focamos nos combatentes negros, os alforriados, e também os “voluntários da pátria”. Após isso, foram abordadas – de forma cronológica- as principais batalhas da Guerra. O fim da aula foi dedicado para que os e as alunas analisassem as consequências da Guerra para cada país envolvido. A última aula foi destinada para a análise da fonte – uma imagem presente no livro didático – e para a realização da atividade:

Atividade: Em grupos de no máximo quatro pessoas, os e as alunas deverão analisar uma pintura da época, que será levada para elas impressos em folhas sulfites, e escrever um texto de no mínimo quinze linhas, em que deve constar um resumo da guerra do Paraguai, causas e consequências e uma breve análise da imagem, dissertando como tal se coloca frente ao contexto da guerra e o porque podemos considerá-la uma fonte histórica.

O plano de aula e a BNCC
Para analisar o plano, nos embasamos nas Diretrizes Básicas Curriculares da Educação Básica de História do governo do Paraná e na BNCC do ensino médio. Nas Diretrizes “propõe-se uma reorientação na política curricular com o objetivo de construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos”,(SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008) assim, funciona como um “manual ao qual a e o professor deve “seguir”. Segundo as diretrizes:

“os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se constituem”(SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica)

Além de apresentar a Guerra do Paraguai, no plano busca-se mostrar seus impactos nos países envolvidos, mostrando diversas contradições sociais e historiográficas, que foram apresentadas na discussão bibliográfica sobre o tema. Segundo o material das diretrizes o conteúdo de história são estruturantes e rodeiam três nichos: Relações de trabalho; Relações de poder; Relações culturais (SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, P. 64), tendo como temáticas: “Tema 1: Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre”; “Tema 3: O Estado e as relações de poder”; “Tema 4: Os sujeitos, as revoltas e as guerras”; “Tema 5: Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções”, previstas para o Ensino Médio. Tendo tais temáticas em vista e partindo de uma abordagem da Guerra do Paraguai enquanto conflito central na afirmação do Brasil enquanto Estado consolidado e forte diante da comunidade internacional, o objetivo é: Promover a problematização da imagem do exército brasileiro e de seus “grandes homens”, como geralmente estão expostos nos materiais didáticos; Centralizar a figura do homem negro e do escravo como agente político e social neste conflito; Pensar a atuação de D. Pedro II como governante da nação brasileira e o reforço de sua imagem de líder a partir da Guerra, considerando a formação do Estado forte diante dos separatismos do Período Regencial; Estimular a utilização de fontes e materiais paradidáticos alternativos que estimulem a formação de uma consciência histórica e de produção da história nas e nos alunos.

Trabalhar com esses eixos temáticos, segundo as diretrizes, constrói-se:

“uma problemática por meio da compreensão, na aula de História, das estruturas e das ações humanas que constituíram os processos históricos do presente, tais como a fome, desigualdade e exclusão social, confrontos identitários (individual, social, étnica, sexual, de gênero, de idade, de propriedade, de direitos, regionais e nacionais). Assim, ao problematizar situações ligadas às Relações de Trabalho, de Poder e Culturais é possível explicar, interpretar e narrar o objeto de estudo da disciplina de história, ou seja, ações e relações humanas no tempo, sendo que essas devem   ser abordadas didaticamente, no processo de ensino/aprendizagem.”(SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, P. 76)

No que se refere a avaliação, segundo as diretrizes:

“a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica”. (SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, P. 31)

Por isso, na avaliação proposta pelo plano de aula, busca-se que os e as alunas analisem uma imagem, sendo ela considerada fonte história, e nela as e os discentes terão que responder questões, fazendo com que relacionem o conteúdo aprendido em sala de aula com a imagem, desta forma servindo tanto como diagnóstico de aprendizagem quanto um  processo de ensino de análise de fonte.

Um outro ponto levantado pelas diretrizes é que a avaliação: “deve constituir um projeto de futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola” (SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, P. 82), assim, a atividade também trabalha com as e os alunos a questão de análise de imagens, pintura e etc, já que vivemos em um mundo totalmente cercado destes itens, saber olhar de maneira crítica para esses fatores é muito importante buscando sempre contextualizá-los.

Por fim, no que se refere a análise de imagens, as diretrizes dão um roteiro que a e o professor pode utilizar durante a avaliação, ajudando tanto os e as alunas quanto as e os próprios professores, como: “Identificação: identificar o tema, a natureza da imagem, a data, o autor, a função da imagem e o contexto; Leitura: observar a construção da imagem – o enquadramento, o ponto de vista, os planos. Distinguir os personagens, os lugares e outros elementos contidos na imagem; Explicação: explicitar a atuação do autor de acordo com o suporte e contexto de produção da imagem; Interpretação: compreender a perspectiva da imagem, o valor do testemunho sobre a época e os símbolos apresentados.”(SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, p. 82)

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é, por sua vez:

“um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)” (MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª, 2017, p. 07)

Assim, “espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação”.(MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª, 2017, p. 08)

Dentro destas áreas o ensino de história se encontra na área de Ciências Humanas e Sociais aplicadas. As temáticas trabalhadas dentro da BNCC para o ensino de história são: Individuo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética.

O indivíduo é visto enquanto pertencente de uma sociedade, tendo relações e interações sociais com outros indivíduos, construindo sua percepção de mundo, dando significado às coisas que o rodeiam. Mostrar dentro do ensino para as e os alunos as diferentes formas de sociedade, sobrevivência e existência é importante para que as e os mesmos criem uma percepção dessas relações e que a diferença não é um erro, permitindo por exemplo:

“reconhecer os diversos modos como essas sociedades estabelecem suas relações com a natureza, incluindo-se os problemas ambientais resultantes dessas interferências. Aprender a viver em sociedade significa, então, submeter-se a processos de socialização, ou seja, processos de incorporação e internalização de valores, papéis e identidades. Portanto, a sociedade como teia de relações é fundamental para apreender o modo como as ações dos indivíduos configuram o mundo em que vivem, ao mesmo tempo em que constroem uma identidade coletiva que lhes permite se pensar como Nós diante do Outro (ou Outros de referência).”(MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª, 2017, p. 554)

No que se refere a cultura, segundo a BNCC:

“Atualmente, as Ciências Humanas compreendem a cultura a partir de contribuições de diferentes campos do saber. O caráter polissêmico da cultura permite compreender o modo como ela se apresenta a partir de códigos de comunicação e comportamento, a partir de símbolos e artefatos e como parte da produção, circulação e consumo de sistemas de identificação cultural que se manifestam na vida social. As pessoas estão inseridas em culturas (urbana, rural, erudita, de massas, popular etc.) e, dessa forma, são produtoras e produto das transformações culturais e sociais de seu tempo.” (MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª, 2017, p. 554)

O plano apresentado trabalha justamente com a questão de sociedade, indivíduo e cultura. A ou o professor durante a primeira aula, segundo o plano, pode explicar a situação do Brasil antes da guerra começar, as relações existentes, como funcionava a política e a vida dos cidadãos. Enquanto num primeiro momento vemos a Guerra do Paraguai somente como um fato histórico, um acontecimento, olhando mais de perto, notando suas particularidades, podemos ver que casos específicos de grupos dentro desse contexto são muito importantes, como a questão dos negros, dos voluntários da pátria, entre outros.

Por fim as competências específicas deliberadas pela BNCC ao ensino de história e que em grande medida estão sendo englobadas no plano de aula apresentado, dizem que o ou a professora deve:

“1.     Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
2.      Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício arbitrário do poder.
3.      Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
4.      Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades.
5.      Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
6.      Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.” (MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª, 2017, p. 558)

Conclui-se assim que em grande medida o plano de aula apresentado enquadra-se nas propostas feitas tanto pela BNCC, quanto pelas Diretrizes, notando que mesmo que os recursos, estrutura e tempo que a e o professor de história possuem em sala de aula são poucos, podem-se criar novas maneiras de aprendizado, fazendo com que as e os discentes tenham um melhor ensino de história.


Referências

Mariana Fernandes Ramos é graduanda da Universidade Federal do Paraná.

Mariana Fujikawa é graduada pela Universidade Federal do Paraná e agora é mestranda na mesma universidade.

CHIAVENATTO, Julio. J. Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai. 14ª ed., São Paulo, Editora Brasiliense s.a, 1939.

DORATIOTO, Francisco. “Introdução” in Maldita Guerra: Nova história da Guerra do Paraguai. 2º ed., São Paulo, Companhia das Letras, 2002.

MEC, Base Nacional Curricular Comum, Níveis Fundamental e Médio 3ª. Versão, Brasilia, 2017. Disponivel em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wpcontent/uploads/2018/06/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf>.
Acessado em 01/10/2018.

SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História, 2008. Disponivel em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_hist.pdf>. Acessado em: 01/10/2018.

SOUSA, Jorge Prata de. Escravidão ou Morte: Os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai. Rio de Janeiro, Mauad: ADESA, 1996.


5 comentários:

  1. Também sou aluno do PIBID e o tema do meu projeto é justamente sobre diversidade, principalmente racial. Na escola em que atuo a quantidade de alunos negros que se identificam como pardos é gigantesca, a causa desse fenômeno provavelmente se dá por eles não se enxergarem na história. A historiografia constantemente imputa uma espécie de "derrotismo" aos negros, que não teriam participado efetivamente dela, reduzindo-os a escravos ou marginais. Gostaria de saber se trabalhar esse tema por essa perspectiva, dando enfoque em personagens negros, contribuiu para identificação dos alunos com estes sujeitos históricos que são constantemente negligenciados pela história. Em suma, abordar estes personagens contribuiu para a identificação dos alunos com eles?
    Anderson Luiz Barbosa

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    1. Primeiramente gostaríamos de agradecer pela sua pergunta. Acreditamos que é muito importante essa troca de experiências. O PIBID foi de extrema importância para nossa formação e durante diversos projetos, nos deparamos com essas questões. Acreditamos que de uma maneira geral, em todas as atividades que realizamos, tentamos trazer e fazer com que os e as alunas tenham outras perspectivas sobre a presença negra na história. Essa identidade buscada pelos negros de pele clara que a vida toda foram encaixados como pardos é uma questão muito importante, mas que infelizmente, pelo fato do PIBID ser um projeto no qual não ficamos com os e as alunas em todas as aulas, não sabemos se a longo prazo elas mudaram sua visão sobre esse assunto. Porém, podemos notar que ha um estranhamento por parte, tanto dos e das alunas, quanto das professoras supervisoras, quando trazemos, neste caso pessoas negras, perspectivas diferentes das tradicionais.

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  2. Parabéns pelo texto! Queria dizer que eu também já participei do PIBID em minha Universidade e hoje me encontro na Iniciação Científica e compreendo muito bem as dificuldades e a importância dos projetos. A minha pergunta é direcionada para a recepção dos alunos quanto ao tema da escravidão no Brasil, se um escravo é mandado para a guerra não precisa falar muito sobre como o negro era tratado nesse período, as historiografias utilizadas melhorou a percepção dos alunos ampliando as perspectivas de análise desses sujeitos ou houve respostas que não condizem muito com a realidade?

    Welerson Fernando Giovanoni

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    1. Gostaríamos de agradecer sua pergunta, primeiramente! O PIBID foi parte fundamental de nossa formação, e, claro, achamos muito importante a questão de trazer para o foco os personagens que normalmente não são abordados na história tradicional. Nesse sentido, concordamos que anteriormente parte da historiografia tratava os negros somente como escravizados, e não como agentes de sua própria história, e concordamos que nossas leituras - para a guerra do Paraguai - não iam muito além dessa visão do negro. Porém,como o foco do PIBID é de justamente colocar esses atores como personagens de sua própria história, foi nosso objetivo melhorar a percepção dos e das alunas sobre os negros na história, e acreditamos que houve uma melhoria na percepção sim.

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